sexta-feira, agosto 28, 2020


BILROS DA MINHA AVÓ GUILHERMINA

O meu avô Benjamim morreu tinha eu 10 anos. Durante algum tempo eu, os meus pais e o meu irmão paassámos todos para casa da minha avó Guilhermina para lhe fazermos companhia. Ao fim de algum tempo voltámos a viver na nossa casa excepto o meu irmão que desde os 3 anos de idade vivia com os meus avós. Até que em Outubro o meu irmão foi para o Colégio Nuno Álvares e passei eu a ficar à noite a fazer companhia à minha avó.

Tudo isto para vos dizer que desde os meus 10 anos que passei a conviver com rendas de bilros, almofadas e bancos, piques e linhas Âncora, bilros das mais diversas formas e alfinetes espetados na almofada segurando pontos e nós.

Recordo desses tempos algumas designações como cerzir, renda do casar, picar piques, tecer e vender.

Ao mexer um destes dias num dos baús da minha herança, deparei com amostras (?) de bilros dos mais diversos tipos. E veio-me à memória o barulho dos bilros a baterem uns nos outros enquanto a minha avó tecia as rendas ao longo dos dias. Era um barulho melódico, qual sinfonia que me fazia adormecer em dias em que eu me cansava mais nas brincadeiras físicas que ocupavam as crianças e adolescentes do meu tempo.

Decidi fotografá-los e deixá-los aqui como memória. Pelo que me fazem recordar. Por esse tempo. Pela rendilheira que foi a minha avó.







 

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