BILROS DA
MINHA AVÓ GUILHERMINA
O meu avô Benjamim
morreu tinha eu 10 anos. Durante algum tempo eu, os meus pais e o meu irmão
paassámos todos para casa da minha avó Guilhermina para lhe fazermos companhia.
Ao fim de algum tempo voltámos a viver na nossa casa excepto o meu irmão que desde
os 3 anos de idade vivia com os meus avós. Até que em Outubro o meu irmão foi
para o Colégio Nuno Álvares e passei eu a ficar à noite a fazer companhia à
minha avó.
Tudo isto
para vos dizer que desde os meus 10 anos que passei a conviver com rendas de
bilros, almofadas e bancos, piques e linhas Âncora, bilros das mais diversas
formas e alfinetes espetados na almofada segurando pontos e nós.
Recordo
desses tempos algumas designações como cerzir, renda do casar, picar piques,
tecer e vender.
Ao mexer um
destes dias num dos baús da minha herança, deparei com amostras (?) de bilros
dos mais diversos tipos. E veio-me à memória o barulho dos bilros a baterem uns
nos outros enquanto a minha avó tecia as rendas ao longo dos dias. Era um
barulho melódico, qual sinfonia que me fazia adormecer em dias em que eu me
cansava mais nas brincadeiras físicas que ocupavam as crianças e adolescentes
do meu tempo.
Decidi
fotografá-los e deixá-los aqui como memória. Pelo que me fazem recordar. Por
esse tempo. Pela rendilheira que foi a minha avó.
Sem comentários:
Enviar um comentário