domingo, novembro 26, 2006

EFEMÉRIDES

Hoje fui ao cemitério. Aminha mãe se fosse viva teria feito 91 anos. Nas últimas décadas associo ao aniversário da minha mãe o 25 de Novembro de 1976. Esta coisa das datas é como os clubes de futebol. Todos sabem melhor ou pior o que foi o 25 de Abril. Ontem fez 30 anos que se deu o 25 de Novembro, mas quem desfolhar os jornais de ontem quase que não dá por essa efeméride.
O Porto e o Sporting podem ter grandes vitórias... O Benfica pode estar na mó de baixo. Mas o Benfica continuas a vender jornais e a ser notícia, enquanto que Porto e Sporting não passam de "fait divers".
A importâmcia das datas prende-se sobretudo com a importância dos factos. Ou pelo menos com o carisma que lhes está associado. A minha mãe hoje já só tem importância para o meu núcleo familiar. Nem para a minha cunhada e os meus sobrinhos ela tem qualquer significado.
Assim é o 25 de Novembro. Por mais que o "gajo" que apontou uma arma ao barbas (o Durand Clemente) para o mandar calar, se ponha em bicos de pés, nunca conseguirá entrar na história contemporânea de Portugal.
O Jaime Neves não passará nunca dum comandante arruaceiro dos comandos e o
Salgueiro Maia continuará a representar um ideal a ser perseguido pelos amantes da Liberdade.
A História se calhar não é justa. O Eanes fez mais esforços para poder ser recordado que o Mário Soares. Para este último estar nas coisas (ao lado e à frente delas) é um acto natural. Para o outro representa um esforço de ser útil. Um país, um povo, não premeia a utilidade. Enaltece a eficácia. A utilidade é momentânes. A eficácia é perene.

Sem comentários: