O MAGALHÃES É UM DOS TEMAS
…que tenho evitado neste blog. Isto porque não posso estar mais em desacordo com a grande maioria dos disparates que se têm dito sobre este assunto.
É por demais evidente que ser aluna do Colégio do Sagrado Coração de Maria, ou da Escola Alemã, ou do Liceu Francês, tem um toque subtil que não se confunde de todo, com andar na Manuel da Maia, ou em Queluz, ou na Trafaria, numa EB qualquer onde encontramos filhos de desempregados, misturados com crianças das mais díspares etnias, e credos e religiões.
Os meios pedagógicos, didácticos e tecnológicos são uma bem a desfrutar por quem pode e consegue ter acesso aos locais em que se encontram.
O filho da Senhora de Vasconcelos e Abreu ir com os primos passar o fim-de-semana a Nova Yorque não é notícia. Os meninos apoiados pela Câmara da Maia que vão a Lisboa ao Zoo para perceberem o que é andar de avião, claro que é uma boa abertura para um Telejornal.
Por isso fico arrepiado quando por razões puramente políticas, o Magalhães tenho sido o alvo de todos os males que o Ministério da Educação andou a fomentar durante 4 anos. Os meios de comunicação social, alguns professores e outros “cabeças de abóbora”, têm criado à volta do PC toda uma onda de choque que “mete nojo aos porcos”. Quando eram 30 alunos para um PC, ou quando nem PCs existiam nas escolas públicas, estava tudo bem e nunca ouvi um “bigodaças” reclamar uma greve. Tudo isto vem a propósito da manchete do “EXPRESSO” de 1 de Maio, que noticiava com foto de 1ª Página que se vendiam “Magalhães” na feira da Ladra. E então? O que é que não se vende na Feira da Ladra? Produtos de crimes. Materiais pessoais ou doutrem, não há nada que não se venda lá. Em tempos até peças do saque à Embaixada de Espanha, lá se venderam. E não me consta que o Expresso se preocupasse com isso. O Magalhães comprado por um pai de um aluno qualquer, ou dado pela Acção Social Escolar, é tão vendável como milhares de livros escolares que lá aparecem. E alguns até são identificáveis como pertencendo a Bibliotecas Públicas. O Magalhães à venda na Feira da Ladra é tão negociável como um crucifixo roubado numa capela qualquer, ou qualquer bem com que se possa fazer dinheiro. E se o Expresso não compreende isto, não compreende nada. Ou se para fazer politica partidária escolhe um tema tão pouco sustentável, então bem pode sorrir o Sócrates e o PS. Nenhuma pessoa minimamente inteligente (por definição os leitores do Expresso) se deixarão enredar numa não-notícia destas.
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