segunda-feira, dezembro 19, 2011

E O CANALHA SOU EU?
São conhecidas as minhas posições em relação ás Escolas e aos Professores. E não tenho que ter problemas em dizer que a minha acção pedagógica e didáctica foi sempre reconhecida pelo seu mérito, levando a que em tempo oportuno tivesse vindo a abraçar a Direcção de alguns estabelecimentos escolares, conferido-lhes com o grau de exigência com que desenvolvi a minha actividade uma qualidade que foi reconhecida por pares e iguais e ainda pelas estruturas Regionais e Centrais do Ministério da Educação. As escolas onde trabalhei foram reconhecidas e reputadas de mérito, respeitadas por todos. Com o respeito da Escola ganharam os professores que lá trabalharam protegidos pelo rigor da sua organização gerador de eficácia e pelas atitudes disciplinares e disciplinadores que todos desenvolviam.
Por tudo isto penso que conquistei o direito a aplaudir o que considero errado, e a vaiar o que considero errado. Nem sempre isto foi aqui percebido. Infelizmente no meu país quando é exercido o direito à critica isso é entendido como um ataque pessoal. O Corporativismo que foi sendo desenvolvido durante quase meio século em Portugal, deixou marcas perenes que ainda hoje se sentem. Por isso os sindicatos se descredibilizaram e a defesa dos professores que desenvolvem uma luta diária por um caminho sério, digno e competente para os seus alunos, não é ouvido e se o é, não é entendido. És professor tens de defender os professores, mesmo aqueles que em cada dia colocam em causa a dignidade do Ensino.
Dir-me-ão que os maus exemplos começam nos mais altos responsáveis do ME. É verdade. Mas a nossa voz só será ouvida e entendida se formos os primeiros a com honestidade, rigor e competência executarmos a nossa acção pedagógica. Nem todos os nossos alunos irão ser licenciados. Mas todos eles podem vir a ser homens dignos e competentes nas actividades que vierem a desenvolver.
Hoje está mais claro o que eu pretendia ao defender uma Escola acima de todas as suspeitas. Professores com direitos e deveres e que não se escudassem em iniciativas laborais de exigência para esconderem as suas insuficiências quer de Formação de base, quer de Formação em exercício. Sempre que os professores enganaram o Ministério com currículos da treta para atingirem objectivos pessoais escusos, estavam cavando a sepultura de um sistema que não suportava tanta “formação” para encher currículos. Ao seguirem esse caminho, os candidatos a professores e sobretudo os professores, estavam a cavar o fim da época de “oiro” de sua actividade profissional.
Agora o Primeiro Ministro manda-os emigrar e trabalharem lá para fora para ganharem o seu sustento. Este é o 1º passo para toda uma série de perda de direitos em que se irão debater. Curiosamente aqui há 2 anos atrás, os sindicatos com o apoio da imprensa escrita e televisionada organizaram as maiores manifestações de que há memória. Agora comem e calam. Não há dúvidas que temos o que merecemos. E eu não retiro uma vírgula a tudo quanto venho dizendo sobre escolas e professores nos últimos sete anos.

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