quarta-feira, dezembro 20, 2017


É TEMPO DE REVIVALISMOS

È tempo de Natal e tempo de recordações nos assaltarem. Quando não somos nós a desenterrá-las no mais fundo do baú das nossas memórias, são farrapos do passado que nos assaltam sem estarmos preparados para isso.

Um destes dias recebi uma mensagem através deste blog de uma pessoa que há cerca (ou há mais) de 40 anos eu não sabia dela. Refiro-me ao Lino Sebastião que foi aqui funcionário bancário do Banco Pinto de Magalhães. Ele acabou por sair de Peniche para uma outra localidade, e só a mulher dele que também era professora aqui na Zona Oeste fui encontrando esporadicamente.

Pois o Lino contactou comigo porque mantém em poder dele algum do espólio da Húmus, cooperativa livreira criada nos tempos do anterior regime, que por extinção decretada pela PIDE/DGS veio a dar origem à livraria Arco Íris.

O Lino como veio percebendo que eu gostava de ir transmitindo acontecimentos do passado que determinaram muito do presente de Peniche hoje, sugeriu-me que nos encontrássemos para analisar aquele espólio e percebermos se em parte terá utilidade para este

Incipiente “contador de histórias”.

Esse espólio refere-se aos aspectos mais específicos da contabilidade da Húmus e da livraria que lhe sucedeu. Isso não significa que não possam vir a ser úteis para conhecer melhor os anos 60 e 70 de Peniche e das suas gentes. Mas o que este encontro a concretizar valerá mais é pelas memórias que nos irá suscitar. As gentes que conhecemos e com quem colaborámos em actividades ditas mais ou menos subversivas na altura.

O Lino fazia da parte daquele grupo de actividades mais intensas onde estavam os Carlos, o Mota e o Vital, o Adelino leitão, o Desejável, o Delgado, o inevitável Zé Rosa e tantos, tantos outros que quiseram e souberam fazer de uma vida solidária o seu objectivo.

Ao contrário do que é hoje imaginável os telefones eram um bem de luxo. Não existiam telemóveis, nem internet. O livro era o grande educador e os jornais a melhor de todas as fontes de informação.     

2 comentários:

Unknown disse...


Os revivalismos são-nos sempre gratos.

Os livros eram o pão que tínhamos de proteger das aves de rapina.

Os jornais careciam da arte de saber ler nas linhas e entrelinhas.


Um abraço
Lino

Unknown disse...

E as mulheres da Húmus?