quarta-feira, dezembro 13, 2017


PORQUE NÃO SOU CRISTÃO

”A época das pessoas distintas, receio-o, está quase a terminar. Duas coisas contribuem para isso. A primeira é a crença de que não há mal em  se ser feliz contanto que ninguém sofra com isso; a segunda é a aversão pela impostura, aversão essa que é tanto de índole estética como moral..

..No fundo,  o que há com as pessoas requintadas é que elas odeiam a vida, tal como esta se manifesta nas tendências para a cooperação,na ruidosa vivacidade das crianças e, sobretudo, no que se refere ao sexo, pensando que tudo isso é produto de uma obsessão. Numa palavra, pessoas distintas são aquelas que têm as mentes mais repugnantes.”  

Sir Bertrand Russel

O livro que empresta o título à minha conversa de hoje, tal como “O Drama de Jean Barrois” terão contribuído de forma decisiva para o esfumar da minha fé em Deus e nas religiões como testemunho de crença em algo para além da vida.

Claro que tenho um grande e enorme respeito por aqueles que têm fé. Quer acreditem num deus ou em muitos. As religiões tornaram-se em determinados momentos a única forma de aliciar a humanidade para o bem comum.

Acima de tudo acredito na capacidade do Homem de se regenerar. Seja ele cristão ou muçulmano. Seja ele budista ou ateu. O homem enquanto factor determinante da bondade é que me move.

Por isso não posso deixar de ter vómitos quando vejo pessoas ministrarem aquilo que dizem ser sacramentos e depois se comportarem como se fossem demónios. Os padrecas que abençoam os que vão ser fuzilados. Ou que abençoam as tropas antes de irem para a guerra. O que separa estes filhos da mãe dos ministros do Daesh que oferecem 7 rapariguinhas virgens no paraíso a quem morrer em nome da sua fé?

Vem tudo isto a propósito do ódio destilado por certos (falsos) cristãos quando as coisas não lhes correm de feição. Seja na vida empresarial, seja nas actividades sociais, seja nas causas políticas. Destilam ódio. Manifestam-se com raiva. Expelem fel por todos os seus poros. Esquecem-se do amor à comunidade que deveria presidir aos seus actos. Formam-se nebulosas nas suas retinas que não lhes permitem ver que à sua frente está um outro ser humano. È o momento em que amar a Deus sobre todas as coisas e aos outros como a si mesmo passa a fazer parte olvidada das suas idiossincrasias para se fixarem em si mesmos. È o momento em que deixam de ser cristãos para passarem ao requinte que nunca as abandonou de facto, por mais orações que os seus lábios pronunciem. Vemos então a sua busca desenfreada pelo poder e pela grandeza que acham que lhes é hereditária e própria de si pelo nascimento. E se sentem apoio à sua volta, com um séquito a que julgam ter direito tornam-se então soldados romanos para EM VEZ DE CELEBRAREM O ADVENTO SE VANGLORIAREM PELA PÁSCOA.

Não sou cristão porque não sou capaz de mentir de mim para mim. Acredito acima de tudo no Homem. Não acredito em falsos profetas. Não acredito em falsos diáconos, nem em padres que fazem pactos com o demo. Acredito na bondade e no amor. Acredito na alegria. Odeio a hipocrisia.     

 

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