“VIVA A MORTE”
Em 12 de Outubro de 1936, o General fascista Millán Astray na Universidade de Salamanca pronunciou a celebérrima frase: Muera la Inteligentia! ViVa la Muerte!” Declaro em pleno uso das minhas faculdades mentais que acredito firmemente que só quem odeia a humanidade pode acreditar na Guerra.
Acredito que todas as guerras são injustas. Acredito que em todas as guerras se cometem atrocidades. Acredito que em nenhuma guerra alguém pode sair vencedor. Acredito que só seres vis e odiosos podem crer que pela força das armas se poderá impor a razão sobre o pensamento Livre.
Acredito que todas as guerras geram só perdedores e que só quem se opõe à barbárie pode sair a ganhar na disputa entre os homens.
Acreditar que numa qualquer guerra existem inocentes é tentar desculpabilizar o caos. Só os que têm consciência do erro que é participar numa guerra, podem recuperar a sua humanidade ferida em algo que nunca lhes deveria ter acontecido.
Pensar em glorificar a Guerra é o mesmo que passar uma esponja sobre crianças feridas e mortas. Sobre mães que perderam os seus filhos. Sobre mulheres que ficaram viúvas. Esquecer isto, ou celebrar a guerra, não é mais que evocar os demónios do passado e acarinhá-los no coração daqueles que deveriam ter vivido em harmonia com outros amigos e, juntos, construírem um futuro melhor.
Não aceito a glorificação de combatentes nem de guerras. Venham essas honras da parte do poder político ou religioso.
Só a vida merece ser glorificada. Com isso me identifico e por isso me bato.
Deixo este texto aqui num abraço solidário com António Lobo Antunes
1 comentário:
Olá,
Também me identifico com tudo o que escreveste...que bom existires, para mencionares tudo o que eu penso.
Obrigada,
Belmira Estrela Camarão Cardoso
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