HISTÓRIAS MALCHEIROSAS
“Se a merda valesse dinheiro, os pobres não tinham cú – dito popular”
Tenho um amigo que nasceu pobre, um entre muitos irmãos, todos condenados a roubar peixe na ribeira em pequenos, a trabalhar na pesca eles e nas redes elas. Esse meu amigo que pelas suas características sempre foi muito valorizado por todos os que o conheciam, tornando-se uma criança querida por todos e um jovem que era disputado nas “futeboladas” e noutras andanças juvenis.
Já homem, em amena cavaqueira num grupo de amigos em que eu me incluía acabou por nos contar que muito pequeno pensava que os ricos “não cagavam”. Achava o acto tão sórdido e tão porco que acreditava, que quem tinha muito dinheiro teria processos diferentes para aquele acto que os pobres usavam.
Vem esta malcheirosa conversa a propósito de uma notícia que os jornais têm feito circular sobre um leilão em que foi posta à venda uma sanita que pertenceu ao Beatle desaparecido, John Lennon. Ao que parece essa sanita rendeu em hasta pública qualquer coisa como 11,5 mil euros.
Tantos anos depois o meu amigo veio a comprovar afinal que de facto os ricos não “cagam” como “à gente”. Afinal a merda para eles rende dinheiro. Para que é que nós simples mortais afinal temos cú? Mais vale mandar cosê-lo.
segunda-feira, agosto 30, 2010
sábado, agosto 28, 2010
Mais uma de alentejanos...
Dois alentejanos, zangados há muito tempo, passam um pelo outro, num caminho.
Um deles leva um bovino à frente.
Diz o outro:
- Atão, vais passear o boi?
O outro, muito admirado:
- Atão essa agora, compadre? A gente nã se fala há tanto tempo, e vem agora cá com conversas! Além do mais enganou-se isto nã é um boi, é uma vaca.
Resposta do primeiro:
- Ê cá nã falê consigo. Foi com a vaca!
Dois alentejanos, zangados há muito tempo, passam um pelo outro, num caminho.
Um deles leva um bovino à frente.
Diz o outro:
- Atão, vais passear o boi?
O outro, muito admirado:
- Atão essa agora, compadre? A gente nã se fala há tanto tempo, e vem agora cá com conversas! Além do mais enganou-se isto nã é um boi, é uma vaca.
Resposta do primeiro:
- Ê cá nã falê consigo. Foi com a vaca!
sexta-feira, agosto 27, 2010
“VIVA A MORTE”
Em 12 de Outubro de 1936, o General fascista Millán Astray na Universidade de Salamanca pronunciou a celebérrima frase: Muera la Inteligentia! ViVa la Muerte!”
Declaro em pleno uso das minhas faculdades mentais que acredito firmemente que só quem odeia a humanidade pode acreditar na Guerra.
Acredito que todas as guerras são injustas. Acredito que em todas as guerras se cometem atrocidades. Acredito que em nenhuma guerra alguém pode sair vencedor. Acredito que só seres vis e odiosos podem crer que pela força das armas se poderá impor a razão sobre o pensamento Livre.
Acredito que todas as guerras geram só perdedores e que só quem se opõe à barbárie pode sair a ganhar na disputa entre os homens.
Acreditar que numa qualquer guerra existem inocentes é tentar desculpabilizar o caos. Só os que têm consciência do erro que é participar numa guerra, podem recuperar a sua humanidade ferida em algo que nunca lhes deveria ter acontecido.
Pensar em glorificar a Guerra é o mesmo que passar uma esponja sobre crianças feridas e mortas. Sobre mães que perderam os seus filhos. Sobre mulheres que ficaram viúvas. Esquecer isto, ou celebrar a guerra, não é mais que evocar os demónios do passado e acarinhá-los no coração daqueles que deveriam ter vivido em harmonia com outros amigos e, juntos, construírem um futuro melhor.
Não aceito a glorificação de combatentes nem de guerras. Venham essas honras da parte do poder político ou religioso.
Só a vida merece ser glorificada. Com isso me identifico e por isso me bato.
Deixo este texto aqui num abraço solidário com António Lobo Antunes
Em 12 de Outubro de 1936, o General fascista Millán Astray na Universidade de Salamanca pronunciou a celebérrima frase: Muera la Inteligentia! ViVa la Muerte!”
Declaro em pleno uso das minhas faculdades mentais que acredito firmemente que só quem odeia a humanidade pode acreditar na Guerra.Acredito que todas as guerras são injustas. Acredito que em todas as guerras se cometem atrocidades. Acredito que em nenhuma guerra alguém pode sair vencedor. Acredito que só seres vis e odiosos podem crer que pela força das armas se poderá impor a razão sobre o pensamento Livre.
Acredito que todas as guerras geram só perdedores e que só quem se opõe à barbárie pode sair a ganhar na disputa entre os homens.
Acreditar que numa qualquer guerra existem inocentes é tentar desculpabilizar o caos. Só os que têm consciência do erro que é participar numa guerra, podem recuperar a sua humanidade ferida em algo que nunca lhes deveria ter acontecido.
Pensar em glorificar a Guerra é o mesmo que passar uma esponja sobre crianças feridas e mortas. Sobre mães que perderam os seus filhos. Sobre mulheres que ficaram viúvas. Esquecer isto, ou celebrar a guerra, não é mais que evocar os demónios do passado e acarinhá-los no coração daqueles que deveriam ter vivido em harmonia com outros amigos e, juntos, construírem um futuro melhor.
Não aceito a glorificação de combatentes nem de guerras. Venham essas honras da parte do poder político ou religioso.
Só a vida merece ser glorificada. Com isso me identifico e por isso me bato.
Deixo este texto aqui num abraço solidário com António Lobo Antunes
quinta-feira, agosto 26, 2010
O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO
Todos os dias me pergunto se saber pode ajudar a perceber. Se sei ler o que leio, tendo a consciência que saber ler é compreender o significante do emaranhado de letras e símbolos que se amontoam ante os meus olhos. Se o meu cérebro está preparado para receber o que o vai pondo à prova.
Sou eu que estou aqui a percorrer autores e escreveres que me ponho em causa. E não o que leio. E hoje já li do Franco Nogueira uns capítulos sobre a vida e obra do Salazar. Li o livrinho que o DN vai oferecendo para as férias, li um jornal diário e li mais 2 capítulos do Ulisses.
Mas a propósito do aniversário da Morte do Vinicius de Morais, li um seu poema que me deixou em transe. Desfilaram perante mim uma série de ideias e imagens há muito esquecidas.
Deixo-vos esses versos com uma vontade sincera que eles sejam tão perturbadores como o foram para mim. Na certeza de que só o que nos surpreende vale a pena.
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
Todos os dias me pergunto se saber pode ajudar a perceber. Se sei ler o que leio, tendo a consciência que saber ler é compreender o significante do emaranhado de letras e símbolos que se amontoam ante os meus olhos. Se o meu cérebro está preparado para receber o que o vai pondo à prova.
Sou eu que estou aqui a percorrer autores e escreveres que me ponho em causa. E não o que leio. E hoje já li do Franco Nogueira uns capítulos sobre a vida e obra do Salazar. Li o livrinho que o DN vai oferecendo para as férias, li um jornal diário e li mais 2 capítulos do Ulisses.
Mas a propósito do aniversário da Morte do Vinicius de Morais, li um seu poema que me deixou em transe. Desfilaram perante mim uma série de ideias e imagens há muito esquecidas.
Deixo-vos esses versos com uma vontade sincera que eles sejam tão perturbadores como o foram para mim. Na certeza de que só o que nos surpreende vale a pena.
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
quarta-feira, agosto 25, 2010
OH! ESQUERDA QUE JÁ FOSTE…
Cada vez faz menos sentido falar politicamente em esquerda e em direita. Poderá na melhor das hipóteses falar-se em estado social versus estado liberal. Não é difícil compreender este diluir das ideologias e das simpatias que no passado suscitaram.
Um mercado de trabalho cada vez mais exíguo que não garante sequer aos mais preparados emprego em que possam colocar as suas capacidades a serem avaliadas. A mão-de-obra barata em países pouco desenvolvidos e pouco qualificados é a única que ainda sacia a fome de países e multinacionais com apetites vampirescos.
O mundo já não se divide entre trabalhadores (no sentido operário do termo) e patronato. Entre esquerda e direita. Divide-se entre ricos e pobres. Os pobres multiplicam-se e os ricos são cada vez mais um grupo restrito.
Só existe uma forma de sobreviver. Esperar as migalhas que sobram das mesas dos ricos e apará-las de joelhos no chão. Metaforicamente estou a falar do poder político. Que é exercido por aqueles que não podendo sentar-se em mesas faustosas, exercem aquela parte do exercício do poder que aos ricos incomodo e faz pele de galinha. Contentam-se então com jantares em restaurantes plebeus, ou em festas em aldeias definhadas, ou em exercícios de carnavais onde cantam e dançam, deixando para os seus senhores outras andanças mais seguras e que cheirem menos a povo.
É o caso das próximas eleições presidenciais. A Frente Nacional Liberal apresenta-se com o seu candidato natural que assegura o poder vigente embora vá distribuindo alguns caramelos espanhóis ao Zé Povinho. O Grupo Recreativo dos Compadres pelo contrário apresenta-se dividido. Ele é o candidato Alegre que se segura nos que repudia para não perder tudo o que já teve. Ele é o candidato Nobre pelos detentores das Humanidades e das causas simbólicas. Ele é o candidato Defensor de Si Próprio em nome de causas que todos desconhecemos. Ele é o Ti Chico Lopes que nem a si próprio se representa quanto mais qualquer ideia, projecto ou causa significante nos tempos que correm. Falta ainda o candidato do Grupo dos Vencidos da Vida que existe em nome de todos os perdem e onde o Prof. Garcia Pereira encarna e desenvolve o seu elogio fúnebre.
Enfim. Brincadeiras que os ricos oferecem aos pobrezinhos para se irem entretendo enquanto aguardam melhores dias numa manhã de nevoeiro.
Cada vez faz menos sentido falar politicamente em esquerda e em direita. Poderá na melhor das hipóteses falar-se em estado social versus estado liberal. Não é difícil compreender este diluir das ideologias e das simpatias que no passado suscitaram.
Um mercado de trabalho cada vez mais exíguo que não garante sequer aos mais preparados emprego em que possam colocar as suas capacidades a serem avaliadas. A mão-de-obra barata em países pouco desenvolvidos e pouco qualificados é a única que ainda sacia a fome de países e multinacionais com apetites vampirescos.
O mundo já não se divide entre trabalhadores (no sentido operário do termo) e patronato. Entre esquerda e direita. Divide-se entre ricos e pobres. Os pobres multiplicam-se e os ricos são cada vez mais um grupo restrito.
Só existe uma forma de sobreviver. Esperar as migalhas que sobram das mesas dos ricos e apará-las de joelhos no chão. Metaforicamente estou a falar do poder político. Que é exercido por aqueles que não podendo sentar-se em mesas faustosas, exercem aquela parte do exercício do poder que aos ricos incomodo e faz pele de galinha. Contentam-se então com jantares em restaurantes plebeus, ou em festas em aldeias definhadas, ou em exercícios de carnavais onde cantam e dançam, deixando para os seus senhores outras andanças mais seguras e que cheirem menos a povo.
É o caso das próximas eleições presidenciais. A Frente Nacional Liberal apresenta-se com o seu candidato natural que assegura o poder vigente embora vá distribuindo alguns caramelos espanhóis ao Zé Povinho. O Grupo Recreativo dos Compadres pelo contrário apresenta-se dividido. Ele é o candidato Alegre que se segura nos que repudia para não perder tudo o que já teve. Ele é o candidato Nobre pelos detentores das Humanidades e das causas simbólicas. Ele é o candidato Defensor de Si Próprio em nome de causas que todos desconhecemos. Ele é o Ti Chico Lopes que nem a si próprio se representa quanto mais qualquer ideia, projecto ou causa significante nos tempos que correm. Falta ainda o candidato do Grupo dos Vencidos da Vida que existe em nome de todos os perdem e onde o Prof. Garcia Pereira encarna e desenvolve o seu elogio fúnebre.
Enfim. Brincadeiras que os ricos oferecem aos pobrezinhos para se irem entretendo enquanto aguardam melhores dias numa manhã de nevoeiro.
segunda-feira, agosto 23, 2010
AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS
Finalmente ( e aqui não se pode utilizar a expressão de que mais vale tarde que nunca), foi publicada a listagem do encerramento de escolas o que, por respeito às crianças, aos seus encarregados de educação e aos municípios deveria ter acontecido no arranque do ano lectivo anterior ou pelo menos no seu final.
Planear e programar são palavras que não fazem parte nem do dicionário do ME, nem dos vários governos que se sucedem no nosso país. Não espanta por isso a nossa ineficácia. Mas adiante.
Sempre ouvi colegas meus reclamarem do seu isolamento. E da dificuldade que é abrir perspectivas (janelas para o mundo) em lugares perdidos e em que a meia dúzia de crianças que frequentam a escola passam meses e às vezes anos sem contacto com novos modelos didácticos. Também os professores sem qualquer possibilidade de contacto humano regular com pares e iguais se vão atrasando na sua Formação Contínua, tornando-se exactamente iguais ao que foram os seus professores e os professores dos seus professores.
Saída a reforma logística não seria de esperar outra coisa que não o coro de queixas que atravessa de forma sempre igual os habituais litanistas da desgraça. A Fenprof faz coro com o PCP e diz que está tudo mal. A Confap por isto e o PSD por aquilo, a ANMP porque sim e o CDS porque também. O BE porque quanto pior melhor e os habituais Velhos do Restelo vão perorando contra, porque importa nunca ser a favor.
Num concelho como o de Peniche que se atravessa de Norte a Sul em 15 min, ou de Leste a Oeste em menos tempo que isso, é incompreensível (?) 30 alunos no conjunto das Escolas Bufarda/Bolhos, 7 alunos na Coimbrã que emparceira com a Atouguia da Baleia, ou 34 em Reinaldes/Ribafria. De todos estes conjuntos só um deu origem a um único.
Percebemos porquê. É uma questão de sensibilidade política. E a Atouguia da Baleia continua a ser um bico-de-obra para quem quer ganhar o Executivo Municipal.
Duma coisa eu sei. Não acompanhando os avanços que vão sendo possíveis podem ganhar-se eleições, mas perde-se inevitavelmente o futuro deste concelho.
Finalmente ( e aqui não se pode utilizar a expressão de que mais vale tarde que nunca), foi publicada a listagem do encerramento de escolas o que, por respeito às crianças, aos seus encarregados de educação e aos municípios deveria ter acontecido no arranque do ano lectivo anterior ou pelo menos no seu final.
Planear e programar são palavras que não fazem parte nem do dicionário do ME, nem dos vários governos que se sucedem no nosso país. Não espanta por isso a nossa ineficácia. Mas adiante.
Sempre ouvi colegas meus reclamarem do seu isolamento. E da dificuldade que é abrir perspectivas (janelas para o mundo) em lugares perdidos e em que a meia dúzia de crianças que frequentam a escola passam meses e às vezes anos sem contacto com novos modelos didácticos. Também os professores sem qualquer possibilidade de contacto humano regular com pares e iguais se vão atrasando na sua Formação Contínua, tornando-se exactamente iguais ao que foram os seus professores e os professores dos seus professores.
Saída a reforma logística não seria de esperar outra coisa que não o coro de queixas que atravessa de forma sempre igual os habituais litanistas da desgraça. A Fenprof faz coro com o PCP e diz que está tudo mal. A Confap por isto e o PSD por aquilo, a ANMP porque sim e o CDS porque também. O BE porque quanto pior melhor e os habituais Velhos do Restelo vão perorando contra, porque importa nunca ser a favor.
Num concelho como o de Peniche que se atravessa de Norte a Sul em 15 min, ou de Leste a Oeste em menos tempo que isso, é incompreensível (?) 30 alunos no conjunto das Escolas Bufarda/Bolhos, 7 alunos na Coimbrã que emparceira com a Atouguia da Baleia, ou 34 em Reinaldes/Ribafria. De todos estes conjuntos só um deu origem a um único.
Percebemos porquê. É uma questão de sensibilidade política. E a Atouguia da Baleia continua a ser um bico-de-obra para quem quer ganhar o Executivo Municipal.
Duma coisa eu sei. Não acompanhando os avanços que vão sendo possíveis podem ganhar-se eleições, mas perde-se inevitavelmente o futuro deste concelho.
domingo, agosto 22, 2010
sábado, agosto 21, 2010
sexta-feira, agosto 20, 2010
HISTÓRIAS DA MINHA RUA
A BEATA
A História foi contada à minha mulher pela minha vizinha, a Graciete “da Cerca” e ocorreu numa manhã em que ela vinha do Mercado num destes dias de Agosto. Terminadas as compras regressava a casa no seu passo já não muito regular subindo a Rua 1º de Dezembro quando foi abordada por dois jovens rapazes.
- A senhora não tem aí 20 cêntimos para comprar um papo-seco para matarmos a fome?
- Oh filhos! Venho agora do mercado e não tenho dinheiro nenhum.
- Veja lá bem, são só 20 cêntimos.
- Não preciso de ver eu sei que não tenho…
- Parece impossível que não queira dar 20 cêntimos a dois pobres diabos cheios de fome. Anda esta beata religiosa sempre nas missas e não dá de comer a quem tem fome.
A história foi contada sem azedume nem má-vontade. Talvez até com um certo carinho pela saída dos jovens que ela não conhecia, mas que a conheciam a ela. O não ir à carteira tinha mais a ver que os rapazes se aproveitassem da sua idade e lha tirassem, sem que ela pudesse sequer tentar um gesto de defesa. Mas até lhes achou graça. E depois de tudo passado teve pena de não poder saber se era seguro dar-lhes o dinheiro para o pão. Mas os tempos vão difíceis para quem confia…
A BEATA
A História foi contada à minha mulher pela minha vizinha, a Graciete “da Cerca” e ocorreu numa manhã em que ela vinha do Mercado num destes dias de Agosto. Terminadas as compras regressava a casa no seu passo já não muito regular subindo a Rua 1º de Dezembro quando foi abordada por dois jovens rapazes.
- A senhora não tem aí 20 cêntimos para comprar um papo-seco para matarmos a fome?
- Oh filhos! Venho agora do mercado e não tenho dinheiro nenhum.
- Veja lá bem, são só 20 cêntimos.
- Não preciso de ver eu sei que não tenho…
- Parece impossível que não queira dar 20 cêntimos a dois pobres diabos cheios de fome. Anda esta beata religiosa sempre nas missas e não dá de comer a quem tem fome.
A história foi contada sem azedume nem má-vontade. Talvez até com um certo carinho pela saída dos jovens que ela não conhecia, mas que a conheciam a ela. O não ir à carteira tinha mais a ver que os rapazes se aproveitassem da sua idade e lha tirassem, sem que ela pudesse sequer tentar um gesto de defesa. Mas até lhes achou graça. E depois de tudo passado teve pena de não poder saber se era seguro dar-lhes o dinheiro para o pão. Mas os tempos vão difíceis para quem confia…
quarta-feira, agosto 18, 2010
segunda-feira, agosto 16, 2010
domingo, agosto 15, 2010
sexta-feira, agosto 13, 2010
CASAS DE PASSARINHOS
Sem PDMs, espúrios e que são postos a correr ao sabor de interesses pessoais ou políticos, os passarinhos quais arquitectos auto-didatas vão enchendo de beleza árvores e campos.
Permita Deus Nosso Senhor, que as Reservas e Ecologistas não metam o nariz neste assunto, porque sanão ainda fazem uma das muitas suas leis espúrias proibindo as avezinhas de "cagarem" fora dos WCs públicos.
Sem PDMs, espúrios e que são postos a correr ao sabor de interesses pessoais ou políticos, os passarinhos quais arquitectos auto-didatas vão enchendo de beleza árvores e campos.
Permita Deus Nosso Senhor, que as Reservas e Ecologistas não metam o nariz neste assunto, porque sanão ainda fazem uma das muitas suas leis espúrias proibindo as avezinhas de "cagarem" fora dos WCs públicos.
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