Nunca
votei neste senhor. Ele apareceu-me à frente numa altura em que eu comecei a
manifestar um grande cepticismo pela política em geral e pelos políticos em
particular. Sobretudo se faziam promessas eleitorais. Tinha tido a minha vacina
nas autárquicas de Peniche. Posto isto vamos falar do que interessa…
- Na
actualidade é espantoso que o português que mais ódios suscita seja o anterior
primeiro-ministro. 138 000 pessoas assinaram uma petição para o impedir de ter
acesso a um programa na RTP.
- Em
2007 Salazar foi eleito “O Maior Português de Sempre” por amostragem da RTP num
concurso realizado com o recurso a chamadas telefónicas e net. Neste mesmo
concurso ficou Álvaro Cunhal em segundo lugar.
- Depois
de tudo o que temos vivido nos últimos 2 anos e meio, a actual coligação PSD/PP
alimenta a esperança (com alguma fundada confiança) de que irão vencer as
próximas eleições europeias.
Ditos
assim estes três postulados parecem saídos de alguma ficção surrealista
construída por Marvel e passada no ano de 4035 num planeta habitado por doentes
mentais em tratamento.
Será que
eles definem o que é o povo português no seu melhor? Somos assim? Ou será que a
explicação de tudo isto será nos erros que foram cometidos na forma como
extrapolamos de uns quantos para o todo? Quero crer que os portugueses saberão
auto regenerar-se. Quero acreditar que somos melhores que aquilo que
demonstramos ser. Quero crer que passado o estado de torpor em que vivemos,
saberemos soltar o grito do Ipiranga que existe em cada um de nós e então
libertos desta apatia, conseguiremos separar as águas e dar o justo valor às
coisas, independentemente das operações preparadas por políticos devassos e
jornalistas corruptos para nos fazerem crer que o nosso destino é sermos servos
da gleba.
Apesar
da loucura que se apossou dos deuses, quero crer que o sonho e a esperança não
morreram de todo para a grande maioria dos portugueses.
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