sexta-feira, junho 27, 2014

ESTA CORRIDA QUE ME MATA
Não me refiro à corrida das Fogueiras. A 35ª. Nem à corrida das Fogueirinhas. A 14ª. Também não me refiro a estas corridas em busca de emprego. Ou de trabalho como preferirem. Se é que isto tem discussão.
Falo desta corrida contra o tempo. Contra a degradação dos corpos. Contra o envelhecimento que a todos atinge. Sendo que alguns fazem disso o seu maior drama. Recordo aqui algumas pessoas que vi envelhecer com dignidade. E outras a quem nem isso foi permitido porque a doença retirou-lhes a parcela de felicidade que deve acompanhar uma vida rica de recordações.

Viver é acreditar. Quem deixa de acreditar em alguma coisa perde a possibilidade de ser feliz. Eu que tive a felicidade de nascer num dos períodos mais ricos da História da Humanidade, assisti ao apogeu e queda de Impérios. Nasci na segunda metade da II Grande Guerra. Pertenci a metade do planeta de terra, que entretanto se unificou e hoje faço parte do todo global. Nasci num país em que o pensamento era pecado e hoje pensa-se sem sequer medir que isso representa uma conquista. Nasci no país da religião única, com crucifixos na sala de aula e vivo num país ecuménico.

Vi “pretos” serem escravizados por “brancos” em África, vejo países africanos a comprarem este país à venda em saldos. O império português, tal como a superioridade moral dos comunistas, foi “chão que deu uvas” até que a liberdade de informar deu as mãos à liberdade de ser informado.

Esta corrida em que tenho participado é imensa e maravilhosa. Assim eu mereça ter participado dela.

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