Não me refiro à corrida das Fogueiras. A 35ª. Nem à corrida das Fogueirinhas. A 14ª. Também não me refiro a estas corridas em busca de emprego. Ou de trabalho como preferirem. Se é que isto tem discussão.
Falo desta corrida contra o tempo. Contra a degradação dos corpos. Contra o envelhecimento que a todos atinge. Sendo que alguns fazem disso o seu maior drama. Recordo aqui algumas pessoas que vi envelhecer com dignidade. E outras a quem nem isso foi permitido porque a doença retirou-lhes a parcela de felicidade que deve acompanhar uma vida rica de recordações.
Viver
é acreditar. Quem deixa de acreditar em alguma coisa perde a possibilidade de
ser feliz. Eu que tive a felicidade de nascer num dos períodos mais ricos da
História da Humanidade, assisti ao apogeu e queda de Impérios. Nasci na segunda
metade da II Grande Guerra. Pertenci a metade do planeta de terra, que
entretanto se unificou e hoje faço parte do todo global. Nasci num país em que
o pensamento era pecado e hoje pensa-se sem sequer medir que isso representa
uma conquista. Nasci no país da religião única, com crucifixos na sala de aula e
vivo num país ecuménico.
Vi
“pretos” serem escravizados por “brancos” em África, vejo países africanos a
comprarem este país à venda em saldos. O império português, tal como a
superioridade moral dos comunistas, foi “chão que deu uvas” até que a liberdade
de informar deu as mãos à liberdade de ser informado.
Esta
corrida em que tenho participado é imensa e maravilhosa. Assim eu mereça ter participado
dela.
Sem comentários:
Enviar um comentário