segunda-feira, novembro 23, 2015


CONFESSO QUE VIVI

Este é o título de um magnífico livro de Paulo Neruda que temo dizer deveria ser de discussão obrigatória nas escolas dos países “ditos” democráticos. Digo que temo, porque ao longo dos últimos 40 anos têm sido tantos os livros que saíram dos nossos currículos que qualquer dia só restarão os discursos do PR para análise.

Mas enfim este título ocorreu-me ao pensar no que os próximos dias nos trarão…

Já aqui contei a história do meu primeiro 1º de Maio quando fui estudar para Lisboa. Foi em Campo de Ourique. Vi nascer ali um comunista. Num trabalhador que ía para casa sossegado e levou com um cacete da polícia de choque. Ergueu-se e gritou para os polícias: “- Morra Salazar! Viva a Liberdade!”.

Lembrei-me disto ao conversar um destes dias com uma colega amiga minha, que me dizia que durante muitos anos se afirmou apolítica. Mas tanta tareia levou destes hipotéticos donos do voto, que decidiu dar o seu contributo a um partido que fora dos governos lhe pareceu capaz de lhe restituir a dignidade. Hoje ao ver a disponibilidade para negociar uma alternativa a esta podridão sente-se feliz e intolerante. Feliz porque antevê uma resposta ao orgulho que ainda lhe resta. Intolerante, para quem ameaça com um medo doentio para evitar a sua perda de influência.

Veremos se frutifica a esperança ou se definitivamente só nos resta o que só nos falta quando tudo se perdeu.   
PS: Hoje ,o ainda PR decidiu entrar definitivamente na História do nosso país, pela porta mais pequena. Quem ainda não leu "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel, que o adquira à pressa e o leia.  Quem ambicionou ser capaz de uma atitude de mérito de ACS, perdeu de todo a face.

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