quarta-feira, novembro 25, 2015


PENICHE: - NA ROTA DO SURF

Este é o lugar comum que se ouve há alguns anos (poucos) em Peniche.

Nos últimos 60 anos e muito antes de se tornar um desporto de massas, ou de uma moda, o surf era uma forma de viver para os jovens australianos, suecos e alemães que viviam de Setembro a Março nas carrinhas pão de forma na Praia do Molhe Leste, e onde praticavam o seu estar, bem como mais acima onde se passou a designar como a Praia dos Supertubos.

Na altura eram os turistas de pé descalço e os jovens cabeludos. Mas eles ignoravam tudo e todos sem nunca serem arrogantes, e praticavam a sua religião (o surf) de forma bem mística e incompreensível numa terra fechada (Peniche) e num país obsoleto e caduco.

Tudo mudou e não foram os que nos visitavam.

Quando participei na minha aventura autárquica em 1999 tomei conhecimento de um primeiro estudo estratégico para o Concelho de Peniche elaborado ao que me recordo a propósito do PDM.

A seguir e já não sei porquê, foi elaborado um novo estudo estratégico de que ainda tenho uma cópia. Nesse que acompanhei mais de perto estiveram envolvidos múltiplas entidades e instituições, envolvia o Concelho de Peniche numa análise global que abrangia todo o Distrito de Leiria. Pretendia ao que me recordo ter uma visão integrada e globalizadora de todo o Distrito. O responsável por este estudo era ao que me recordo uma empresa onde pontificava um economista em tempos ligado ao PS de nome Augusto Mateus. Foi com base nesse suporte que o hoje candidato a PR Henrique Neto lançou a sua tese de um porto de águas profundas para a baía de Peniche.

 

Agora, sem estudos nem planos estratégicos, por vontade expressa de um autarca em final de mandato, é lançado um projecto visando uma âncora para o surf no valor de 5 milhões de euros, dos quais 1,8 milhões são financiados com fundos comunitários. Não é dito quanto destes 5 milhões são investimento directo e indirecto da autarquia.

Quanto disto tudo será verdade? E qual o papel de cada um neste propósito? Agora e depois do mandato.

Mais importante do que saber onde estão as pessoas no agora é estar vivo para saber o que lhes aconteceu no depois.      

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