sexta-feira, julho 22, 2016


NOSTALGIA

Deu-me hoje um ataque de nostalgia. Recordei os meus tempos de menino aqui na rua com todos aqueles que agora já aqui não vivem. Resta-mos eu e a D. Lélé Salvador e a Laura. Desde o início da rua até ao Largo de S. Paulo. Não resta mais ninguém. Um destes dias nem elas nem eu. O que fica já não tem qualquer ligação a momentos que eu teimo em recordar. Vi há dias também o Idinho. Que morava na rua lá detrás. Assim se chamava a rua Garrett que então praticamente não tinha crianças. Era habitada quase só por velhos. A excepção era o Idinho. E mais um ou outro. Era uma rua para os jogos de futebol. De hóquei. De policias e ladrões. Do jogo da mãe. Dos botões e dos bonecos. E da fazenda do Zé Acúrcio. Não havia avenida das escolas.

As velhas aqui destas ruas odiavam-nos. Partíamos vidros. Tocávamos às campainhas. Matávamos pintos e corríamos atrás das galinhas que acabavam por desaparecer.

E havia a Maria Amarela/ À porta assentada… a fazer alpergatas.

Lembrei-me mais das outras pessoas de fora que das de família. Da Maria Algarvia. Do Zé Ferreira. Das meias quartas de café. Do meu avô e dos selos.

Recordei alguns e uma fotografia que ainda fui a tempo de fazer que juntou duas das pessoas queridas desse tempo de uma última vez que vi uma incursão de uma delas nestes sítios.
A foto fixa o Tóino Roncolho e a Maria da BoaViagem. Dois amigos queridos desses tempos. O Tóino e o Quinzico já se foram. E o Marciano. Aqui estou eu com um dos meus últimos registos a fixar um tempo que já me desafia a memória.

Amo esse tempo e o que ele me ensinou.         

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