NOSTALGIA
Deu-me hoje
um ataque de nostalgia. Recordei os meus tempos de menino aqui na rua com todos
aqueles que agora já aqui não vivem. Resta-mos eu e a D. Lélé Salvador e a
Laura. Desde o início da rua até ao Largo de S. Paulo. Não resta mais ninguém.
Um destes dias nem elas nem eu. O que fica já não tem qualquer ligação a
momentos que eu teimo em recordar. Vi há dias também o Idinho. Que morava na
rua lá detrás. Assim se chamava a rua Garrett que então praticamente não tinha
crianças. Era habitada quase só por velhos. A excepção era o Idinho. E mais um
ou outro. Era uma rua para os jogos de futebol. De hóquei. De policias e
ladrões. Do jogo da mãe. Dos botões e dos bonecos. E da fazenda do Zé Acúrcio.
Não havia avenida das escolas.
As velhas
aqui destas ruas odiavam-nos. Partíamos vidros. Tocávamos às campainhas.
Matávamos pintos e corríamos atrás das galinhas que acabavam por desaparecer.
E havia a
Maria Amarela/ À porta assentada… a fazer alpergatas.
Lembrei-me
mais das outras pessoas de fora que das de família. Da Maria Algarvia. Do Zé
Ferreira. Das meias quartas de café. Do meu avô e dos selos.
Recordei
alguns e uma fotografia que ainda fui a tempo de fazer que juntou duas das
pessoas queridas desse tempo de uma última vez que vi uma incursão de uma delas
nestes sítios.
A foto fixa
o Tóino Roncolho e a Maria da BoaViagem. Dois amigos queridos desses tempos. O
Tóino e o Quinzico já se foram. E o Marciano. Aqui estou eu com um dos meus
últimos registos a fixar um tempo que já me desafia a memória.
Amo esse
tempo e o que ele me ensinou.
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