terça-feira, agosto 08, 2017


O “TADINHO” DO SANTO

Em oposição ao espectáculo musical que foi montado para uma eventual procissão católica, de uma tal “Boa Viagem” na 2ª Feira assisti à procissão dos tristes, dedicada a um santinho de nome Pedro Gonçalves Telmo.

O Pedro Telmo passeou pelas ruas da cidade pouco frequentadas. Traseiras de S. Pedro, rua Garrett, a rua do Marechal e por aí fora até entrar na acolhedora igreja matriz. Pouca polícia porque o nosso Pedro é muito bem comportado. Sem candidatos maiores à autarquia, nem membros actuais . Honra seja feita à Maria João Avelar, Presidente da Assembleia Municipal, que talvez por ser de Peniche de Cima não faltou. Nem ao menos uma representação do Hospital do mesmo nome esteve presente. Os santinhos companheiros do pedro foram os mais “piquininos” que se podiam arranjar possibilitando serem apoiados por criancinhas. E orgulhosa do seu fulgor, lá ia a senhora da Ajuda, que não podia permitir que o Pedro fosse tão abandonado.

O S. Pedro Gonçalves Telmo tenha eu as ideias que tiver é meu amigo de sempre. Gosto dele. Sinto-o um sem-abrigo, um vagabundo, alguém a quem não se liga importância. E no entanto eu apesar disso tudo, ou talvez por isso tudo gosto dele. Pouca gente para o cumprimentar, ou a ver ele passar. Alguns coxos. Outros tantos velhas e velhos e pouco mais. E o pessoalzinho de Peniche de Cima. Não teve direito a coreografia do La Féria, nem a decoradores contratados. Não teve direito a contra-regra nem a carros de som. Não teve direito a montras, nem a grinaldas de flores. Não custou dinheiro nem à Junta, nem à Câmara. A deus o que é de deus e a césar o que é de césar.

Até para o ano Pedro.

 

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