O “TADINHO”
DO SANTO
Em oposição
ao espectáculo musical que foi montado para uma eventual procissão católica, de
uma tal “Boa Viagem” na 2ª Feira assisti à procissão dos tristes, dedicada a um
santinho de nome Pedro Gonçalves Telmo.
O Pedro
Telmo passeou pelas ruas da cidade pouco frequentadas. Traseiras de S. Pedro,
rua Garrett, a rua do Marechal e por aí fora até entrar na acolhedora igreja
matriz. Pouca polícia porque o nosso Pedro é muito bem comportado. Sem
candidatos maiores à autarquia, nem membros actuais . Honra seja feita à Maria
João Avelar, Presidente da Assembleia Municipal, que talvez por ser de Peniche
de Cima não faltou. Nem ao menos uma representação do Hospital do mesmo nome
esteve presente. Os santinhos companheiros do pedro foram os mais “piquininos”
que se podiam arranjar possibilitando serem apoiados por criancinhas. E
orgulhosa do seu fulgor, lá ia a senhora da Ajuda, que não podia permitir que o
Pedro fosse tão abandonado.
O S. Pedro
Gonçalves Telmo tenha eu as ideias que tiver é meu amigo de sempre. Gosto dele.
Sinto-o um sem-abrigo, um vagabundo, alguém a quem não se liga importância. E
no entanto eu apesar disso tudo, ou talvez por isso tudo gosto dele. Pouca
gente para o cumprimentar, ou a ver ele passar. Alguns coxos. Outros tantos
velhas e velhos e pouco mais. E o pessoalzinho de Peniche de Cima. Não teve
direito a coreografia do La Féria, nem a decoradores contratados. Não teve
direito a contra-regra nem a carros de som. Não teve direito a montras, nem a
grinaldas de flores. Não custou dinheiro nem à Junta, nem à Câmara. A deus o
que é de deus e a césar o que é de césar.
Até para o
ano Pedro.
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