segunda-feira, fevereiro 26, 2018


SER PROFESSOR

Ao longo dos anos em que venho mantendo este blog algumas pessoas perguntam-me porque não conto histórias sobre a minha carreira profissional. As histórias mais engraçadas envolvem de alguma maneira ex-alunos o que por razões de ética devo evitar.

Comecei a trabalhar como professor por acidente, em 5 de Janeiro de 1970. Se considerarmos que entrei para o serviço militar obrigatório em 12 de Setembro de 1966 e que saí a 10 de Dezembro de 1969 foram mais 3 anos e qualquer coisa ligados ao estado. E em 1973/74 trabalhei um ano lectivo no Externato Atlântico. Isto significa que a minha vida profissional se desenvolveu sempre ligado ao serviço público. Mas interessante é verificar neste domínio as minhas andanças. E quando hoje se fala de tantas dificuldades, recordo que quando comecei a trabalhar no ensino não se ganhava nas férias. A nossa colocação dependia de renegarmos a ser comunistas. Trabalhar era uma lotaria. As escolas eram incomparavelmente menos do que são hoje e trabalhar perto de casa era praticamente uma utopia. Era o tempo em que a polícia política vigiava os passos dos professores porque não se podia dar ao luxo de ter no regime professores que o contestavam. Para perceberem melhor o que era ser professor publico aqui hoje o meu Registo Biográfico aonde constam as escolas onde trabalhei, as minhas faltas, férias e licenças e os cargos que desempenhei. São 40 anos da minha vida que ponho a nú.




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