SER PROFESSOR
Ao longo
dos anos em que venho mantendo este blog algumas pessoas perguntam-me porque
não conto histórias sobre a minha carreira profissional. As histórias mais
engraçadas envolvem de alguma maneira ex-alunos o que por razões de ética devo
evitar.
Comecei a
trabalhar como professor por acidente, em 5 de Janeiro de 1970. Se
considerarmos que entrei para o serviço militar obrigatório em 12 de Setembro
de 1966 e que saí a 10 de Dezembro de 1969 foram mais 3 anos e qualquer coisa
ligados ao estado. E em 1973/74 trabalhei um ano lectivo no Externato
Atlântico. Isto significa que a minha vida profissional se desenvolveu sempre
ligado ao serviço público. Mas interessante é verificar neste domínio as minhas
andanças. E quando hoje se fala de tantas dificuldades, recordo que quando
comecei a trabalhar no ensino não se ganhava nas férias. A nossa colocação
dependia de renegarmos a ser comunistas. Trabalhar era uma lotaria. As escolas
eram incomparavelmente menos do que são hoje e trabalhar perto de casa era
praticamente uma utopia. Era o tempo em que a polícia política vigiava os
passos dos professores porque não se podia dar ao luxo de ter no regime
professores que o contestavam. Para perceberem melhor o que era ser professor
publico aqui hoje o meu Registo Biográfico aonde constam as escolas onde
trabalhei, as minhas faltas, férias e licenças e os cargos que desempenhei. São
40 anos da minha vida que ponho a nú.
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