“PRO BONO” –
Pelo bem…
Esta é uma
expressão do latim utilizada comumente quando se trata de Justiça, por força da
nomeação de um advogado quando o arguido não tem condições materiais para pagar
um.
No entanto
a sua aplicação é muito mais extensiva que esta. É o caso de milhares de
pessoas que se entregam ao bem comum fazendo parte da direcção de instituições
de caracter social ou recreativo. È o caso de gente que sem qualquer
gratificação ou benefício entrega o seu saber à comunidade orientando jovens em
participações nas mais diversas actividades, desportivas ou outras.
Eu aqui e
agora quero recordar duas pessoas pelo menos que me marcaram desde sempre pela
sua entrega pro bono à comunidade em que viviam.
Recordo os
anos 50 e 60 do século XX, em que a miséria era mais que muita. As doenças só
agravavam a pobreza endémica em que se vivia. E era meio caminho para o caixão.
Muitas pessoas em Peniche, dessas em que a fome e a falta de dinheiro eram
parte integrante da família, achavam que era milagre quando encontravam na rua
o Dr. Bilhau ou o Dr. Pires de Carvalho. Lá faziam as suas queixas certas que
encontrariam uma palavra de conforto, uma consulta pro bono e umas amostras de
medicamentos que lhes iriam aliviar as maleitas. É que aqueles bolsos eram
poços sem fundo de amostras que serviriam sempre para os que não tinham
dinheiro para os irem comprar à PHARMACIA.
Tanta gente
em tantas profissões que oferecem o melhor de si próprios aos outros. Gente de
quem ninguém fala. Gente que dá sem olhar a quem dá. Gente que faz da sua vida
um altar à solidariedade.
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