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Alguns municípios portugueses que assinaram com o Ministério da Educação a transferência de competências deste para as autarquias, vêm agora denunciar esse contrato alegando que não recebem verbas suficientes para poderem ser responsáveis pelo Ensino Básico.
Desde sempre que fui céptico em relação a esses protocolos. Não acredito na capacidade técnica e pedagógica das autarquias para se responsabilizarem pelo acto educativo. As Câmaras Municipais são na sua generalidade fóruns de interesses político-corporativos que vão mudando de sentido com a alternância de quem exerce o poder. E, salvo raras e honrosas excepções a Educação nunca é uma das prioridades do poder político. Se por ela e com ela poder atingir o poder, tanto melhor. Mas uma vez conquistado perde a importância e retoma o seu lugar subalterno. Crianças e jovens até aos 18 anos não votam.
Espero por bem que ao Municípios portugueses denunciem de todo esses contratos.
O Complexo Escolar dos Arcos em Óbidos foi reconhecido pela OCDE como um dos melhores edifícios escolares do mundo. E Óbidos é aqui tão perto. O Presidente da Câmara Municipal de Óbidos (Telmo Faria) é professor. Tem a percepção e a sensibilidade.
Óbidos tem aquilo que falta à maioria das Autarquias: Percepção, sensibilidade, oportunidade e capital humano. Sem ideias e sem coragem não se chega a lado nenhum.
O que é imediato acaba por ser finito. Não perceber isto é condenar o futuro.
Muito gostaria que políticos locais, Pais e Encarregados de Educação, Professores e outros responsáveis fizessem uma visita ao Complexo Educativo dos Arcos. Talvez que com humildade e vontade de ver, aprendessem alguma coisa.
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