sexta-feira, novembro 19, 2010

O PORTO DE ÁGUAS PROFUNDAS
Já li e ouvi afirmações de Vitória sobre o abandono da ideia do porto de águas profundas em detrimento da Praia dos Supertubos. Não houve, tanto quanto sei uma razão de causa e efeito.
O Porto de Águas Profundas nasceu da ideia na altura de reequacionar a localização dos Portos em Portugal, como forma de competir com outros destinos europeus para recepção de mercadorias que atravessassem o Atlântico. Recordo-me desta ser uma bandeira do industrial
Henrique Neto no advento dos Governos socialistas de António Gueterres.
A ideia caiu, tal como o próprio, por razões mais políticas do que de estratégia de desenvolvimento. Na altura pagaram-se por muitos milhares de euros estudos e mais estudos para o Plano de Desenvolvimento Estratégico de Peniche e do Oeste. Desses estudos como de tantas outras iniciativas, não restou senão uma memória efémera e talvez em parte o IP6, a Escola Superior de Tecnologias do Mar e em alguma medida o arranjo do fosso das muralhas.
Também na altura, surgiram localmente alguns slogans sem consequências, com o objectivo de salvar as ondas e as praias dos apetites gulosos dos estrategas de um desenvolvimento então designado por selvagem.
Não houve propriamente um movimento cívico de defesa das praias e das ondas. Existiram isso sim algumas “cenas” de desafio ao poder local e governamental. Designar como Vitória do Surf sobre os contentores, a não-existência do Porto de Águas Profundas não passa de uma figura de retórica interessante, mas que não passa disso mesmo.
Calma pessoal! Com isto não estou a dizer que ganhou ou perdeu a melhor das causas. É mais uma das situações que nunca saberemos. Neste momento há que defender os Supertubos como fonte de crescimento para os desportos náuticos e de estratégia de desenvolvimento turístico. O resto é o mesmo que acreditar em resultados de excelência só porque somos cool.
A ideia do PAP assentava num Pólo de desenvolvimento para Peniche-Cidade que assentava em nós como um destino Atlântico. O que iremos ser, é mais o resultado do que não fomos capazes de ser.
Os estudos sobraram e outros serão feitos e vendidos à medida daquilo que desejarmos que reproduzam. Ficam o Turismo e os Desportos Náuticos investimento em que não utilizámos um cêntimo, porque nos foi legado pela mãe natureza.

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