quinta-feira, novembro 18, 2010

NÃO HÁ GAIVOTAS NO CÉU
Afinal não existirem gaivotas não é tão traumático assim.
O céu é mais azul. As paredes dos prédios ganham em cor. Os carros não parecem camuflados prontos para uma luta de guerrilha. Não sentimos as “cagadelas” a caírem ao nosso lado como petardos.
Estranha-se e depois entranha-se uma qualidade no meio ambiente que em Peniche há muito perdemos. Ainda se as gaivotas surfassem…
Existe pelo menos uma geração de Penicheiros que já não se recorda da sua terra sem os telhados carregados de gaivotas e ninhos, sem os ataques às mulheres que vêm do mercado. Essa praga invadiu o nosso quotidiano de forma absurda. Por mim fiquei feliz por o Arquipélago das Berlengas ter passado ao lado na aceitação dos portugueses que se sentem atraídos pelos recantos mais belos do nosso país.
A Reserva ainda não me fez sentir a “bondade” da sua intervenção nas ilhas. Sinto-a mais como um meio de gerar “coutadas feudais”, com este ou outro nome. Mas se calhar sou suspeito em relação a esta matéria, porque vejo os ambientalistas das Berlengas mais como fanáticos da Al Qaeda, do que como gente empenhada na preservação sustentável das ilhas.
As Gaivotas já existiam na ilha antes da Reserva e nunca incomodaram ninguém na península. Tinha até um certo romantismo o acompanhamento dos barcos de pesca pelas simpáticas aves. Como eram giros os ratos e as lagartixas. E havia um equilíbrio natural. Pescadores, fauna e flora auto-regulavam-se. Agora todos os anos gastam-se milhares de euros para apanhar ovos dos telhados em campanhas há muito perdidas para regular o nascimento daqueles predadores. O trabalho da ASAE compreendo. Ninguém é dono de nada por melhores que sejam as suas intenções. Em França os Sarkozy expulsaram os ciganos. Como se faz para fazer desaparecer as gaivotas e os seus progenitores reservistas? Pode ser que apareça uma dieta mediterrânea desenvolvida à base de gaivota e de ambientalistas. Com a crise que está instalada e a fome (que dizem) lhe anda associada, pode ser que a caça (sem defeso) aos infames passarocos e seus amigos resolva o nosso problema.
PS: Posso parecer demasiado cruel. Perguntem-me quanto me custa por ano o arranjo e limpeza de telhados e a pintura do carro.

1 comentário:

Cabo Carvoeiro disse...

Ha uns anos fui a camara, ja que a PSP nao pode prender as gaivotas, estao protegidas.
A resposta com um ar de gozo da funcionaria: escreva ao SR presidente da camara, ou seja nao me chatei, quem manda aqui somos nos, e as gaivotas nao existem é so o fruto da minha imaginaçao.