APRENDER COM O PASSADO
Para quem necessita de atingir objectivos políticos, nomeadamente o de chegar ao poder é importante não ser cego nem surdo ao passado.
Comecemos por perceber porque é importante chegar ao poder e governar. Fundamentalmente é porque se considera que os princípios que norteiam o candidato levam-no a acreditar que o que defende e advoga será o que melhor defende o bem comum. Isto independentemente de por vezes existirem formas distorcidas de pensar o que é melhor para o bem comum.
Hitler acreditava que o que seria melhor para o bem comum, seria o desenvolvimento da raça ariana e da eliminação de tudo ou de todos que a pudessem constranger. O assassino norueguês também pensa o mesmo e por isso fez o que fez.
Isto é, o bem comum pode ter formas de se manifestar no desejo dos que pretendem atingir o poder, dolorosas ou repugnantes. Os aspirantes ao domínio que se manifesta pelo poder, tendem com o tempo a começar a ouvir as suas vozes interiores e a esquecerem ou a tornarem-se autistas perante o que pensam aqueles que deveriam ser a sua finalidade última. De tanto se tornarem actores e espectadores das suas interpretações tendem a considerar que são eles próprios os melhores intérpretes das necessidades dos que dizem defender. O mesmo acontece com os típicos governantes autoritários e cheios de si próprios que por aí pululam.
Se alguma coisa deveriam aprender com o que aconteceu ao 1º Ministro Sócrates é que ninguém vive impunemente se só se alimentar de si próprio e da imagem que tenta projectar. Nem os média lhes poderão servir de suporte. É que as imagens são efémeras. E o público tem tendência a saltitar de mito em mito, ou de ídolo em ídolo com a mesma velocidade com que as abelhas recolhem de flor em flor o néctar de que se alimentam.
Ninguém sobrevive muito tempo ao seu próprio espectáculo.
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