segunda-feira, novembro 05, 2012

CIGANOS, MARGINAIS & OUTROS QUE TAIS


DECLARAÇÃO
Nasci quando se manifestavam no limite os ódios rácicos contra uma parte da humanidade. 6 milhões de judeus foram vitimas inocentes da vil atitude perante um povo. Antes de eu existir, já muitos milhões de seres humanos tinham perecido por serem de uma religião diferente daquela que era dominante na altura. Ou por terem uma cor de pele diferente.
Já depois de eu nascer centenas de milhares de serem humanos foram torturados ou mortos, por pertencerem a etnias diferentes daquela que era senhora dos territórios, ou por opinarem de forma diferente das formas ideológicas que detinham o poder.
Na minha juventude os negros eram espancados no país da Liberdade, não podiam frequentar as escolas dos brancos e não se podiam sentar nos autocarros perto deles. Mais pertinho de nós, em Luanda e em Lourenço Marques quantos pretos não tiveram que mudar de passeio nas avenidas porque um colono branco não o queria perto dele. E em S. Tomé vi a escravatura nas roças, com estes que a terra há-de comer. As filhas dos negros eram carne ao serviço dos capatazes e os seus pais eram devedores por toda a vida dos proprietários do cacau.
Depois vi milhares, milhões, caminharem para todos os gulags ideológicos que na pátria do dito socialismo foram criados para calar os opositores e no Laos e no Cambodja e na China.

Sem ser necessário ir muito longe, o desmantelamento da Jugoslávia conduziu ao genocídio de povos, ou situações em África deram origem ao extermínio de raças, só porque não eram as mesmas que possuíam as armas e o poder.

Ou mesmo muito mais perto de todos os que vivemos em Peniche, basta ir à Ribeira Velha e olhar para a Fortaleza, tendo ali um exemplo claro do que pode o ódio e a mente abjecta de muitos seres humanos.

A xenofobia política, religiosa, da cor da pele ou da diferença sempre foram anátemas com que se rotularam uns quantos que não se enquadravam nos valores dominantes.
Tudo isto em nome ou da raça, ou da cor da pele, ou da religião, ou do extracto social a que se pertence. Ser cigano, preto, muçulmano, refugiado ou albanês ou sérvio, índio ou católico, muçulmano ou sem-abrigo, indigente ou romeno, marginal ou diferente, são tudo razões para vomitar ódios ou ameaças para quem pensa que o seu bem-estar é posto em causa por força dessas minorias que nos levam as migalhas que o Estado Social consome no apoio que lhes dá.
Quero aqui declarar que sou a favor dos apoios que são prestados a essa gente mesmo que nada façam para os merecerem. Mesmo que não trabalhem. Mesmo que não se insiram na vida das comunidades.
E fico varrido por acessos de loucura sempre que ouço dizer que são essas migalhas que põem em causa o sossego da república. A mim o que me ofende são os Ministros aldrabões e vigaristas, que tiram cursos à “laia da porra” aproveitando-se de benefícios que eles criaram para si próprios. O que me ofende, são ex-ministros e ex-secretários de estado que vivem à tripa-forra com vigarices que desenvolvem em bancos privados que mais não são, do que autênticos assaltos ao povo. Não me chateia o dinheiro dos assaltos ao Multibanco. Chateiam-me são os assaltos que uma cambada de vigaristas me fazem todos os meses na saúde, na educação, nos bens que me pertencem, para eles terem milhares de euros para distribuírem pelos seus protegidos. O Dinheiro dos ciganos e o RSI são trocos em cêntimos perante toda esta roubalheira autorizada que campeia por aí.
Defendo os ciganos e os marginais. Sou solidário com eles. Odeio os políticos que têm destruído o meu país. Não tenho nada contra os custos miseráveis que eles representam para este país, quando comparado com o que os neo-liberais nos roubam todos os dias, na banca, nos grandes monopólios, ou no aparelho do Estado. Também eu sou então marginal. Também eu sou cigano e preto e sem-abrigo e deficiente e romeno indigente e não trabalho e vivo dos apoios que me dão.
In dúbio pro reo.

1 comentário:

Manuel Leonardo disse...





NEOFOBO ?

AGORA ?

Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada