Acompanhei com interesse os cerimoniais de nomeação dos novos cardeais católicos. Não tanto pelo fausto e por existirem 2 falantes da língua lusa, mas pela esperança que sempre acalento de ouvir a palavra do Papa Francisco.
Aí está um homem
a quem se aplica por excelência o velho provérbio chinês: “o que se diz
ouve-se, o que se escreve lê-se e o que se faz vê-se”.
Este Homem
surpreende-me sempre. Falou da caridade. Não da caridade da sopa dos pobres em
si mesma. Mas do amor com que é feita. E doada. Prioritariamente aos
marginalizados. Aos que ostracizamos. Aos que condenamos à fome e humilhamos
todos os dias. Falou da caridade que se tem quando somos ricos e poderosos e
ajudamos a erguer os que estão caídos e sem esperança. Da caridade também entre
nações. E em primeiro lugar das que se unem em torno de ideais de fraternidade
e não das que ao primeiro “espirro” se unem aos fortes contra os poderosos.
“Verdadeiramente,
amados irmãos, é no envangelho dos marginalizados que se joga, descobre e
revela a nossa credibilidade”.
São palavras de
Francisco que eu ouvi. Que o Cardeal nomeado de Portugal ouviu e que eu
esperava ouvir ontem nas suas palavras quando pela primeira vez esteve de cara
a cara com o actual primeiro-ministro de Portugal e do seu putativo sucessor.
Em vão. Concluo pois que aquilo que ouvi e vi foi um teatro de assombrações em período de Carnaval. Não há nada mais triste que a tristeza.
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