quarta-feira, fevereiro 11, 2015

NÃO SOU UM HOMEM DE CONSENSOS
Sou de rupturas. Não por princípio. Mas porque entendo que cada vez mais o preto é preto e o branco é branco. Estamos num tempo em que os cinzentos custam caro.

Vi há poucos dias uma manifestação de professores da área artística manifestando-se à porta do ME porque não recebem vencimentos alguns há mais de 3 meses. Vi um ou outro deputado do BE. Vi o secretário-geral da FENPROF e vi o maestro Vitorino de Almeida. E os outros professores que estão de barriga cheia? Onde a sua solidariedade para com colegas em dificuldades extremas? Isto é cinzento.

Ouço o primeiro ministro de Portugal e mais uns quantos ministros do actual governo referirem-se à Grécia como um país de “merda” que não merece a nossa solidariedade. Mesmo que tenham sido ocupados, roubados e destruídos pela Alemanha Nazi sem direito a uma indeminização compensatória digna desse nome. Mas querem lá os neo-fascistas do nosso governo saber da miséria dos outros… Isto é cinzento.

Vi uma mulher morrer e não sei quantos portugueses condenados a morrer porque o o Ministro da Saúde achou que não podia ceder perante a indústria farmacêutica. E vi que perante esta indignação, um deputado a melhor designação que lhe ocorreu foi chamar àquilo “um circo”. Isto é cinzento.

Vejo o folclore que se monta para cercar um acampamento de ciganos e fazer rusgas e prendê-los. Enquanto os Salgados e os OCostas e os Rendeiros e os Jardins e todos os que os apaparicaram durante anos são recebidos na Assembleia da República como senhores. Enquanto os mexilhões como eu pagam os seus desmandos. Isto é cinzento.

Viva o preto e o branco. Viva o Zé telhado. Longa vida à raça cigana.   

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