Sou de rupturas. Não por princípio. Mas porque entendo que cada vez mais o preto é preto e o branco é branco. Estamos num tempo em que os cinzentos custam caro.
Vi
há poucos dias uma manifestação de professores da área artística manifestando-se
à porta do ME porque não recebem vencimentos alguns há mais de 3 meses. Vi um
ou outro deputado do BE. Vi o secretário-geral da FENPROF e vi o maestro
Vitorino de Almeida. E os outros professores que estão de barriga cheia? Onde a
sua solidariedade para com colegas em dificuldades extremas? Isto é cinzento.
Ouço
o primeiro ministro de Portugal e mais uns quantos ministros do actual governo
referirem-se à Grécia como um país de “merda” que não merece a nossa
solidariedade. Mesmo que tenham sido ocupados, roubados e destruídos pela
Alemanha Nazi sem direito a uma indeminização compensatória digna desse nome.
Mas querem lá os neo-fascistas do nosso governo saber da miséria dos outros…
Isto é cinzento.
Vi
uma mulher morrer e não sei quantos portugueses condenados a morrer porque o o
Ministro da Saúde achou que não podia ceder perante a indústria farmacêutica. E
vi que perante esta indignação, um deputado a melhor designação que lhe ocorreu
foi chamar àquilo “um circo”. Isto é cinzento.
Vejo
o folclore que se monta para cercar um acampamento de ciganos e fazer rusgas e
prendê-los. Enquanto os Salgados e os OCostas e os Rendeiros e os Jardins e
todos os que os apaparicaram durante anos são recebidos na Assembleia da
República como senhores. Enquanto os mexilhões como eu pagam os seus desmandos.
Isto é cinzento.
Viva
o preto e o branco. Viva o Zé telhado. Longa vida à raça cigana.
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