Aos que viveram no tempo do Estado Novo, é fácil recordar quando éramos motivados contra o isolacionismo do regime, em oposição à solidariedade e fraternidade europeia. A Espanha não entrava neste conceito.
Com o 25 de Abril e os expatriados que se refugiaram por toda essa europa vieram conceitos de transnacionalismo e de unidade proletária que abriram os nossos corações e mentes a uma unidade europeia para além de uma mais cuidadosa análise.
E aí
vai. Tornámo-nos europeístas sem sabermos bem o que isso significava. Abatemos
barcos, os campos ficaram por lavrar, o vinho deixou de jorrar, os teares
pararam, os fornos deixaram de forjar ferro e vidro e alumínio e bronze. As
fábricas de conservas tornaram-se restos de museus industriais e a pouco e
pouco um país de sobrevivência tornou-se um país de subserviência.
Toneladas
de betão invadiram as nossas praias. Os camiões despejaram por esses caminhos
alctrão quente e macio que permitiram o acesso à Europa de um país hospitaleiro
e cordial.Até que.
O
resultado de tudo isto é o nosso viver de hoje e a lógica com que nos viraram
do avesso. E em vez de odiarmos quem nos enganou regozijamo-nos com as
dificuldades dos gregos, os embaraços dos irlandeses e a desconfiança dos
espanhóis.
São os
desempregados quem odeia os ciganos e quem vive do RSI. Mas poupam aos seus
impropérios toda uma classe política nojenta, os banqueiros que nos roubaram e
os aparentemente caritativos benfeitores que nos premeiam com uma sopinha
diária. Odeio aquilo a que chegamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário