sexta-feira, março 13, 2015

A LISTA
Antigamente o rol. No rol apareciam as pessoas que deviam dinheiro. No tempo da Inquisição os suspeitos de não se devotarem e serem fiéis à Igreja de Roma também faziam parte do rol. Os livros, esses faziam parte do Índex que sobreviveu até aos dias de hoje e do que mais não é que o catálogo dos livros de leitura proibida pela Igreja Católica.

Por associação de ideias quando falamos de lista, rol, índex, estamos a conotar uma carga negativa. Faziam parte da lista no tempo do Estado Novo os comunistas e seus associados. No período negro do nazismo os judeus e homossexuais.

Quem faz parte hoje parte da lista? Os corruptos? Não. Só aqueles que não fazem parte do nosso grupo de interesses. Perguntem ao Deputado europeu Nuno Melo porque se assanhou tanto contra Victor Constâncio e não se lhe ouve uma palavra em relação a Carlos Costa.
Do rol fazem parte os criminosos? Nem todos…nem todos.
Faz parte então quem? Em primeiro lugar os que se opõem ao poder económico-político estabelecido.

Mas hoje com o refinamento, existem vários tipos de listas. A dos opositores e a dos nossos amigos. Os que estão sujeitos às escutas e à observação sistemática das suas contas bancárias e fiscais e os outros. Aqueles em que olhar para os seus interesses é motivo de processo disciplinar.
A um nível mais restrito e “piquenino” também existem listas. As das pessoas que contribuem para a perpectuação no poder de certos autarcas e aqueles a quem está vedado qualquer tipo de “boa-vontade” política ou social.

Hoje são os cinzentões, os “cortiças” quem vai escapando. Qualquer manifestação de personalidade, de “coluna vertebral” põe em risco quem o sustente.  

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