segunda-feira, março 16, 2015

PENSAR
Aí está uma coisa que dá trabalho. Que o frenético percorrer dos dias tornou numa atitude acessória. Dizia-se de um patrão: “Pago para trabalhares e não para pensares”.

As notícias multiplicam-se todos os dias. Letras garrafais anunciam nos jornais o tema do dia, tornando obsoleto o do dia anterior. Trata-se da importância de vender jornais e não de levar à criação dum grupo de leitores fiéis que façam das reportagens e das informações fonte de novos saberes e uma consciência critica activa.

No Jornal “i” do passado sábado dia 14, José Gil considerado um dos grandes pensadores europeus dos séculos XX/XXI, afirma que temos de regressar ao “pensar” em oposição a este adormecimento e apatia em que vivemos e torna possíveis todas as tropelias com que nos pretendem atingir.

De propósito nem me referi às TVs como fonte de obscurantismo. O que se passa na generalidade dos canais é verdadeiramente dramático. E nem me refiro aos programas obscenos com que alguns nos presenteiam. Falo de certos programas em que a coberto de um pretenso “serviço público” se promovem sentimentos de impunidade para com os nossos agressores.

Ler e pensar. Ouvir e pensar. Dizer e pensar.
O que nos permite atitudes diferentes das animalescas imagens com que somos brindados diariamente é o sermos capazes de formar um pensamento próprio e baseado nos valores universais dos Direitos Humanos e ambientais.
A repetição acelerada e diária de “homens” e “crianças” degolando e assassinando os seus semelhantes não é mais que a banalização deste horror fazendo com que percamos a raiva inicial por tais atitudes. Banaliza-se o horror para o tornar possível entre nós. E ele já aí está em passos pequeninos mas seguros.

E no entanto surgem nestes tempos Homens com um sentido profundo de humanidade. E são os que se curvam perante eles que o atraiçoam Imagem mil vezes repetidas do amigo beijando o que está a ser traído.

Penso logo Existo. Falo logo Penso.

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