Aí está uma coisa que dá trabalho. Que o frenético percorrer dos dias tornou numa atitude acessória. Dizia-se de um patrão: “Pago para trabalhares e não para pensares”.
As
notícias multiplicam-se todos os dias. Letras garrafais anunciam nos jornais o
tema do dia, tornando obsoleto o do dia anterior. Trata-se da importância de
vender jornais e não de levar à criação dum grupo de leitores fiéis que façam
das reportagens e das informações fonte de novos saberes e uma consciência
critica activa.
No
Jornal “i” do passado sábado dia 14, José Gil considerado um dos grandes
pensadores europeus dos séculos XX/XXI, afirma que temos de regressar ao
“pensar” em oposição a este adormecimento e apatia em que vivemos e torna
possíveis todas as tropelias com que nos pretendem atingir.
De
propósito nem me referi às TVs como fonte de obscurantismo. O que se passa na
generalidade dos canais é verdadeiramente dramático. E nem me refiro aos programas
obscenos com que alguns nos presenteiam. Falo de certos programas em que a
coberto de um pretenso “serviço público” se promovem sentimentos de impunidade
para com os nossos agressores.
Ler
e pensar. Ouvir e pensar. Dizer e pensar.
O
que nos permite atitudes diferentes das animalescas imagens com que somos
brindados diariamente é o sermos capazes de formar um pensamento próprio e
baseado nos valores universais dos Direitos Humanos e ambientais.A repetição acelerada e diária de “homens” e “crianças” degolando e assassinando os seus semelhantes não é mais que a banalização deste horror fazendo com que percamos a raiva inicial por tais atitudes. Banaliza-se o horror para o tornar possível entre nós. E ele já aí está em passos pequeninos mas seguros.
E
no entanto surgem nestes tempos Homens com um sentido profundo de humanidade. E
são os que se curvam perante eles que o atraiçoam Imagem mil vezes repetidas do
amigo beijando o que está a ser traído.
Penso
logo Existo. Falo logo Penso.
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