AS PRESIDENCIAIS
Julgo que me acontece a mim o mesmo que se passa com a
generalidade da população portuguesa. Uma completa indiferença perante o
espectáculo surreal das eleições para a Presidência da República.
Marcelo passeia-se na passadeira vermelha que a
imprensa lhe estendeu.
Henrique Neto insulta o espelho de manhã quando faz a
barba e leva o resto do dia a gritar: “-lá vem o lobo”. Grita tanto que já
ninguém acredita nele.
O Edgar, ouve o Paulo, que grita com a Marisa que se ri
à gargalhada com o Silveira, das caretas do Tino, enquanto o Cândido das
Hemodiálises se coloca em bicos de pés.
A Maria de “Belém que verás por um canudo” não quer
fazer parte da facção e insurge-se, embora para o povo sábio o ditado de que
não basta ser séria é preciso parecê-lo mantenha a sua actualidade.
Para o Reitor nada disto é novidade. É em tudo
semelhante às praxes académicas conservadoras, pouco académicas e retrógradas
que neste particular levam à asfixia de um país.
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