segunda-feira, janeiro 04, 2016


GENTES E GENTES

O período de festas que atravessámos trouxe-me à memória um facto mesquinho, insignificante e tacanho passado na nossa santa terrinha.

Recordo Trafalgar Square onde para tudo para se celebrar a passagem de ano. Fecham restaurantes e pequenos e grandes negócios porque com o trânsito interrompido e as centenas de milhares de pessoas que se juntam para comemorar a chegada do Novo Ano, não dá espaço a mais nada.

Recordo o Terreiro do Paço e Hotéis de constelações de estrelas ali localizados de onde se vislumbram e sentem barulhos e cheiros de uma Lisboa cosmopolita. Os terraços são espaços de lazer e a vista é a Paz deslumbrante do Tejo por onde passam navios.

Recordo o Big-Ben e tudo o que anuncia no seu badalar intenso, metódico e previsível. O Parlamento britânico ouve as badaladas e as leis saem escusas e falhadas. O 1º Ministro engana-se e julga-se irlandês. A Rainha perde o ceptro e a coroa quando a última badalada das 15:00 ecoa. É o fim do império britânico.

 

Em Peniche, nesta cidade empoeirada e de presente comprometido circula a vontade e o abaixo assinado da nossa ignorância poeirenta. É preciso calar os sinos. Os turistas não dormem, não repousam, não sossegam perante o som metálico de sinos de igrejas a tocarem. E com as assinaturas vamos acordar o poder político, económico, social e religioso.

Cale-se o Big-Bem. Que se destrua Trafalgar Square. Encerre-se o Terreiro do Paço a qualquer tipo de trânsito.

È Peniche e as suas gentes no seu máximo esplendor.     

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