segunda-feira, fevereiro 15, 2016


SPOTLIGHT

Existem filmes que são obras de arte. Pela sua beleza estética. Pela direcção de actores. Pelo argumento que servem. Pelo conjunto de questões que abordam e que questionam o papel do espectador como pessoa.

Este filme (SPOTLIGHT) é tudo isso e muito mais. È o que um homem (um grupo de homens) tem de trabalhar para conseguir atingir as franjas do poder. E como o poder é frágil, esboroa-se ao primeiro contacto com quem não o teme e nada lhe deve.

 

Ao poder para que se torne aceite interessa-lhe que exista uma área cinzenta. O preto e o branco dividem. O cinzento admite que as nuances se evidenciem. Nada é exactamente o que parece. A crueldade está em forçar a aceitação pelos outros daquilo que sabemos que os repugnaria não fora o cinzento. E à medida que os anos do exercício do poder se prolongam, mais a mancha de cinzento se alonga, retirando espaço ao preto e ao branco.

 

Vem isto a propósito das insinuações que se ouvem no nosso concelho sobre alegadas vendas de terrenos pouco transparentes por parte do executivo municipal, favorecendo alguns empreendedores. Não sei, se calhar não sabe ninguém, que fundo de verdade têm estas insinuações. Acredito isso sim que tenha havido nos casos que se enunciam o mesmo grau de transparência que houve noutras situações. Só que, existem casos mais sensíveis que deveriam ser abordados de forma mais explícita. Só isto e nada mais.

Porque se alguém tem dúvidas acrescidas, tem meios ao seu dispor através do Ministério da titela para esclarecer as suas interrogações.

A não ser que, como se aproximam as eleições autárquicas, seja altura de por a circular alguns boatos, com o propósito de conseguir de forma pouco clara, o que não se consegue pela discussão de ideias e de projectos.     

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