SPOTLIGHT
Existem filmes que são obras de arte. Pela sua beleza
estética. Pela direcção de actores. Pelo argumento que servem. Pelo conjunto de
questões que abordam e que questionam o papel do espectador como pessoa.
Este filme (SPOTLIGHT) é tudo isso e muito mais. È o
que um homem (um grupo de homens) tem de trabalhar para conseguir atingir as
franjas do poder. E como o poder é frágil, esboroa-se ao primeiro contacto com
quem não o teme e nada lhe deve.
Ao poder para que se torne aceite interessa-lhe que
exista uma área cinzenta. O preto e o branco dividem. O cinzento admite que as
nuances se evidenciem. Nada é exactamente o que parece. A crueldade está em
forçar a aceitação pelos outros daquilo que sabemos que os repugnaria não fora
o cinzento. E à medida que os anos do exercício do poder se prolongam, mais a
mancha de cinzento se alonga, retirando espaço ao preto e ao branco.
Vem isto a propósito das insinuações que se ouvem no
nosso concelho sobre alegadas vendas de terrenos pouco transparentes por parte
do executivo municipal, favorecendo alguns empreendedores. Não sei, se calhar
não sabe ninguém, que fundo de verdade têm estas insinuações. Acredito isso sim
que tenha havido nos casos que se enunciam o mesmo grau de transparência que
houve noutras situações. Só que, existem casos mais sensíveis que deveriam ser
abordados de forma mais explícita. Só isto e nada mais.
Porque se alguém tem dúvidas acrescidas, tem meios ao
seu dispor através do Ministério da titela para esclarecer as suas interrogações.
A não ser que, como se aproximam as eleições
autárquicas, seja altura de por a circular alguns boatos, com o propósito de
conseguir de forma pouco clara, o que não se consegue pela discussão de ideias
e de projectos.
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