HIPOCRESIA
ESPÚRIA
O tema do
aborto abordado nas aulas do 5º e 6º Anos, está a levantar grande celeuma entre
os espíritos judaico-cristãos do meu país. Ou daqueles que por “moda” aderem a
protestos só porque… E se for numa rede social e sob anonimato, tanto melhor.
Os
políticos de meia tijela que invadem as nossas praças e os lugares de “tacho” deste
país, com receio de que representem seja o que for dá-lhes aquilo que não têm:
razão.
Assim é que
este magnífico livro entra no índex das nossas escolas. Como se os nossos
alunos não conhecessem o vernáculo utilizado nas suas páginas.
Os pais nunca
estiveram perto de um recreio sem que os seus filhos os vejam e estão a jogar à
bola ou noutra brincadeira. Os pais (alguns) não sabem a linguagem que os
filhos conhecem. Isto não é estranho. É dramático. Porque indica claramente que
não conhecem os seus filhos e mais grave ainda, já se esqueceram da linguagem
que utilizavam quando crianças.
Hoje
armam-se em “meninos” e “meninas” virgens e não se4 calam quando as coisas os
fazem lembrar da cepa em que cresceram como pessoas. Claro que a alguma
linguagem mais rude utilizada no livro deve ser evitada. Mas quando utilizada
num contexto apropriado até alivia.
Recordo que
quando fui para o Porto trabalhar, numa aula um aluno que partiu um trabalho de
barro que já o tinha absorvido muitas horas, saiu-se com um chorrilho de
vernáculo nortenho, puro e duro e eu terei sido a única pessoa da sala a
ouvi-lo por ter estranhado a linguagem. Quando me referi à minha colega sobre o
assunto, ela com um sorriso disse-me: “- Não ouvi nada. Mas habitue-se. É a
nossa linguagem”.
Tive a
felicidade de com a minha profissão ter percorrido uma boa parte do globo.
Aprendi vendo, que existe só uma coisa verdadeiramente importante. O respeito
pelo ser Humano. Mais palavra, menos palavrão, é como a moral. O que aqui não
vale, está a uma hora de distância de avião, para ser importantíssimo.
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