sexta-feira, fevereiro 17, 2017


HIPOCRESIA ESPÚRIA

O tema do aborto abordado nas aulas do 5º e 6º Anos, está a levantar grande celeuma entre os espíritos judaico-cristãos do meu país. Ou daqueles que por “moda” aderem a protestos só porque… E se for numa rede social e sob anonimato, tanto melhor.

Os políticos de meia tijela que invadem as nossas praças e os lugares de “tacho” deste país, com receio de que representem seja o que for dá-lhes aquilo que não têm: razão.

Assim é que este magnífico livro entra no índex das nossas escolas. Como se os nossos alunos não conhecessem o vernáculo utilizado nas suas páginas.

Os pais nunca estiveram perto de um recreio sem que os seus filhos os vejam e estão a jogar à bola ou noutra brincadeira. Os pais (alguns) não sabem a linguagem que os filhos conhecem. Isto não é estranho. É dramático. Porque indica claramente que não conhecem os seus filhos e mais grave ainda, já se esqueceram da linguagem que utilizavam quando crianças.

Hoje armam-se em “meninos” e “meninas” virgens e não se4 calam quando as coisas os fazem lembrar da cepa em que cresceram como pessoas. Claro que a alguma linguagem mais rude utilizada no livro deve ser evitada. Mas quando utilizada num contexto apropriado até alivia.

Recordo que quando fui para o Porto trabalhar, numa aula um aluno que partiu um trabalho de barro que já o tinha absorvido muitas horas, saiu-se com um chorrilho de vernáculo nortenho, puro e duro e eu terei sido a única pessoa da sala a ouvi-lo por ter estranhado a linguagem. Quando me referi à minha colega sobre o assunto, ela com um sorriso disse-me: “- Não ouvi nada. Mas habitue-se. É a nossa linguagem”.

Tive a felicidade de com a minha profissão ter percorrido uma boa parte do globo. Aprendi vendo, que existe só uma coisa verdadeiramente importante. O respeito pelo ser Humano. Mais palavra, menos palavrão, é como a moral. O que aqui não vale, está a uma hora de distância de avião, para ser importantíssimo.

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