segunda-feira, maio 08, 2017


EMMANUEL MACRON:
- O INDEPENDENTE

A Europa (e Portugal não é imune a isto) está a travessar um período politicamente critico. A Esquerda política que conhecíamos dos livros desapareceu. A Direita civilizada que se lhe opunha desapareceu com ela. Quem é que aqui em Portugal se atreve a dizer que o PS é de esquerda ou o PSD de Direita? Restam os extremos que de tanto serem extremos chegam quase a encontrar-se no fecho do círculo. Sobram nisto tudo algumas idiossincrasias como o PCP, que anda à procura de si próprio.

Como resultado de toda esta confusão em alguns casos perdem os cidadãos a vontade de se reverem nos partidos políticos tradicionais, sempre ao serviço de mesquinhos interesses, na busca de um poder que ninguém lhes reconhece capacidade para o exercer.

Assim na última década começaram a surgir movimentos de independentes dos partidos que se apresentavam como erupções das vontades populares para as representarem. O que surgiu a nível de pequenas comunidades (Freguesias) veio a alargar o seu âmbito e hoje os movimentos dos independentes já atingem comunidades mais alargadas como os municípios, culminando no caso Francês com a própria Nação.

O que pretendem pois os independentes e o que é que os cidadãos vêm neles? Desde logo pretendem não ter amarras na defesa intransigente dos interesses das populações que pretendem representar. Recusam ir por aqui ou por ali, só porque os interesses mais vastos do ideário partidário entender que isso é mais importante para objectivos mais vastos.

O que defendem é a sua terra e as suas gentes. E sabem que se terão que esforçar muito para ser úteis porque as populações estão atentas ao cumprimento dos seus deveres. Sabem que ao tornar-se independentes estão a fugir de responsabilidades diluídas nas cúpulas partidárias, para se tornarem responsáveis directos perante os que os elegeram e que com eles contactam diariamente. É a responsabilidade maior do voto unipessoal em detrimento do voto numa bandeira ou num slogan.

O independente não pode ser populista, porque se o for, hoje com as novas tecnologias estará destruído ao fim de poucos dias. O independente não pode fugir à apresentação de resultados diários porque os seus julgadores estão em contacto directo e diário com ele.

O independente terá de ser transparente e justo. Honesto e determinado. Podem perdoar-lhe a não resolução de um ou outro problema. Mas não o desculparão perante atitudes de favorecimento pessoal.

O independente terá de se pesar no dia em que ganhar as eleições e no último dia do seu mandato. E com esta nota de humor me fico hoje.      

Sem comentários: