EMMANUEL MACRON:
- O INDEPENDENTE
A Europa (e
Portugal não é imune a isto) está a travessar um período politicamente critico.
A Esquerda política que conhecíamos dos livros desapareceu. A Direita
civilizada que se lhe opunha desapareceu com ela. Quem é que aqui em Portugal
se atreve a dizer que o PS é de esquerda ou o PSD de Direita? Restam os
extremos que de tanto serem extremos chegam quase a encontrar-se no fecho do
círculo. Sobram nisto tudo algumas idiossincrasias como o PCP, que anda à
procura de si próprio.
Como
resultado de toda esta confusão em alguns casos perdem os cidadãos a vontade de
se reverem nos partidos políticos tradicionais, sempre ao serviço de mesquinhos
interesses, na busca de um poder que ninguém lhes reconhece capacidade para o
exercer.
Assim na
última década começaram a surgir movimentos de independentes dos partidos que
se apresentavam como erupções das vontades populares para as representarem. O
que surgiu a nível de pequenas comunidades (Freguesias) veio a alargar o seu
âmbito e hoje os movimentos dos independentes já atingem comunidades mais
alargadas como os municípios, culminando no caso Francês com a própria Nação.
O que
pretendem pois os independentes e o que é que os cidadãos vêm neles? Desde logo
pretendem não ter amarras na defesa intransigente dos interesses das populações
que pretendem representar. Recusam ir por aqui ou por ali, só porque os
interesses mais vastos do ideário partidário entender que isso é mais
importante para objectivos mais vastos.
O que
defendem é a sua terra e as suas gentes. E sabem que se terão que esforçar
muito para ser úteis porque as populações estão atentas ao cumprimento dos seus
deveres. Sabem que ao tornar-se independentes estão a fugir de
responsabilidades diluídas nas cúpulas partidárias, para se tornarem responsáveis
directos perante os que os elegeram e que com eles contactam diariamente. É a
responsabilidade maior do voto unipessoal em detrimento do voto numa bandeira
ou num slogan.
O
independente não pode ser populista, porque se o for, hoje com as novas tecnologias
estará destruído ao fim de poucos dias. O independente não pode fugir à
apresentação de resultados diários porque os seus julgadores estão em contacto
directo e diário com ele.
O independente
terá de ser transparente e justo. Honesto e determinado. Podem perdoar-lhe a
não resolução de um ou outro problema. Mas não o desculparão perante atitudes
de favorecimento pessoal.
O
independente terá de se pesar no dia em que ganhar as eleições e no último dia
do seu mandato. E com esta nota de humor me fico hoje.
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