O
INSURDECEDOR BARULHO DOS PROFETAS DA DESGRAÇA
Não é de
hoje. Todos os anos por esta altura, até porque o futebol está de férias e os
políticos estão a banhos, jornais, televisões e mesmo as rádios (embora estas
em menor escala) fazem dos incêndios o prato forte das suas notícias. Por mim
há muito que adoptei o critério de quando chega esse noticiário, mudar para a 2
ou para qualquer um canal do cabo.
Este ano
ultrapassou toda a razoabilidade. Jornalistas (contam-se pelos dedos de uma mão
os repórteres) e comentadores trouxeram-nos os incêndios à exaustão. O Pacheco
Pereira dizia que os incêndios foram o motivo masturbatório dos jornalistas da
treta. Claro que este ano trouxe o problema acrescido dos inúmeros mortos
gerados por razões que talvez venham a ser esclarecidas de forma a que a gente
as entenda. Desde logo e como sobremesa apetecida os incêndios este ano
serviram também para as afirmações pessoais dos candidatos autárquicos e para
as habituais alarvices dos políticos que nos couberam em sorte. E isto foi de
tal modo grave, que o Presidente da República que temos, acabou por ser das
pessoas mais comedidas neste chinfrim jornalístico. Claro que lamento
profundamente os mortos e os sobreviventes que foram vítimas deste caos. Claro
que sofro com eles. Mas a dor não é para ser exibida. Nem o apoio que cada um
puder dar. Os que se exibem no acto de ajudar são exibicionistas reles. Tal
como os que utilizam a desgraça alheia para se mostrarem.
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