segunda-feira, junho 26, 2017


O INSURDECEDOR BARULHO DOS PROFETAS DA DESGRAÇA

Não é de hoje. Todos os anos por esta altura, até porque o futebol está de férias e os políticos estão a banhos, jornais, televisões e mesmo as rádios (embora estas em menor escala) fazem dos incêndios o prato forte das suas notícias. Por mim há muito que adoptei o critério de quando chega esse noticiário, mudar para a 2 ou para qualquer um canal do cabo.

Este ano ultrapassou toda a razoabilidade. Jornalistas (contam-se pelos dedos de uma mão os repórteres) e comentadores trouxeram-nos os incêndios à exaustão. O Pacheco Pereira dizia que os incêndios foram o motivo masturbatório dos jornalistas da treta. Claro que este ano trouxe o problema acrescido dos inúmeros mortos gerados por razões que talvez venham a ser esclarecidas de forma a que a gente as entenda. Desde logo e como sobremesa apetecida os incêndios este ano serviram também para as afirmações pessoais dos candidatos autárquicos e para as habituais alarvices dos políticos que nos couberam em sorte. E isto foi de tal modo grave, que o Presidente da República que temos, acabou por ser das pessoas mais comedidas neste chinfrim jornalístico. Claro que lamento profundamente os mortos e os sobreviventes que foram vítimas deste caos. Claro que sofro com eles. Mas a dor não é para ser exibida. Nem o apoio que cada um puder dar. Os que se exibem no acto de ajudar são exibicionistas reles. Tal como os que utilizam a desgraça alheia para se mostrarem.

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