quinta-feira, outubro 18, 2018


QUANDO OS VASCOS ERAM SANTANAS…

Sou muito velho. Este é o título de um livro da muito estimada Beatriz Costa e de uma revista do Parque Mayer. Muitos e mais novos que eu conhecem o Vasquinho de filmes de outros tempos que a RTP vai repondo. Quanto ao Teatro de Revista vai lamentavelmente ficando no Arquivo.

Aproveito para prestar a minha homenagem a uma grande senhora do Teatro que agora partiu definitivamente para outras andanças. Refiro-me à Mariema. Conhecia-a à janela de um 2º andar do largo do Jardim da Parada em Campo de Ourique cantando canções de Lisboa e replicando a quem ousava perturbá-la. Isto em 1960. Depois acabei por deixar de a ver aí para passar a vê-la nos cartazes do Parque Mayer (e não só).

Nesse tempo e apesar de vivermos um lamacento período de podridão, bem instalado pelo Estado Novo, confiávamos na Justiça e nos seus principais intérpretes: os Juízes. Aquilo a que assistimos agora é a de um Juiz que põe em causa os seus pares e os seus instrumentos de trabalho. Parece que o sr. Juíz é portador de um mal que afeta muitos outros concidadãos. Duvida dos instrumentos da Justiça (humanos e materiais) ou tem ataques de cegueira pessoal que o impedem de ver para além do seu umbigo. Faz o mesmo em relação aos seus pares que arguidos e advogados fizeram a ele próprio. Alguma coisa se torna incompreensível no reino da Justiça.

Nesse tempo tínhamos todos nós uma ideia sobre a tropa que era bastante forte. A de que era uma instituição séria e servida por gente honesta e de antes quebrar que torcer. A palavra de um militar era algo a ter em conta e embora alguns não fossem mais do que instrumentos do Estado Salazarista (lembram-se da Brigada do Reumático?), na sua maioria eram pessoa que quem passava pelas Forças Armadas respeitava e sabia que era um Homem que falava. E agora? Roubam-se uns aos outros. Lixam-se uns aos outros. Dizem  uma coisa ao PR e cá fora àqueles que juraram defender e honrar dizem o contrário. Apresentam-se com o seres volúveis e só olhando para a defesa dos seus interesses.

Mas nesse tempo, os Vascos eram Santanas…

Hoje andamos perdidos procurando perceber quem somos.

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