QUANDO OS VASCOS ERAM SANTANAS…
Sou muito
velho. Este é o título de um livro da muito estimada Beatriz Costa e de uma
revista do Parque Mayer. Muitos e mais novos que eu conhecem o Vasquinho de
filmes de outros tempos que a RTP vai repondo. Quanto ao Teatro de Revista vai
lamentavelmente ficando no Arquivo.
Aproveito
para prestar a minha homenagem a uma grande senhora do Teatro que agora partiu
definitivamente para outras andanças. Refiro-me à Mariema. Conhecia-a à janela
de um 2º andar do largo do Jardim da Parada em Campo de Ourique cantando
canções de Lisboa e replicando a quem ousava perturbá-la. Isto em 1960. Depois
acabei por deixar de a ver aí para passar a vê-la nos cartazes do Parque Mayer
(e não só).
Nesse tempo
e apesar de vivermos um lamacento período de podridão, bem instalado pelo
Estado Novo, confiávamos na Justiça e nos seus principais intérpretes: os Juízes.
Aquilo a que assistimos agora é a de um Juiz que põe em causa os seus pares e
os seus instrumentos de trabalho. Parece que o sr. Juíz é portador de um mal
que afeta muitos outros concidadãos. Duvida dos instrumentos da Justiça
(humanos e materiais) ou tem ataques de cegueira pessoal que o impedem de ver
para além do seu umbigo. Faz o mesmo em relação aos seus pares que arguidos e
advogados fizeram a ele próprio. Alguma coisa se torna incompreensível no reino
da Justiça.
Nesse tempo
tínhamos todos nós uma ideia sobre a tropa que era bastante forte. A de que era
uma instituição séria e servida por gente honesta e de antes quebrar que
torcer. A palavra de um militar era algo a ter em conta e embora alguns não
fossem mais do que instrumentos do Estado Salazarista (lembram-se da Brigada do
Reumático?), na sua maioria eram pessoa que quem passava pelas Forças Armadas
respeitava e sabia que era um Homem que falava. E agora? Roubam-se uns aos
outros. Lixam-se uns aos outros. Dizem
uma coisa ao PR e cá fora àqueles que juraram defender e honrar dizem o
contrário. Apresentam-se com o seres volúveis e só olhando para a defesa dos
seus interesses.
Mas nesse
tempo, os Vascos eram Santanas…
Hoje
andamos perdidos procurando perceber quem somos.
Sem comentários:
Enviar um comentário