A ÁRVORE PRECISA DE SER REGADA
Já
perceberam que me estou a referir ao grupo de independentes que venceu as
últimas eleições autárquicas e que constitui o actual executivo camarário.
Eu sei que
as tarefas que encontraram no Município são múltiplas, pesadas e que muitas
delas serão ciclópicas e que muitas terão provavelmente sido armadilhadas. É um
autêntico trabalho de Sísifo aquele com que depararam. Mas sei também (e aposto
nisso) que a criatividade e capacidade de trabalho do Henrique, da Rita e do
Mark, bem como dos seus assessores irá por certo conseguir fazer melhorar a
pouco e pouco a pesadíssima máquina que é a CMP.
Mas também
sei (saber da experiência feito) que são as coisas nalguns casos aparentemente
pouco significativas que marcam o espírito dos munícipes e que os torna mais
sensíveis às mudanças.
Vem isto a
propósito de uma ida que fiz ao Museu das Rendas de Bilros para adquirir o
livro sobre as escavações no Morraçal da Ajuda. Fiquei atónito. A apresentação
do livro foi a 30 de Setembro e a 9 de Outubro o livro ainda não estava à
venda. Valeu-me não a santa providência mas um jovem de trato excepcional que
rabalha no Museu e que disse à funcionária para ir buscar um “lá acima” para me
vender um exemplar. Fiquei a saber que a distribuição dos livros pelos postos
de venda (aquele local e o Posto de Turismo) será uma tarefa ciclópica para o
responsável dessa tarefa e que deve carecer de um despacho especifíco do
Presidente da Câmara ou do Vereador a quem aquele delegou competências na área
da cultura. Se calhar a esta data ainda anda nos passos perdidos a autorização
respectiva.
A outra
“treta” que me fez nervoso miudinho foi a existência de um desdobrável com a “rota
das igrejas” em 3 línguas, português, inglês e francês, ao preço de
0,70 € cada exemplar. Não advogo uma distribuição massiva do desdobrável. Mas
advogo e sou um acérrimo defensor de que a quem pedir tal desdobrável ele seja
entregue gratuitamente. Que diabo, se as pessoas se sentem tão afastadas dos
nossos bens patrimoniais porque não facultar-lhes esse conhecimento se elas
mostrarem interesse para tal, sem qualquer dispêndio. Afinal quem tem a ganhar
com esse conhecimento não somos nós penicheiros? Afinal gasta-se tanto dinheiro
de forma espúria, que ao menos em questões de cultura façamos um serviço bem prestado.
No que
tivermos de ser pedintes que o façamos com dignidade.
Espero que
estes 2 factos possam constituir algum húmus para que a nossa árvore frutifique.
Sem comentários:
Enviar um comentário