quarta-feira, outubro 10, 2018


A ÁRVORE PRECISA DE SER REGADA

Já perceberam que me estou a referir ao grupo de independentes que venceu as últimas eleições autárquicas e que constitui o actual executivo camarário.

Eu sei que as tarefas que encontraram no Município são múltiplas, pesadas e que muitas delas serão ciclópicas e que muitas terão provavelmente sido armadilhadas. É um autêntico trabalho de Sísifo aquele com que depararam. Mas sei também (e aposto nisso) que a criatividade e capacidade de trabalho do Henrique, da Rita e do Mark, bem como dos seus assessores irá por certo conseguir fazer melhorar a pouco e pouco a pesadíssima máquina que é a CMP.

Mas também sei (saber da experiência feito) que são as coisas nalguns casos aparentemente pouco significativas que marcam o espírito dos munícipes e que os torna mais sensíveis às mudanças.

Vem isto a propósito de uma ida que fiz ao Museu das Rendas de Bilros para adquirir o livro sobre as escavações no Morraçal da Ajuda. Fiquei atónito. A apresentação do livro foi a 30 de Setembro e a 9 de Outubro o livro ainda não estava à venda. Valeu-me não a santa providência mas um jovem de trato excepcional que rabalha no Museu e que disse à funcionária para ir buscar um “lá acima” para me vender um exemplar. Fiquei a saber que a distribuição dos livros pelos postos de venda (aquele local e o Posto de Turismo) será uma tarefa ciclópica para o responsável dessa tarefa e que deve carecer de um despacho especifíco do Presidente da Câmara ou do Vereador a quem aquele delegou competências na área da cultura. Se calhar a esta data ainda anda nos passos perdidos a autorização respectiva.

A outra “treta” que me fez nervoso miudinho foi a existência de um desdobrável com a “rota das igrejas” em 3 línguas, português, inglês e francês, ao preço de 0,70 € cada exemplar. Não advogo uma distribuição massiva do desdobrável. Mas advogo e sou um acérrimo defensor de que a quem pedir tal desdobrável ele seja entregue gratuitamente. Que diabo, se as pessoas se sentem tão afastadas dos nossos bens patrimoniais porque não facultar-lhes esse conhecimento se elas mostrarem interesse para tal, sem qualquer dispêndio. Afinal quem tem a ganhar com esse conhecimento não somos nós penicheiros? Afinal gasta-se tanto dinheiro de forma espúria, que ao menos em questões de cultura façamos um  serviço bem prestado.

No que tivermos de ser pedintes que o façamos com dignidade.

Espero que estes 2 factos possam constituir algum húmus para que a nossa árvore frutifique.

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