sexta-feira, fevereiro 02, 2007

O HOSPITAL DE PENICHE

Lisboa, 01 Fev (Lusa) - Os peritos que estão a estudar a nova rede de >urgências propõem no seu relatório final o encerramento de 15 urgências >hospitalares tendo acrescentado a urgência do hospital de Peniche à lista >dos serviços a fechar.>>A proposta final da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação >das Urgências foi hoje apresentada à Comunicação Social pelos peritos que >começaram a desenhar o novo mapa das urgências em Julho do ano passado.>>A primeira proposta deste grupo de peritos - que esteve em discussão >pública durante os meses de Outubro e Novembro de 2006 - propunha o >encerramento de 14 urgências hospitalares.>>Já este ano, e após uma nova análise técnica e dos contributos recebidos >durante o período de audição pública, o grupo entregou ao Ministro da Saúde >uma proposta que defende o encerramento do serviço de urgência do Hospital >São Pedro Gonçalves Telmo, em Peniche.>>António Marques, porta-voz desta comissão técnica, explicou que na origem >da proposta deste encerramento está a área de influência analisada.>>"É de prever que as pessoas deverão ir para as Caldas da Rainha ou Torres >Vedras", disse António Marques, explicando a medida.>>SMM.>Lusa.


Quando ontem à hora de almoço, nós em casa ouvimos pela 1ª vez que o Hospital de Peniche teria sido acrescentado à lista dos 14 Serviços de Atendimento Permanente que a Comissão de peritos encarregada de estudar os locais a desenvolver e, as localidades a abater para este tipo de Urgências, a notícia não nos apanhou completamente de surpresa.

De facto quando a 1ª lista foi divulgada o que nos surpreendeu foi Peniche não ter sido incluída.

A medida segundo a dita Comissão é de natureza económica e técnica. Económica por pretende dar uma melhor e mais completa cobertura ao todo nacional. Técnica porque "Peniche tem como alternativa Torres Vedras e Caldas da Rainha, que têm cuidados mais diferenciados, e o transporte de doentes para Peniche acabaria por atrasar os cuidados necessários a uma vítima grave.

Existem duas possibilidades para encarar esta proposta. Com o coração ou com a razão.

Com o coração: vamos dizer que como está funciona bem; que é todo um concelho que fica à mercê de um INEM que não se sabe se funcionará; que os utentes de Peniche não vão para Caldas ou Torres em caso de Urgências graves, vão directamente para Lisboa; que se vai adensar e complicar os Serviços daquelas Unidades já tão atafulhados; etc.

Com a razão: vamos ter que provar que do ponto de vista económico é mais rentável para o Estado manter aqui a funcionar um Seviço de Urgência Básica; vamos ter que provar que é melhor e mais adequado manter este Serviço aqui em Peniche do que extingui-lo.

O que não se pode é combater uma proposta baseada num determinado tipo de argumentos, com outros que não foram considerados pertinentes na análise global do estudo efectuado. Isto é, o que valeu para as outras localidades, tem de valer também para Peniche. Independentemente do amor que temos à nossa terra.

Vir afirmar que as acessibilidades é que determinaram esta proposta, é uma verdade do senhor de "La Palisse" que não resolve a questão. Este é um dos preços que temos a pagar por estarmos mais perto de tudo. Como as outras cidades com a melhoria da rede viária. Não é por aqui que podemos ganhar esta guerra (?).

Vir com manifestações para a rua? Também não me parece adequado. Os ministros deste Governo (1º Ministro incluído), adormecem que nem uns anjinhos, ao som do ruído dos manifestantes.

Pedir a impugnação dos últimos resultados eleitorais autárquicos e repor no executivo o defunto presidente da Câmara? Também não me parece que seja a solução. Noutras localidades em que o PS ganhou as eleições está a acontecer o mesmo.

Mantenho que argumentos Técnicos combatem-se com argumentos técnicos. Argumentos económicos combatem-se com razões de carácter economicista.

Vamos ter que provar que a medida está errada. Ou vamos ter que suportar mais esta provação. E se não podermos ganhar esta guerra(?) mais vale irmos para uma uma que tenha mais hipóteses de êxito.

Lamento não poder lançar canais de esperança. Mas esta é a forma como eu vejo este problema que é nacional, e não local.

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Eu VOTO SIM à despenalização do aborto

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1 comentário:

Anónimo disse...

O período de consulta pública foi determinante para a decisão da Comissão Técnica. Naturalmente que a a administração regional, sub-regional e local de Saúde estão na posse de dados de natureza técnica e económica que fizeram pender definitivamente a decisão para o encerramento. Afinal estamos a 15 minutos das Caldas da Rainha. E a acreditar em alguns números que sopraram,mormente a média de assistências entre as 24h e as 8.00h (período de encerramento das urgências) leva a acreditar na irreversibilidade da decisão. Nem vamos ter tempo de provar nada, nem sei se valerá a pena. Os critérios da avaliação estão definidos e não podemos inventar outros. Concordo com a compra de outras guerras ou causas, por exemplo, uma unidade hospitalar regional de 1ª linha ao serviço de 4 ou 5 concelhos, com mais valências, com mais e diversificados recursos humanos e técnicos, e mais humana. Esta é uma questão de gestão eficaz e eficiente dos nossos recursos públicos.