terça-feira, fevereiro 26, 2008

O CEMITÉRIO DOS DERROTADOS
Foi nisso em que se converteu ultimamente o Governo Civil do Distrito de Leiria. Quem perder neste distrito eleições autárquicas ou que seja necessário arrumar-lhe as botas, corre o risco de ir para o Governo Civil. Até aqui nada de mal. Ao longo do tempo sempre assisti a estes lugares no aparelho de Estado para quem “leva nas orelhas” das populações, ou aqueles a quem o aparelho dos Partidos quer preparar para a partida.
Ficam no limbo. É uma espécie de purgatório.
O que me lixa o juízo é quererem que os poucos que ainda gostam de saber destas coisas, tomem a árvore pela floresta.
O Governo Civil é um lugar da confiança político-partidária do Governo do País. Só vai para lá quem for totalmente afecto e sem opiniões próprias. As suas opiniões são as de quem Governa. E cumpre-lhe defender indefectivelmente as posições de cada um dos Ministros.
Não se vai para lá por se ser amigo deste ou daquele. Se assim fosse, eu já teria sido adjunto duma quantidade enorme de Governadores Civis de quem sou amigo pessoal. Mas isso não basta. Politicamente não tenho fidelidades. Assim sendo não mereço a confiança de nenhum deles.
Agora o que eu acho imoral para além do que é legal é um indivíduo ser representante dos PATRÕES e estar enfiado como um submarino no meio dos sindicalistas. É o que me ocorre quando vejo um representante do GC como vereador numa autarquia.
É que à mulher de César não basta ser séria. Admito que seja legal. Só que é imoral.
E isso define que utiliza os meandros da lei para estar omnipresente em tudo quanto é sítio. Revela a confiança que tem nos outros e aquilo que pensa da autarquia onde faz impor a sua presença.
Não é por acaso que o seu tempo já passou e que está na prateleira dos usados no Governo Civil.

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