sexta-feira, fevereiro 29, 2008

29 DE FEVEREIRO
O dia de hoje só voltará a acontecer daqui a quatro anos. A Maria da Luz funcionária da secretaria da minha Escola da Lourinhã faz hoje anos. Rapariga sortuda. Aqui está um caso típico de uma mulher que não precisa de mentir na idade. É claro que ninguém acreditará nela quando aos 40 disser que tem 10. Mas ela garantirá a pés juntos que é verdade e alguns dirão que é louca. E ela vai rir-se e mais ainda pensarão que a sua esquizofrenia está a vir ao de cima. E eu ponho papéis no meu escritório para não me esquecer que a Maria da Luz faz anos. E telefono-lhe e falo com ela com o mesmo entusiasmo de sempre. E no entanto eu estou 4 anos mais velho e ela 4 anos mais jovem. Gosto destas curiosidades astronómicas de acerto do calendário. E a Maria da Luz também gosta. Tenho de lhe dizer que achei particularmente curiosa a ideia de fazer deste dia 29 de Fevereiro o DIA DAS DOENÇAS RARAS. Mas como hoje não lhe disse nada, peço a Deus que me dê vida e saúde para daqui a 4 anos lhe falar no assunto. Mas se calhar o melhor é escrever num papel e colocar numa estante visível ao pé do que vou ter de escrever para não me esquecer dos anos da Maria da Luz. Estão confusos? Também eu. Mas isto só acontece de 4 em 4 anos. Amanhã já vou ser um senhor bem comportado.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

HISTÓRIAS DE ESCOLAS
Quando em Agosto de 1993 fui nomeado para a Comissão Instaladora da Escola EB-2.3 de Atouguia da Baleia fiz a mim próprio uma promessa: a de que a Escola iniciaria o seu funcionamento no período de 15 a 20 de Setembro que o Ministério previa para o calendário Escolar.
Na altura não existiam ainda equipamentos de qualquer espécie, e os arranjos exteriores estavam todos por concluir. Na altura éramos eu o Manel Cavaco, a Ana Vala, a JuJu, o Pacheco e a D. Maria José. Como não tínhamos local para trabalhar pedimos o apoio da Junta de Freguesia ao seu Presidente, o Afonso Clara, que nos cedeu o 1º andar do edifício para matrículas, tratamento de correspondência, constituição de turmas, recepção de encarregados de educação, etc.
A este grupo pioneiro juntaram-se depois o Cecílio, e o Farricha que, prescindindo de parte das suas férias, foram sensíveis à necessidade de credibilizar a Escola desde o seu 1º dia de funcionamento.
Para a constituição de turmas fomos à D. Luís de Ataíde e à Secundária de Peniche buscar os elementos de matrícula dos alunos que íamos receber. Ao chegar à Junta e ao meter as mãos no trabalho para constituir as turmas, base de todo o trabalho em tudo o resto se desenrolaria, tive a maior surpresa da minha vida. Não havia um único aluno assinalado com Necessidades Educativas Especiais (NEEs). As turmas poderiam ter todas o número de alunos normalizado, e o pedido de colocação de professores para a 2ª parte do Concurso iria desenrolar-se de forma pacífica.
Eu que vinha de uma Escola (na Lourinhã) que se tinha notabilizado entre outras coisas pelo apoio prestado a alunos com problemas, sendo que o número destes descobertos todos os anos não parava de crescer, respirei de alívio.
Num novo concelho, sem conhecer bem os meandros do funcionamento dos diferentes serviços, e a sua sensibilidade face a este tipo de problemas com as crianças, instalar uma escola e ainda por cima com crianças com sintomatologias diferenciadas que exigem acompanhamento especializado, não seria “pêra doce”.
Como eu estava enganado. Não havia crianças assinalados nas suas diferentes escolas de origem. Mas quando o ano lectivo ia a meio já tinham sido descobertas cerca de 30 situações a exigirem a atenção quer do Centro de Saúde, quer do Ministério Público, quer da Comissão de Protecção de Menores, quer de Instituições especializadas em matéria de Deficiências.
Vem isto a propósito de Escolas, e da necessidade de avaliar o desempenho dos professores. È que pode ser fácil ou difícil desempenhar esse trabalho. Depende daquilo que queremos da Escola e dos objectivos que pretendemos atingir. E de serem os alunos (ou não) o principal alvo da nossa actuação.
No dia em que os professores protestarem com a mesma veemência a falta de condições técnico-didácticas que algumas escolas apresentam para a aprendizagem dos seus alunos e com a imaturidade em que se baseia certas práticas de avaliação de alunos, com que agora protestam em torno do seu umbigo, nesse dia, eu dar-lhes-ei toda a minha solidariedade.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

CÁ SE FAZEM… CÁ SE PAGAM!
O negócio da TMN correu mal a Belmiro de Azevedo que este de forma mais ou menos clara imputa ao Governo. Entretanto e ao que parece este empresário, por que nutro uma enorme admiração, não está satisfeito porque os impostos o perseguem por tudo quanto é sítio. Não se lhe pode levar mal que o faça. O seu objectivo é o lucro e o infinito a meta que tenta atingir.
O que já gosto pouco é de ver a forma evidente como o “PÚBLICO” dá cobertura aos ataques do Snr Belmiro contra o Governo em geral e o Sócrates em particular. Podia ser mais discreto. Dava-lhe outra credibilidade. Assim, é tão óbvio que já ninguém lhe presta atenção. Faz lembrar a história do rapaz que dizia que o lobo vinha ali. E em quem já ninguém acreditava, mesmo no dia em que até era verdade.
PS: Talvez não fosse mau a ÓPTIMUS oferecer telemóveis a quem se identificar como professor, com direito a 100€ de sms, ou até a Ministra da Educação se demitir.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

O CEMITÉRIO DOS DERROTADOS
Foi nisso em que se converteu ultimamente o Governo Civil do Distrito de Leiria. Quem perder neste distrito eleições autárquicas ou que seja necessário arrumar-lhe as botas, corre o risco de ir para o Governo Civil. Até aqui nada de mal. Ao longo do tempo sempre assisti a estes lugares no aparelho de Estado para quem “leva nas orelhas” das populações, ou aqueles a quem o aparelho dos Partidos quer preparar para a partida.
Ficam no limbo. É uma espécie de purgatório.
O que me lixa o juízo é quererem que os poucos que ainda gostam de saber destas coisas, tomem a árvore pela floresta.
O Governo Civil é um lugar da confiança político-partidária do Governo do País. Só vai para lá quem for totalmente afecto e sem opiniões próprias. As suas opiniões são as de quem Governa. E cumpre-lhe defender indefectivelmente as posições de cada um dos Ministros.
Não se vai para lá por se ser amigo deste ou daquele. Se assim fosse, eu já teria sido adjunto duma quantidade enorme de Governadores Civis de quem sou amigo pessoal. Mas isso não basta. Politicamente não tenho fidelidades. Assim sendo não mereço a confiança de nenhum deles.
Agora o que eu acho imoral para além do que é legal é um indivíduo ser representante dos PATRÕES e estar enfiado como um submarino no meio dos sindicalistas. É o que me ocorre quando vejo um representante do GC como vereador numa autarquia.
É que à mulher de César não basta ser séria. Admito que seja legal. Só que é imoral.
E isso define que utiliza os meandros da lei para estar omnipresente em tudo quanto é sítio. Revela a confiança que tem nos outros e aquilo que pensa da autarquia onde faz impor a sua presença.
Não é por acaso que o seu tempo já passou e que está na prateleira dos usados no Governo Civil.

domingo, fevereiro 24, 2008

A FOTOGRAFIA
“Primeiro descobri isto. Aquilo que a Fotografia reproduz até ao infinito só aconteceu uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente.”
Roland Barthes Dos meus álbuns retiro os instantes que fixei. Ou que outros fixaram para mim. Esta Fotografia dói-me muito. Não por ter 48 anos. Nem por me afastar meio século do momento em que foi fixada. Não pelos que estão representados. Nem pelo objecto da sua fixação.
Esta Fotografia representa os alunos finalistas do Curso de Formação de Serralheiros, da Escola Industrial e Comercial de Peniche em 1960/1961. A Papôa foi o lugar escolhido para a fixação.
Não é nada disto que me faz sentir mal. É o que lá não está. Isso é que me assusta. Isso é que me dói. Na foto estamos 9+1. O que eu digo mais um, é o Chico Dias, que acompanhava o irmão sempre que podia, e ali estava também. Dos 11 alunos finalistas estão ali 9. O Rafael com o cigarro na boca. Ao lado o Lourenço. A seguir o Jorge Machado. Em pé o Manel Dias e eu. Sentados no chão no centro da foto o Saúl olhando para lá do instante em que a foto foi fixada e o Zé Júlio de chapéu de cowboy. Mais atrás deitado o João José. À frente de todos numa atitude de relaxe completo o Cabé.
Estes são os representados. Falta o autor do disparo na máquina. Que não sei quem foi. E falta um outro.
O que me faz sentir mal é eu já não conseguir saber quem falta ali. Quem são os meus dois colegas que ali não estão representados. Não passou assim tanto tempo e eu já não sei quem são. Um creio tratar-se do Carlos Laranjeira. E o outro? Sinto-me mal comigo mesmo. Todos os caminhos que pensámos trilhar juntos foram dispersos pelo tempo. Resta esta Fotografia. Incompleta. Inconclusiva. Parcial. Assim ficámos.

sábado, fevereiro 23, 2008

SEDES E sedes - SEDES é uma organização cívica criada em 1970 por pensantes à margem do Regime da altura, vem avisar os cidadãos em geral e as instituições políticas em particular de que se avizinha uma grave crise social, fermentada na falta de confiança e esperança dos cidadãos num próximo futuro melhor.
Estranho que estes sábios tenham demorado tanto tempo a chegar a esta conclusão. Se calhar não são tão sábios assim.
Mais estranho que do grupo de pessoas que fazem parte desta Associação de iluminados, façam parte ex-ministros do PS e do PSD que tiverem responsabilidades directas na situação a que chegámos, e que nunca se tenham apercebido da “porcaria” que andavam a fazer. Se calhar não tiveram tempo. Pelo retrato de um deles eu imagino os outros. Aquele em que penso, concedeu a travessia do Tejo a uma empresa enquanto ministro e agora é administrador dessa empresa. E veio há pouco tempo na TV dizer que dorme de consciência tranquila.
Estes artistas que agora acordaram, estiveram em estado de autismo enquanto governantes, saíram do governo e ficaram em coma induzido até agora.
- Sedes o que sentimos quando ficamos desidratados. É o estado em que me encontro depois de ouvir certa gente. Vou-me embebedar. Volta Chalica que estás perdoado.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

MISTÉRIOS DA FÉ
Quem se colocar estrategicamente no largo da Praça principal da Cidade de Peniche, ali na placa central olhando para o Jardim, para o passeio que o rodeia ou para a esplanada do Clube, entre as 9 e as 10 da noite, apercebe-se de relações contra-natura que por ali circulam.
Alguns dirão que são sinais de um povo evoluído e civilizado. De maioridade intelectual.
Eu cá prefiro o Clube da 1ª República. Em que se sabia quem era quem. Hoje é muito mais difícil dar um tiro em alguém que esteja lá dentro a ler o Jornal. Não por se correr o risco de acertar nalgum inocente. Se fosse por isso era só arranjar uma metralhadora ou pedir a um súbdito do Bin Laden que se fizesse suicidar.
O problema é que já não sabemos se é verdade ou se é sonho o que vemos. Tão inimigos que eles eram…

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

“COBARDE, ABSURDA E TRAULITEIRA”
É assim que a Comissão Política do PS-Gaia, define atitudes do ex-autarca de Matosinhos Narciso Miranda. A solidariedade do PS está a ficar muito por baixo, sobretudo quando se trata de afirmar condições pessoais de ascensão ao poder autárquico.
O símbolo e o mito que era Narciso Miranda, afinal é um ídolo de pés de barro. “Cadê” os outros?

terça-feira, fevereiro 19, 2008

O FIM DO MUNDO
Diziam os antigos que o fim de mundo seria na mudança do milénio. O ano 2000 chegava e, PUM! ZÁSTRÁS CATAPRAZ! O Mundo implodia, com quantos lá estivesse dentro.
Afinal parece que chegou mas com alguns anitos de atraso. O Fidel já era. Um preto é candidato à presidência dos EUA. O Sócrates não tem competidor para lhe ganhar as eleições ainda que por escassa diferença.
Ver desaparecer o Fidel é como acreditar na cura para o HIV/AIDS. Depois de ter visto aqui há uns anos atrás, os pretos a levarem porrada em tudo quanto era bocado de pele, ver um deles ousar competir com brancos para a Casa Branca, é para mim mais estranho que um encontro do 3º Grau. O Sócrates imbatível é coisa da 4ª Dimensão.
Agora é que estou com vontade de ir a Cuba para ver o milagre.
Quero contribuir para a construção de uma Casa Preta.
Volta Durão Barroso. Estás perdoado.

domingo, fevereiro 17, 2008

PROFESSORES?
Quantos daqueles heróis que se concentraram no Largo do Rato para vaiar o Secretário-geral do PS são mesmo professores?
Quantos daqueles têm qualquer vínculo ao ministério da Educação, ou o tiveram alguma vez?
Quantos deles são Licenciados em Ensino?
E será que ser licenciado em ensino é garante de alguma coisa? Se assim fosse todos os que passam pelos jornais, revistas e televisões a fazer estágio, estavam empregados. Estarão?
Quantos daqueles senhores que assobiaram e insultaram, alguma vez foram avaliados profissionalmente?
Quantos deles é que já trabalharam em Escolas tendo sido referências para os seus alunos?
Foram convocados para ali por quem? E vão com todos os que os convocam? E sabem porque é que insultam? E ao insultarem estão a dar a pais e Encarregados de Educação a garantia de ensinarem os seus filhos e educandos a viverem segundo as regras da boa-formação, do bom senso e da vida democrática?
Admitem também estes supostos professores serem insultados e vaiados quando se comportarem de forma a que os seus alunos não obtenham o aproveitamento adequado, quando desenvolverem o esforço necessário para tal?
Quantas faltas deram já estes professores este ano lectivo? E em anos anteriores? E que acções empreenderam para compensar os seus alunos pelas suas lacunas?
Será que não conseguem estes “protestantes” professores ter a criatividade necessária para empreender uma luta vitoriosa contra os incompetentes, sejam eles quem forem?

O Secretário-Geral do PS é uma figura menor que nem merece uma pastilha para a garganta em caso de rouquidão. A não ser que seja a pessoa indicada para criar umas “comissões de serviço” nuns gabinetes perdidos.

sábado, fevereiro 16, 2008

MODAS
A última moda dos média era o Ministro Correio da Campos e o Ministério da Saúde. Os média deliravam. O homem arrotava e isso era notícia de 1ª página. E sem direito a água das pedras ou a Kompensan.
Caído o homenzinho, procura-se desesperadamente quem servir numa bandeja aos dentes aguçados da populaça. Tem-se tentado o Sócrates, mas o gajo é fino que nem um coral e vai escapando por entre os intervalos da chuva. A senhora da Educação também dá uma certa pica. Mas a gente gosta mais quando somos nós nos cafés ou nos balneários a dizer mal dos professores. Estes são os nossos animaizinhos de estimação para levar porrada. Deixem os professores para a gente. O BCP é assunto pouco interessante. Não pega. Pode provocar algum orgasmo nos gajos que compram acções. Mas como a maioria dos portugueses tem que fazer contas à vida para sobreviver, faz parte dos temas secativos.
Timor foi assunto enquanto os portugueses acreditaram na bondade dos “coitadinhos”. Agora que já vimos que eles até têm petróleo e que são tão corruptos como a gente, que se lixem os timorenses. A história deles é igual à nossa.
Hoje de manhã no noticiário da RTP1, uma repórter insistia junto da população de Bragança para que dissessem cobras e lagartos do Governo porque a implementação do cartão único do cidadão, estava a demorar mais 15 dias do que era previsível. As pessoas, sem excepção, achavam que um atraso de 15 dias na implementação de uma novidade não era demais. Que são 15 dias para os transmontanos habituados que estão a que tudo lhes chegue com centenas de anos de atraso? A reportagem terminou sem honra nem glória.
Os donos da imprensa procuram sem cessar um tema que lhes confira de novo alguma importância. A pedofilia já não é interessante. Enjoou. Os raptos de meninas já metem nojo. Procura-se novo assunto com urgência.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

REFERÊNCIAS
Uma a uma vão desaparecendo as “pessoas-referência” que sempre associei ao meu pai. Agora é a vez do Joaquim Pinto que dentro de algumas horas vou acompanhar ao cemitério.
O snr. Pinto tem a ver tudo com uma época de explosão económica em Peniche. Era o proprietário do “Alcantarense”, barco de salvados marítimos que tantas vezes pisei nas mais diversas circunstâncias. Aqui o Pinto era mergulhador. Salvava barcos que se tinham cruzado com as rochas da costa portuguesa. Ou definitivamente desmantelava-os e vendia-os para a sucata.
Era também o dono dos tractores que puxavam para a praia os barcos da pesca da sardinha em época de defeso, ou deitava-os à água após as reparações de manutenção a que eram sujeitos.
Tudo isto num tempo de grande desenvolvimento das pescas em Peniche. O meu pai era o homem que punha todo o potencial mecânico das empresas do Snr. Pinto em movimento. Este, era um gosto ouvi-lo. No café Aviz ou na oficina ele e o Sr. Acelino de tudo sabiam. As suas opiniões eram enciclopédicas. Ouvi-los era uma delícia e era uma Escola. Agora resta-me a memória. E preservar o que ouvi. E o que vi. Não mais vou vender bilhetes para as Berlengas no Alcantarense, mas posso guardar essas memórias, se possível passá-las ao papel e tentar que o que representaram para mim e para a minha formação como pessoa, não se diluam.
Contar as “passadas” dum tempo em que conversar era o reino do saber. Que o teu barco não encalhe Pinto. Quem te há-de agora desencalhar a ti com o Alcantarense já fora de serviço?

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

INCONGRUÊNCIAS DO SISTEMA EDUCATIVO
Não estou interessado nas queixas dos professores com o seu sistema de avaliação. Sempre os ouvi queixarem-se, fosse qual fosse o sistema. Não os ouço fazer tanto barulho com o sistema de avaliação dos alunos. Mas adiante. Isso é para outras histórias e enredos.
O que me interessa agora são outras coisas. Mais graves e mais penosas. Porque conduzem cada vez mais à ignorância colectiva. Apesar de cada vez mais toda a gente estar disponível para ser juiz de causas alheias.
Tenho um casal amigo que está a trabalhar em Espanha. Os dois licenciados. Os dois na casa dos 30 anos. Ele trabalha numa empresa portuguesa que se encontra a laborar em Barcelona.
Encontrei-me com eles e aproveitei para lhes pedir que se vissem à venda, me comprassem um D. Quixote de que gostassem. Qual não foi a minha surpresa quando me apercebi que não sabiam quem era o cavaleiro da “Triste Figura”, nem o que representava, nem quem tinha sido o seu criador.

Picasso

As histórias de cavalaria, desapareceram dos compêndios. Cervantes já foi. E pergunto a mim mesmo se a Utopia deixou de ter lugar no imaginário dos nossos estudantes. Sem a Utopia, resta-lhes a Net “sem rede”. Ao que parece são já feitas tentativas para acabar com a Filosofia. A seguir vai a Geometria Descritiva.
Com tanta ponte para atravessar o Tejo, para quê Pessoa e Cesário Verde? A Amália já não reconhece o S. António e o Solnado não mais irá à guerra. Pode ser que o fedor que os gatos exalam, traga tanto mal-estar para os responsáveis da Educação, que entrem de “caganeira” e isso só pare quando perceberem a merda que andam a fazer.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

O CARNAVAL CONTINUA
Li e quase que julguei que estava a ver a continuação das “cégadas” de Carnaval. Um membro da Assembleia Municipal de Peniche iria propor em próxima reunião a criação de um “portal” autónomo para aquele órgão autárquico. Não lhe chega o que já existe na web porque alegadamente esse é da Câmara Municipal.
Talvez não fosse demais criar um centro de estudos especializados em Língua Portuguesa para os membros da Assembleia Municipal. Quando eles tivessem dúvidas nesse domínio, zás! Explicações de português. O que diz no actual portal é que pertence ao “MUNICÍPIO DE PENICHE”. Se assim é, tem lá o seu lugar a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal. E as Juntas de Freguesia. Quem quiser só pode melhorá-lo, propondo acrescentar o que for relevante. Para além disto o que resta é ser inteligente, portar-se bem e…ganhar as próximas eleições.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

TRATADOR DE GAIVOTAS

domingo, fevereiro 10, 2008

O ZÉ DO PORTO
A notícia chegou-me brutalmente e de forma a não ter dúvidas: - morreu o Zé do Porto!
Um cancro em poucos meses destruiu de forma implacável a força da natureza que ele era. Conheci-o em 1977, quando regressei de dois anos de cooperação na Guiné.
O Zé tinha vindo para Peniche com um cunhado para trabalhar nas obras de construção do actual Porto de Pesca. Na altura impressionou-me o seu estar sempre sem queixas, nem miserabilismos. Jovem, cedo se tornou uma referência em Peniche entre os jovens.
Na altura impressionado com a sua estatura pessoal, escrevi uma crónica que publiquei no “Diabo”, precisamente com o mesmo título que hoje utilizo.
O Zé passado algum tempo passou a trabalhar para o Rui Alexandre no “Phoenix”. Tornou-se seu amigo e homem de confiança. Foram muitas e muitas horas de noite que transporto comigo com o Zé sempre presente. Muitas bebedeiras. Muitas loucuras. Alguns anos mais e mudou-se para o Algarve, para onde foi trabalhar até que a morte o levou.
Não é fácil desfiar aqui os sentimentos que se cruzam em mim ao saber da sua morte. O mínimo que posso dizer é que morreu um Homem bom.

sábado, fevereiro 09, 2008

VANDALISMO EM PENICHE
O Carnaval já lá vai. Com tanta coisa boa que aconteceu falar do que aconteceu de negativo pode parecer implicância. Não é esse o meu propósito. Não quero deixar de lançar um alerta para ocorrências similares que se dão em datas festivas. Não para impedir que aconteçam (são inevitáveis) mas para obstar que os seus efeitos perversos se façam sentir.
Quem na 2ª Feira de Carnaval se levantou cedo, (pelas 08:00 da manhã) pode ver em algumas ruas do centro da Cidade com sinais da passagem de gente que vandalizou algumas artérias despejando vasos de plantas, partindo outras, espalhando o conteúdo de caixotes, etc. Isto não é inédito. Quando se dão festividades extraordinárias, é certo e sabido que na madrugada de sábado e domingo, ou em dias feriados, este tipo de acontecimentos se repete.
A minha sugestão é que a CMP possa eventualmente nomear um piquete de limpeza extraordinário para estes dias. Desse piquete fará parte um elemento que de motociclo percorra as zonas sensíveis do centro da cidade, munido de telemóvel. Detectando algum estrago, chama o piquete e este elimina o desaforo. Isto entre as 5 e as 9 horas da manhã.
Os vândalos só se manifestam se os seus efeitos perversos forem visíveis. Quando os seus actos não são observáveis eles perdem a força e a vontade de actuar. Julgo que esta será a melhor forma de actuar nestas circunstâncias. Não há policiamento suficiente para impedir tais actos. Mas podemos eliminar o que eles pensam ser a sua glória. Ignorar as suas atitudes, impedindo-as de chegarem ao conhecimento público pode ser a chave do problema. Fica a sugestão.
PS – Os meus parabéns pela forma como a CMP resolveu o problema da limpeza dos espaços de actividades carnavalescas.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

EM PENICHE, 365 CONVERSAS DEPOIS
Estouapurar a de parabéns. Já fiz um ano de conversas. Para quem 
"curte" conversar pode não parecer muito. Mas 
para quem faz disso uma responsabilidade, assumindo-a, já se torna um pouco mais meritório.
Para quem o faz dando a cara e nome, mais pesado se torna. Não quero levar mais longe este "ser" de Peniche. Em dia de aniversário quero referir uma atitude que enobrece quem a toma, e infelizmente na minha terra parece que poucos (ou nenhuns ?) são capazes de a tomar.
No passado dia 6, a SIC, a TVI e o Público, noticiaram estupidamente um acontecimento que se tinha dado na Praia da Areia Branca, como se tivesse acontecido em Peniche. Só consegui a manifestação de desagrado de uma pessoa que... 
não é de Peniche e que até nem muito bem tratado
aqui foi.
Para que conste, aqui deixo o texto da sua reclamação junto do 
Provedor do Jornal "PÚBLICO":
Ex.mo Sr. Provedor
Na edição do Público desta quarta-feira (a qual consultei online, uma vez que por vezes é difícil aceder aos diários nacionais nos Açores, no dia em que são publicados) foi publicada a seguinte notícia: "Foca bebé recupera de agressões em Peniche06.02.2008Uma foca bebé está há duas semanas no parque Zoomarine a recuperar de feridas provocadas por agressões de populares na praia da Areia Branca, próximo de Peniche, disse o director científico do recinto algarvio."Se tudo correr bem, será devolvida à natureza dentro de duas semanas", revelou o biólogo, sublinhando que, se os testes de virologia derem negativos, o animal irá de avião para um parque de recuperação na Cornualha, Sul de Inglaterra, que depois o lançará ao mar. Quando foi detectada pelo vigilante de natureza da zona de Peniche, a 21 de Janeiro, a foca cinzenta bebé - uma fêmea - estaria a ser agredida por populares, em plena praia."Normalmente não é esse o tipo de reacção dos humanos perante estes achados", observou o biólogo marinho. A foca foi recolhida no Zoomarine no mesmo dia, tendo sido limpas as feridas e feito o desmame, já que se verificou que nunca tinha ingerido comida sólida. "Verificámos isso pela sua reacção ao peixe, mas agora já está a comer uma dieta de cavala e carapau", assinalou. Ao que se julga a foca terá sido arrastada por correntes do seu habitat natural, no Norte da Europa, depois de ter sido abandonada pela mãe - é normal na espécie -, para se alimentar no mar. " A notícia publicada merece da minha parte um comentário:
A Praia da Areia Branca fica de facto "próximo de Peniche" (a cerca de 15 Km), mas fica bem mais próxima da Sede do Concelho a que pertence: Lourinhã.Sendo assim, fico sinceramente incomodado ao constatar o título utilizado na peça.As agressões foram cometidas na Lourinhã e não em Peniche.
Não se trata de uma questão de pormenor nem de bairrismo da minha parte: trata-se principalmente de uma questão de veracidade dos factos e justiça nas afirmações feitas.A utilização do nome de Peniche para dar conta da localização da praia é, no meu ponto de vista, descabida, sendo que ainda induz o leitor em erro.A única relação deste caso com Peniche poderá ser o facto da situação ter sido descoberta pelo Vigilante da Natureza que actua na zona dessa cidade piscatória e que tem como "jurisdição" também o Concelho da Lourinhã.
Pelo que apurei, a notícia que publicam na vossa edição acaba por ser praticamente um copy/paste de uma notícia da Agência Lusa, o que parece apenas confirmar a falta de confirmação e atenção às notas da agência noticiosa, assumindo o que dela emana, como verdade inquestionável.
Penso que este caso merece um comentário da sua parte, até porque as gentes de Peniche acabam por ficarem (uma vez mais) envolvidas numa história macabra, não tendo no entanto nada a ver com ela.
Melhores Cumprimentos
Hélder Gois

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Pe. ANTÓNIO VIEIRA (1608-1697)
4º Centenário da Morte
O Príncipe da Língua Portuguesa. O Humanista. O Cidadão. O Homem da Cultura. O Defensor dos Oprimidos.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

3ª FEIRA DE CARNAVAL
Entre as expectativas de uma animação que permita esquecer o dia-a-dia opaco e difícil em que vivemos, lá se vão passando os dias e assim chegamos ao fim de festa. Nervosamente ouvem-se as notícias do Boletim Metereológico. A super 3ª Feira nos EUA é pouco importante para os "entrudeiros".A loucura também invadiu a minha casa entre a paixão da minha filha pelo Carnaval com o seu grupo de todos os anos da Atouguia e as cedências do namorado dela a uma festividade que quer compreender, para a conhecer melhor.

domingo, fevereiro 03, 2008

DOMINGO DE CARNAVAL
14 30 horas
A chuva insiste em caír. Os grupos de marchantes insistem em saír à rua. Eu não tenho nem tempo, nem paciência para me molhar. Apesar do voto que fiz de não me ocupar com o blog para além do que é razoável, estou aqui a justificar-me pela minha ausência.
O que for relevante terei muito tempo para me acupar disso.
O Deus da chuva está a castigar alguém.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

CONTRASTES OU TALVEZ NÃO
Enquanto em Lisboa, mais concretamente no Terreiro do Paço, tudo se conjugava para o assassinato de D. Carlos I, em Peniche começa hoje a celebração do Carnaval. Para os que achavam que “despachado” D. Carlos teríamos o acesso garantido à modernidade, o erro em que ca´ram é de tal modo flagrante que, 100 anos depois, continuamos a ser o riso da Europa.Por isso a gente cá pelo burgo vai cantando e dançando ao som das músicas animadas de Carnaval. Celebremos então o miserabilismo. Com anúncios na TV e com bancadas. Ser Carnaval é isto: Rir sem ter de quê e porquê. Mas rir que é o melhor remádio. As crianças vão fazendo o seu papel. Os seus professores nem no estatuto pensam. Assim somos Povo, construindo o nosso amanhã de opereta.