quinta-feira, fevereiro 09, 2012

SOMOS TODOS GREGOS
Quando Portugal aderiu à União Europeia, foi-nos dito que essa era a forma de defendermos para além da nossa integridade territorial e da nossa memória como nação, o nosso futuro enquanto parte integrante de uma Europa do Atlântico aos Urais.
Isto pressupunha que enquanto nação faríamos parte de uma grande família, coesa e disponível para se defender colectivamente dos ataques que lhe fossem movidos. Mais tarde, a adesão a uma moeda única veio emprestar brilho a esta unidade. Colectivamente fomos convidados a participar num grande espaço económico, pronto a disputar com os EEUU e com os mercados asiáticos uma hegemonia que não poderia ser cedida de ânimo leve.
Mal poderíamos adivinhar nessa altura que os técnicos da economia que lançaram tal projecto não tinham desenvolvido mecanismos de análise e de fiscalização das economias dos países participantes, de forma a impedir devaneios narcisistas que pudessem por em causa o objectivo comum. Isto é, não sabíamos mas nós portugueses deveríamos ter desconfiado. Quando um projecto desta envergadura convida um peixe chamado cherne, para presidir aos seus destinos, é porque alguma coisa vai mal.
Juntámo-nos com o propósito de unidos melhor nos defendermos. Mas ao menor sinal de perigo, isolámos um nosso parceiro (a Irlanda), olhámos para o lado e começamos a assobiar. A seguir veio outro dos nossos co-participantes (a Grécia) e repetimos os gestos anteriores, ensaiando mais um slogan: “Nós não somos a Grécia”. E isto começou a soar por todo o lado. Como se sermos a Grécia fosse um anátema. Isto é, em vez de nos colocarmos ao lado da Irlanda e da Grécia, na sua luta por um futuro melhor, temos vindo a abandonar esses países à sua sorte como se fossem portadores de lepra.
Afinal onde está a Unidade Europeia? Alguns falharam. Mas a culpa terá sido só deles ou foi colectiva por não termos sido prevenidos? Em vez de irmos em seu socorro, afastámo-nos como se deitassem mau cheiro. É isto que representa a Unidade Europeia? Foi isto que nos prometeram? Quando a Alemanha chacinou mais de 10 milhões de pessoas em todo o Mundo, não formámos uma barreira de defesa contra o egoísmo Alemão? E agora? Quantas pessoas não ficaram já na miséria com as exigências da Alemanha? Que já se dá ao luxo de julgar os outros países. E quem a julgou a ela? Já pagou a Alemanha as centenas de milhares de milhões de devastação que provocou em toda a Europa?
Eu sou grego. Eu entendo que todos devem acompanhar a Grécia e não demarcar-se dela. Que os palhaços que nos governam o façam é lá com eles. Mas nós, cidadãos europeus devemos por um travão a esse tipo de mediocridade. Ou então, de uma vez por todas acabemos com esta farsa da União Europeia. Ou seremos gregos, ou não seremos nada.

3 comentários:

Nuno Carneiro disse...

Mais uma diatribe xenofoba contra a Alemanha. Enterrar a cabeca na areia e mais facil do que reconhecer os erros do seu pais.

A Alemanha enviou milhares de milhoes de euros em fundos estruturais para Portugal.

A Alemanha abriu a seu mercado aos exportadores portugueses -- um mercado com 80 milhoes de consumidores, muitos abastados -- algo que nunca tinha acontecido em 900 anos de historia do pais.

Gracas a Alemanha os Portugueses, as empresas Portuguesas e o Estado tiveram acesso a taxas de juro baixissimas -- as mais baixas em 900 anos de historia -- para poderem investir e desenvolver o pais, durante mais de uma decada.

Depois de tudo isto, a Alemanha ainda deixou Portugal usar a sua moeda -- o euro foi sempre o marco com outro nome -- pela primeira vez desde o sec. XVIII Portugal tinha uma moeda estavel e credivel que protegia as poupancas dos Portugueses e as transacoes das empresas nacionais.

Finalmente, quando os delinquentes do PS, PSD e, em menor grau, PCP, CDS e BE, faliram o pais a Alemanha ainda impediu a bancarrota e o caos no pais.

A cegueira ideologica e uma coisa muito triste e a ingratidao e muito feia.

Portugal nao vai prosperar enquanto continuar a enterrar a cabeca na areia.

Nao gosta das condicoes dos Alemaes? Tem bom remedio: devia defender que Portugal nao pagasse a divida e saisse do euro.

Mas tenha cuidado; esse caminho implica a falencia de milhares de empresas, a reducao da sua reforma para metade e a falencia do banco onde tem as suas poupancas (que irao desaparecer). E isso que defende? Seja coerente. E seja, ja agora, adulto; deixe-se de xenofobia de trazer por casa.

Voce escrever bem sobre Peniche,as suas historias e memorias, mas quando se trata da esclerotica economia Portuguesa resolve enterrar a cabeca na areia. E e uma pena.

jorge saldanha disse...

O Ze Maria não precisa que o defendam, até porque manifesta só a sua opinião e estas valem o que valem.

Em Portugal há um ditado que diz “ Quem não se sente não é filho de boa gente”.

O “El Economista” , diz assim:
“Em 2011, o número de empregados na Alemanha ultrapassou os 41 milhões, o nível mais alto desde a sua reunificação, em 1991.

Dado que na Alemanha não existe salário mínimo nacional, os salários podem ser inferiores a um euro à hora, especialmente na antiga Alemanha comunista.
São já cerca de sete milhões os empregados em “minijobs” na Alemanha, com remunerações inferiores a 60 cêntimos à hora e com funções consideradas de menor importância.”

Isto é na Alemanha que empresta €uros a rodos sem contrapartidas, só pelos bonitos olhos do Ze Povinho.

Manuel Leonardo disse...

Sermos gregos sem antes sermos penicheiros ?
Vejam na net o Jornal das Caldas ,acerca dos hospitais na nossa zona ,ou o fielamigodepeniche.blogspot.com

2- Concordo em quase tudo o que o comentador Nuno Carneiro que nao conheco ,escreveu , so' que retiro o Partido Socialista - como anteriormente ja' o fiz aqui- quando comenta :
" Finalmente quando os delinquentes do PSD e em menor grau , PCP, CDS,BE e Verdes , faliram o Pais a Alemanha ainda impediu a bancarrota e o caos no Pais ... A cegueira ideologica e' uma coisa muito triste e muito feia ..."

Possivelmente o Sr. Nuno Carneiro nao estara' presentemente em Portugal - a falta de acentuacao no seu escrito talvez indique isso -mas talvez ele como eu que nao estamos vivendo no nosso " Pais " - por enquanto - temos a cabeca mais fria para fazermos as nossas analises criticas .
Quanto ao nosso Jorge Saldanha que o conheco desde menino que diz que o Professor Jose Maria nao precisa que o defendam, eu colaboro com essa afirmacao , porque as nossas opinioes so' valem o que valem .

" As minhas Amizades sao violentas,sao para ficar mas com as tempestades que o meu mar provoca muitas ficam para tras "

As melhores saudacoes do
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada