quarta-feira, janeiro 15, 2014

AINDA OS JÓTINHAS

Sempre que um partido político em Portugal realiza um congresso eu tremo todo. Não pelo facto em si. Isso é pouco importante. Os congressos dos partidos políticos são encenações montadas para a exaltação dos militantes que neles participam. Com resultados antecipadamente conhecidos. Está tudo preparado ao milímetro para que não surjam surpresas pouco agradáveis.
O que me assusta e perturba nos congressos partidários são os grupos de pressão que para eles são preparados para imporem algumas das suas exigências. E entre esses grupos as “ditas” juventudes partidárias são as que mais temo. Pela sua impreparação. Pela sua conotação com o líder. Com as exigências que estabelece para poderem beneficiar do seu apoio.

E isto serve rigorosamente para todas as “jotas”. Umas de forma mais evidente e outras de forma mais camuflada (refiro-me aos jovenzinhos da dita esquerda parlamentar).
Neste último congresso do partido da direita “bétinha” o seu líder saiu-se com uma ideia que não vi depois desenvolvida mas que não estranharei se for retomada. A de que se deveria reduzir a escolaridade obrigatória para 9 anos. Alguns jornais noticiaram e ficou-se por aí. Mas não será surpreendente se a ideia ficou a germinar. Para que é que precisamos de jovens letrados no desemprego? O que necessitamos é de indiferenciados que se submetam às necessidades do mercado de trabalho mais duro e violento. Estar a formar jovens para os condenar ao desemprego ou à emigração qualificada não parece ser uma atitude inteligente para um país que não consegue satisfazer as suas necessidades mais básicas. É importante estabelecer o fosso entre os que têm hipóteses de atingir um mercado de trabalho qualificado e os outros.

Se olharmos para o actual governo a começar pelo seu chefe temos uma visão clara do perigo que representam os idiotas dessas “jotas”. Estão lá todos os seus ex-lideres. Olhamos para o maior partido da oposição e lá estão eles outra vez. Está o país entregue a esta gentinha de pensar pequenino, que se vão infiltrando e subindo na hierarquia dos partidos à custa do que for preciso para chegarem aos lugares mais apetecidos. E sabem que aconteça o que acontecer os deuses estarão com eles. A seguir ao governo espera-os uma sinecura de uma qualquer empresa com capitais públicos.

PS:
1.   A diferença entre esta gentinha e os que aprendem que as capacidades de cada um é que devem presidir às suas qualificações e ascensão, é a mesma que separa o ex-ministro da economia Álvaro Santos Pereira de um qualquer outro envolvido via sua firma de advogados e das suas ligações ao Governo Português para lugar de ouro.

2.   E que dizer da situação a que chegámos em que cada vez que se levanta o tapete da porta de entrada do BPN sai de lá um ex-ministro ou secretário de estado dos governos do sr. Silva para ser julgado por corrupção.

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