100 ANOS
5 DE OUTUBRO DE 1914/5 DE OUTUBRO DE 2014
É tempo de regressar ao meu pai. E a todos que com ele construíram uma ideia de valores e de capacidades individuais. Tempo em que o homem, acreditava na sua criatividade, na sua capacidade de crescer como pessoa, sem limites que não os que para si próprio determinavam em função da sua dignidade.
O país do meu pai começava em Peniche e na sua comunidade e prolongava-se em direcção a tudo o que representava a grandeza e a honra de ser Português.
Portugal começava aqui e estendia-se até Timor, sem que nesse tamanho todo coubesse mais causas que não fossem as das lusas capacidades.
Tudo o que digo é discutível. Cheira a bafio. Mas o meu pai acreditava. O Império era seu. Não existiam mapas cor-de-rosa nem de nenhuma outra cor que limitassem o seu sentir ser português.
Hoje somos Europeus. Somos a praia da Europa. O nosso orçamento é uma taxa para aquilo que os agiotas nos exigem por passarmos de Império a mendigos envergonhados.
100
anos depois do meu pai nascer o que lhe deu a Força que me transmitiu, deixou
de existir. Para mim o meu pai nasceu cresceu e viveu um conto de fadas. Ele
hoje faz-me falta por razões pouco importantes. Eu gostava que ele visse que a
casa que era da sua mãe está conservada e linda. Que a casa dos caixões se
mantém em poder da família. Que a neta é aluna do Técnico de mérito com
capacidades de excelência.
Amanhã
vou almoçar arroz de pato como sempre fizemos enquanto eras vivo. Vou soprar as
velas dos 100 anos do teu nascimento e agradecer-te por isso. Comemorar-te por
isso. Pelo muito que me deste. Pelo muito que me quiseste dar e que eu em
tantas alturas não entendi. Vou comemorar os 100 anos do teu nascimento. Meu
pai, meu amigo, meu mestre. Pai: Amo-te tanto e preciso tanto de ti. Continua a olhar por mim e a proteger a tua neta.
PS:
O abraço de sempre para a Mámi e para a D. Maria da Graça. Um beijinho de
saudades de todos nós.
1 comentário:
Olá Zé Maria
Hoje ao pequeno almoço lembrámos o teu pai, como todos os anos fazemos. Lembranças boas que recordamos com saudade. Beijos.
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