segunda-feira, outubro 13, 2014


OS

DO PADRE INÁCIO
Durante muitos anos (oh santa ingenuidade) julguei que esta expressão teria que ver com o padre Inácio da minha terra que aqui se manteve até à chegada do seu sucessor (o padre Bastos).
Posteriormente percebi que se tratava de uma expressão global neste Portugal saloio e de sacristia.
Rosa Ramalho e a sua neta deram expressão a esta frase com bonecos de barro artesanais, hoje disputados a peso de oiro.
Posteriormente o Zé Cabra construiu uma cantiga que só não publico pela extensão dos versos e pelo péssimo som que os suporta, mas possível de ver e ouvir no “YouTube”.
Ultimamente até é filme realizado com os habitantes da aldeia de Palheira (Coimbra), que foi divulgado num programa da manhã da RTP.

Ora perfazem agora 70 anos que o padre Inácio detentor ainda de todos os seus apetrechos, me batizou na Igreja de S. Sebastião (ao tempo em que este ainda não tinha sido espoliado do seu condomínio pela senhora da Conceição).
A figura do dito cujo padre Inácio tem sido sempre um mistério para mim. E quando pergunto por ele a pessoas mais idosas, as referências que ouço nem sempre são as mais louváveis. Que ele terá proibido isto e aquilo, que terá sido responsável pela destruição do largo do Santuário dos Remédios, que terá deitado estatuaria mais danificada de santos ao mar, e por aí fora. Fala-se ainda da Caridade não me refiro à da trilogia mas sim a uma de saias.
Seja como for consegui 2 fotos do padre responsável por eu contar para a contabilidade dos católicos deste país.
Uma das fotos está o padre sentado com crianças e suas catequistas no final duma missa. 2 Pormenores são visíveis que numa delas que me fazem pensar muito. Um é o gradeamento que existia na Igreja de S. Pedro à semelhança daquele que ainda hoje existe na Igreja da Misericórdia e que nestes 70 anos foi destruído por um vândalo que não respeitou as características arquitectónicas do Templo. A outra referência é a do menino ajoelhado à sua esquerda com a farda da Mocidade Portuguesa e em que se vê bem visível o cinto com o “S” de servir.
A outra foto no mesmo local é referente a uma festa de 1ª comunhão com as crianças e suas catequistas e familiares. Nesta é visível a imponência do padre Inácio com o seu barrete com pom-pom conferidor de autoridade eclesial.
Retenho pois o padre Inácio meu ilustre “baptizador” como um cura autoritário e convicto das suas razões. Já o conheço um pouco melhor.   

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