Com o desaparecimento físico da D. Maria Aline aos 93 anos de idade, é toda uma época que com ela desaparece. Longe vão os tempos em que a Praça Jacob era o centro da cidade de Peniche. Aqui residiam os meus bisavós, o José Ferreira da Costa e a Efigénia Lopes Costa. A família de José Oliveira. A família Proença. A D. Labiza e seus filhos. O Montez. A família do José Ramos. Era um Largo (ou Praça) de famílias. Depois tinha os estabelecimentos aqui sediados. A Pensão Peninsular. A Farmácia Proença. A loja do Teixeira. O café Oceano e o café Central. A Pensão do Montez. A pensão Primavera. A paragem das camionetas dos Capristanos. Mais tarde aqui se localizou a Ourivesaria Miranda. E no início do século XX a praça que depois passaria para o largo dos pocinhos (hoje Bispo de Mariana).
Na
Praça Jacob Rodrigues Pereira tudo o que fosse relevante ali tinha início e
fim. Em frente o Jardim. O Clube Recreativo frequentado pela alta sociedade
local e pelos senhores que de Lisboa aqui se deslocavam para férias ocupando no
verão as casas de família.
A
D. Maria Aline Veríssimo Ramos era uma figura da Praça Jacob. Por todos
respeitada. Ela com a D. Ilda Proença pertencia aquela estirpe de Senhoras que
se impunham pelo seu porte e atitudes.
Hoje
a Praça Jacob é um monte de destroços. Estabelecimentos fechados. Casas em
degradação. Um depósito de automóveis. E de esplanadas que a preço “da uva
mijona” ocupam os espaços dos peões. Os residentes desapareceram e com eles a
alma daquele local. As pensões deram lugar às “chambreiras”. A desertificação
do centro da cidade é um dano irreparável que em Peniche (como já é hábito) só
se irá compreender tarde demais.
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