quarta-feira, outubro 26, 2016


À LA-MINUTE

Ser criativo é isto. Alguns conhecimentos sobre saberes perdidos em favor das novas tecnologias. Tudo isto a propósito de uns quantos jovens que armados com os seus conhecimentos, uma máquina de caixa (réplica das de outros tempos), uma tina de revelação, e capacidade para viver do que sabem fazer.



Os valores recebidos (sem IVA, nem recibo verde), que não são declarados às finanças nem do país de origem nem do país em visita, são o seu meio de sobrevivência.

Depois tem a exibição de si próprios. E da sua capacidade de adaptação às realidades novas que vão encontrando. E à sua percepção de que somos um país sem memória. E que o nosso espanto em relação aos princípios fundamentais das coisas nos leva a adquirir bens em que o seu único valor está no ver um filme vintage. Somos vítimas das memórias que os nossos pais e avós arquivaram e que se perderam definitivamente. É a exploração dessa ignorância que permite a jovens argutos poderem sobreviver. No fundo corresponde ao dito popular do “que seria dos bem-governados, se não fora a existência dos mal-governados”.

No tempo dos telefones com máquina fotográfica, esta tornou-se obsoleta. Quem compra hoje álbuns ou molduras? As novas tecnologias mataram a memória. Os museus vão desaparecer e passarão a existir filmes publicados em sites municipais com o que permitiu o desenvolvimento de terras e regiões. Sai barato e não envolve capital de risco.

Também para fazer merdas de museus como o da renda de bilros cá do burgo, mais vale não perder tempo. Vale mais um retrato à la-minute.



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