segunda-feira, outubro 31, 2016


COISAS INTERESSANTES DE “A VOZ DO MAR

Este último número do jornal (28/10/2016) local é um manancial de leituras interessantes. E não me refiro aos mortos nem a notícias de 1ª página. Nem sequer me refiro à febre que se apodera dos putativos candidatos autárquicos que mais ou menos um ano antes desse evento decidem premiar-nos com as suas diarreias mentais, como se fossemos estúpidos e não percebêssemos ao que vêm…

Refiro-me àquelas coisinhas que aparecem em letras pequeninas nas páginas interiores. Editais, anúncios e similares que nalguns casos por força da lei aparecem publicados.

É claro que só os velhos e reformados como eu é que os vão ler. Faz parte da minha condição perceber-me. Enquanto puder e ainda mexer os neurónios. Ainda me verei a olhar para as obras. Lá chegará o tempo se eu conseguir atingir esse desiderato.



- O que desta vez chamou a minha atenção foi ver pela 1ª vez anunciada a realização de uma Assembleia Geral da CERCIP.

È claro que dado o objecto dessa reunião magna era inevitável a publicação da convocatória em jornal local (alteração do Regulamento Interno). Senão esbarraria com a impossibilidade de aprovação notarial.

- A segunda estupefação reside no facto de finalmente ver surgir um novo Presidente da Assembleia Geral. O anterior já cheirava a bafio.

- O meu terceiro assombro reside na falta de cuidado colocada por quem escrevinhou a convocatória.

Se lerem com atenção o que lá está escrito é típico dos tempos do estalinismo ou mais recentemente do amado líder da Coreia do Norte.

Pasmem. Diz lá nos 3 primeiros pontos: - Apreciação e aprovação. Isto só pode ser distração. E se os sócios presentes decidirem não aprovar?

O que deveria dizer era: - Apreciação e votação.

Pode-se apreciar e discutir. Mas ninguém em democracia é obrigado a aprovar. Só nos regimes totalitários.
Sou obrigado a aprovar a acta da última AG?
Sou obrigado a concordar com o plano de Actividades e orçamento para 2017?
Sou obrigado a aprovar as alterações ao RI da instituição propostos pela actual Direcção?
  O texto está conforme aquele que há anos vinha das convocatórias mandadas elaborar pelo anterior Presidente da Instituição. E o Presidente da Assembleia Geral assinava sem sequer ler o que assinava. E o que queriam que se fizesse era aprovado sem discussões. E ai de quem discordasse. Se fosse trabalhador da Cooperativa acabava por ver que lhe calçavam um par de patins.

Até que algumas coisas mudam e a gente começa a perceber como funcionam certas instituições do nosso concelho. Olha se isto fosse no tempo do Estado Novo… A Democracia tem sinais que só os conhece (ou reconhece) quem vive e se alimenta deles. Um autocrata não se revê nesses sinais.

 

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