COISAS INTERESSANTES DE “A VOZ DO MAR”
Este último
número do jornal (28/10/2016) local é um manancial de leituras interessantes. E
não me refiro aos mortos nem a notícias de 1ª página. Nem sequer me refiro à
febre que se apodera dos putativos candidatos autárquicos que mais ou menos um
ano antes desse evento decidem premiar-nos com as suas diarreias mentais, como
se fossemos estúpidos e não percebêssemos ao que vêm…
Refiro-me
àquelas coisinhas que aparecem em letras pequeninas nas páginas interiores.
Editais, anúncios e similares que nalguns casos por força da lei aparecem
publicados.
É claro que
só os velhos e reformados como eu é que os vão ler. Faz parte da minha condição
perceber-me. Enquanto puder e ainda mexer os neurónios. Ainda me verei a olhar
para as obras. Lá chegará o tempo se eu conseguir atingir esse desiderato.
- O que desta vez chamou a minha
atenção foi ver pela 1ª vez anunciada a realização de uma Assembleia Geral da
CERCIP.
È claro que
dado o objecto dessa reunião magna era inevitável a publicação da convocatória
em jornal local (alteração do Regulamento Interno). Senão esbarraria com a
impossibilidade de aprovação notarial.
- A segunda estupefação reside no
facto de finalmente ver surgir um novo Presidente da Assembleia Geral. O
anterior já cheirava a bafio.
- O meu terceiro assombro reside na
falta de cuidado colocada por quem escrevinhou a convocatória.
Se lerem
com atenção o que lá está escrito é típico dos tempos do estalinismo ou mais
recentemente do amado líder da Coreia do Norte.
Pasmem. Diz
lá nos 3 primeiros pontos: - Apreciação
e aprovação. Isto só pode ser distração. E se os sócios presentes decidirem
não aprovar?
O que
deveria dizer era: - Apreciação e
votação.
Pode-se
apreciar e discutir. Mas ninguém em democracia é obrigado a aprovar. Só nos
regimes totalitários.
Sou obrigado a aprovar a acta da última AG?
Sou obrigado a concordar com o plano de Actividades e orçamento para 2017?
Sou obrigado a aprovar as alterações ao RI da instituição propostos pela actual Direcção?
O texto está conforme aquele que há anos vinha das
convocatórias mandadas elaborar pelo anterior Presidente da Instituição. E o
Presidente da Assembleia Geral assinava sem sequer ler o que assinava. E o que
queriam que se fizesse era aprovado sem discussões. E ai de quem discordasse.
Se fosse trabalhador da Cooperativa acabava por ver que lhe calçavam um par de
patins.
Até que
algumas coisas mudam e a gente começa a perceber como funcionam certas
instituições do nosso concelho. Olha se isto fosse no tempo do Estado Novo… A
Democracia tem sinais que só os conhece (ou reconhece) quem vive e se alimenta
deles. Um autocrata não se revê nesses sinais.
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