O PAPA E O
ABORTO
A igreja
católica tem sido demasiadas vezes apanhada em contramão. Os seus últimos
chefes têm vindo a pedir perdão a Norte e a Sul, Este e Oeste, pelos crimes que
cometeu durante largos anos. Em nome de Deus, ou de Jesus, ou da sua Igreja
torturou, matou, queimou e exterminou civilizações, culturas, etnias e
comunidades em genocídios de que nunca foi julgada.
Foram suas
vitimas judeus, pretos e amarelos, muçulmanos, pessoas sem qualquer fé, ou
aqueles que contestaram os dogmas da Igreja e que com a sua inteligência e
independência colocaram em causa o domínio e o poder da chefia romana da igreja
católica.
Ainda há
poucos dias o Papa Francisco se redimiu pelos crimes da igreja catáolica contra
a igreja luterana.
Tudo isto
vem a propósito do aborto. Numa comunidade como a de Peniche sempre houve
mulheres a praticarem aborto. A D. Efigénia é por demais conhecida por aqueles
que hoje têm mais de 50 anos. A seguir a ela quantas Efigénias não acudiram a
mulheres da minha terra. Curiosas ou mais preparadas tecnicamente, sempre
ajudaram a resolver gravidezes indesejadas. A minha avó fez abortos, a minha
mãe fez abortos. Falo delas embora pudesse falar de muitas outras que conheço.
E no entanto sempre comungaram. Ninguém que eu conheça, tenha praticado o
aborto e seja católica alguma vez deixou de o ser e de comungar.
E no
entanto nunca pediram ao Bispo para as perdoar. Como o Padre não o podia fazer
significa que comungavam em pecado mortal.
As mulheres
da minha terra (entre elas a minha mãe e a minha avó) eram exactamente iguais
às mulheres das outras terras por todo este país. Ora foi a esta hipocrisia que
o Papa Francisco veio por fim.
As Marias
Madalenas são muitas. O coração misericordioso da Igreja tem de ser enorme. Ou
então decide continuar a atear fogueiras para queimar hereges. Os mesmos que a
destruirão a ela se não souber por fim ao seu ódio pelas pessoas.
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