quinta-feira, abril 06, 2017


EU VIVI – IV

UMA LUFADA DE AR FRESCO

A 1ª metade da década de 70 foi para mim uma lufada de ar fresco. Em 1970/71 fui colocado por amiga interferência do Beato Gonçalves na Escola Técnica de Alcobaça. Ali fiz amigos e amigas que se tornaram parte integrante dos momentos mais interessantes que o início da minha actividade como professor e como activista politico me proporcionou. Ali num determinado sábado foi buscar-me à sala de aula por volta das 11 horas da manhã, uma delegação da PIDE para me interrogar em Leiria sobre o meu papel na Húmus. A propósito de um célebre d3ecreto-lei de Marcelo Caetano que encerrava a maioria das Cooperativa livreiras e de carácter cultural. Passados alguns meses fiz a minha primeira grande viagem a países da Europa livre, nomeadamente França e Suiça. Em França visitámos o Bidonville de Champigni onde encontrei penicheiros que trabalhavam em Paris na construção civil.

Mas não foi só “formação cívica” que fui buscar a Paris. As noites eram passadas nos bares e cabarés onde vimos e ouvimos algumas das coisas que há época eram o que de mais apelativo víamos em Portugal. Num tempo em que não havia internet refira-se e em que a censura não deixava vender a informação que por lá corria.



Regressado a Portugal, conseguia ir a Lisboa ver alguma coisa do que por lá se fazia e que me ajudou na minha formação como pessoa.


Depois de 1974 vieram os anos loucos do PREC.
A minha ida para a República da Guiné-Bissau como cooperante, o estágio e a fixação nos quadros do ME. Até 1980 não existem muitos mais registos.   

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