EM PENICHE, 365 CONVERSAS DEPOIS
Estouapurar a de parabéns. Já fiz um ano de conversas. Para quem
"curte" conversar pode não parecer muito. Mas
para quem faz disso uma responsabilidade, assumindo-a, já se torna um pouco mais meritório.
Para quem o faz dando a cara e nome, mais pesado se torna. Não quero levar mais longe este "ser" de Peniche. Em dia de aniversário quero referir uma atitude que enobrece quem a toma, e infelizmente na minha terra parece que poucos (ou nenhuns ?) são capazes de a tomar.
No passado dia 6, a SIC, a TVI e o Público, noticiaram estupidamente um acontecimento que se tinha dado na Praia da Areia Branca, como se tivesse acontecido em Peniche. Só consegui a manifestação de desagrado de uma pessoa que...
não é de Peniche e que até nem muito bem tratado
aqui foi.
Para que conste, aqui deixo o texto da sua reclamação junto do
Provedor do Jornal "PÚBLICO":
Ex.mo Sr. Provedor
Na edição do Público desta quarta-feira (a qual consultei online, uma vez que por vezes é difícil aceder aos diários nacionais nos Açores, no dia em que são publicados) foi publicada a seguinte notícia: "Foca bebé recupera de agressões em Peniche06.02.2008Uma foca bebé está há duas semanas no parque Zoomarine a recuperar de feridas provocadas por agressões de populares na praia da Areia Branca, próximo de Peniche, disse o director científico do recinto algarvio."Se tudo correr bem, será devolvida à natureza dentro de duas semanas", revelou o biólogo, sublinhando que, se os testes de virologia derem negativos, o animal irá de avião para um parque de recuperação na Cornualha, Sul de Inglaterra, que depois o lançará ao mar. Quando foi detectada pelo vigilante de natureza da zona de Peniche, a 21 de Janeiro, a foca cinzenta bebé - uma fêmea - estaria a ser agredida por populares, em plena praia."Normalmente não é esse o tipo de reacção dos humanos perante estes achados", observou o biólogo marinho. A foca foi recolhida no Zoomarine no mesmo dia, tendo sido limpas as feridas e feito o desmame, já que se verificou que nunca tinha ingerido comida sólida. "Verificámos isso pela sua reacção ao peixe, mas agora já está a comer uma dieta de cavala e carapau", assinalou. Ao que se julga a foca terá sido arrastada por correntes do seu habitat natural, no Norte da Europa, depois de ter sido abandonada pela mãe - é normal na espécie -, para se alimentar no mar. " A notícia publicada merece da minha parte um comentário:
A Praia da Areia Branca fica de facto "próximo de Peniche" (a cerca de 15 Km), mas fica bem mais próxima da Sede do Concelho a que pertence: Lourinhã.Sendo assim, fico sinceramente incomodado ao constatar o título utilizado na peça.As agressões foram cometidas na Lourinhã e não em Peniche.
Não se trata de uma questão de pormenor nem de bairrismo da minha parte: trata-se principalmente de uma questão de veracidade dos factos e justiça nas afirmações feitas.A utilização do nome de Peniche para dar conta da localização da praia é, no meu ponto de vista, descabida, sendo que ainda induz o leitor em erro.A única relação deste caso com Peniche poderá ser o facto da situação ter sido descoberta pelo Vigilante da Natureza que actua na zona dessa cidade piscatória e que tem como "jurisdição" também o Concelho da Lourinhã.
Pelo que apurei, a notícia que publicam na vossa edição acaba por ser praticamente um copy/paste de uma notícia da Agência Lusa, o que parece apenas confirmar a falta de confirmação e atenção às notas da agência noticiosa, assumindo o que dela emana, como verdade inquestionável.
Penso que este caso merece um comentário da sua parte, até porque as gentes de Peniche acabam por ficarem (uma vez mais) envolvidas numa história macabra, não tendo no entanto nada a ver com ela.
Melhores Cumprimentos
Hélder Gois
2 comentários:
Olá Zé Maria
Parabéns por um ano de conversas em Peniche. Os teus textos são importantes, por vezes polémicos mas sempre interessantes, que continues a escrever com vontade sobre a nossa terra e não só. Votos sinceros do amigo FGV.
Caro amigo José
Os meus parabéns,pelo teu blog, que consta nos meus favoritos, ele é para mim um alimento para as minhas inquietações, que normalmente coincidem com as tuas,fasso normalmente minhas as tuas palavras, espero que continues a escrever e bem por mim!. Quanto ao tema tenho de fazer mia culpa por nada ter dito, pois fiquei incomudado e nada disse.
Mário de Sousa
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