S. MARCOS
Como habitualmente quando vou a Lisboa, levo o carro até Torres Vedras e aí apanho o autocarro directo até ao Campo Grande. Sempre que chego a Torres (na ida ou na volta) vou tomar uma “bica” ao Café S. Marcos que se situa muito perto da estação rodoviária. É uma forma revivalista de recordar colegas e amigos que encontrei em Torres e na CAE que ali ficava muito pertinho.
Na passada 2ª Feira lá cumpri esse ritual mais uma vez. Entrei com a minha mulher e quando me dirigi à mesa onde me agradava sentar, reparei que se encontrava um pouco molhada. Pedi a uma senhora um pano para a limpar e ela com modos desabridos disse-me com modos desabridos que eu tinha muitas mesas que estavam limpas que me sentasse numa outra qualquer. Fiquei mal disposto mas lá fiz o que me foi dito.
Em seguida fui ao balcão e perguntei se tinham pastéis de feijão, com que eu queria presentear a minha sogra. Responderam-me que não. Fiquei desiludido.
Entretanto vi lá uns outros pastéis com um aspecto semelhante aos que eu queria, e perguntei de que eram feitos. Foi-me dito que eram de amêndoa e semelhantes aos pastéis de feijão. Fiquei perplexo.
Mas, para não me passar mais da cabeça pedi 8 bolinhos daqueles. Qual não foi o meu espanto quando vi a funcionária atirar os bolos para um cartucho de papel dos que serviam para o pão, fechar a boca do saco com duas “torcidelas” e com um gesto tentar entregar-me aquilo. Perguntei se me achava tão pouco digno de receber os bolos numa caixa de papel adequada. A empregada fez uma cara de espanto e lá foi mudar a embalagem bem aborrecida com a minha exigência.
Sei que a crise económica está muito difícil. Sei que as pessoas andam aborrecidas porque a vida está muito complicada. Mas se também não fazemos nada para melhorar as coisas provavelmente vai tudo de mal a pior.
A pastelaria S. Marcos vai morrer para mim. Não sei se os actuais proprietários são os mesmos do meu tempo. Se são deveriam descansar. Se são outros deveriam escolher outra actividade. Atendimento ao público não é de certo o que poderão fazer de melhor.
Até sempre café S. Marcos de tantas recordações. Vou telefonar ao meu amigo Moedas Duarte para não marcar encontro para o café naquele centro de má disposição.
2 comentários:
Caro Amigo José
A tradição já não é o que era.
E como diz o Rui "fininho" Veloso:« Não voltes ao lugar onde um dia foste feliz».
Mário de Sousa
É com muito gosto que acompanho sempre que posso o seu blogue,realmente ao ler isto deixa-me um pouco em stress,como são capazes de tratar assim um cliente,esta gente não gosta de trabalhar.
Ricardo Estêvão natural de Peniche.
http://ocaminhoparaacriatividade.blogspot.com/
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