terça-feira, junho 30, 2009

RECORDAÇÕES DA CASA LARANJA
Recordam-se de um senhor que em disputa da presidência de um daqueles clubes apetecíveis, dizia para os seus mais directos opositores: “- Olhe que eu sou sério! Olhe que eu sou muito sério!”. Passado algum tempo, sucederam-se os anos de cadeia para o dito cujo senhor muito sério.
Vem isto a propósito da disputa pelo poder que se avizinha. Uma das partes anuncia-se como a detentora da Verdade. Do outro lado são por oposição os mentirosos. De cada vez que ouço falar em verdade até tremo. Faz lembrar o que em nome da Paz e da Democracia invadiu o Iraque. Nunca houve tanto roubo de petróleo, tanto morto e tanta tortura.
Mintam à vontade, todos, Ninguém acredita em nenhum de vós. Nós os que já não esperamos nada do poder, nem empregos, nem baixas de impostos, nem melhoria da qualidade de vida, nem melhor atendimento na saúde ou mais honestidade na educação, ou vamos abster-nos ou votaremos em branco. Digam vocês o que disserem. Portanto mintam. E os que querem dizer que são diferentes, digam só que mentem mais devagarinho. Já ninguém acredita.

segunda-feira, junho 29, 2009

PARADOXOS OU TALVEZ NÃO
- Porque é que o Presidente do Benfica não pode ser sócio do FCP?
- Porque é que os professores que avaliam alunos todos os dias, das formas mais diversificadas, sem qualquer coerência nos métodos de avaliação entre profs da mesma turma, se recusam a ser avaliados eles mesmos?
- Porque é uma crítica de alguém de direita a uma atitude ou a um projecto de alguém de esquerda, tem de ser necessariamente reaccionário e contra o progresso das forças democráticas?
- Porque é que as loiras são todas “burras” e os loiros não?
- Porque é que ser bom a Português impede alguém de ser bom a Matemática e vice-versa?
- Porque é que os pais têm direito a períodos extensos de apoio aos recém nascidos e os filhos não têm quaisquer direitos para apoiar os pais quando estes se encontram doentes em fase terminal?
- Porque é que as estrelas do futebol podem gerar receitas da ordem das muitas centenas de milhares de milhões de euros, que vão engrossar as carteiras de múltiplas indústrias e de gente completamente desconhecida do grande público e quando se trata de eles receberem muito dinheiro, isso é obsceno?

domingo, junho 28, 2009

MESMO QUE ELE CHORE...
não lhe faça todas as vontades.

sábado, junho 27, 2009

A RATOEIRA E O RATINHO (autor anónimo)

Esta fábula fantástica serve para aqueles que se sentem seguros na actual crise mundial.

Lição do Ratinho:Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até ao porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela disse-lhe:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira.Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado.No escuro, ela não viu que a ratoeira tinha panhado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher... O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciaro ingrediente principal.Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.A mulher não melhorou e acabou morrendo.Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:Na próxima vez que vocé ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre perigo.O problema de um é o problema de todos!

quinta-feira, junho 25, 2009

OS ÚLTIMOS SÃO OS PRIMEIROS
Tem dias assim. Em que a gente acorda sem vontade para aceitar o que nos querem impor. Ele é Projectos, Projectos e mais Projectos. Ele é ondas na Cidade e a Cidade das Ondas. E mais “Surf”, para cá e mais “Clic” para lá. E mais navegar e mais “Primar” para lá.
Mas o que podemos fazer de forma singular e de maneira a prestar um apoio efectivo, fica para as “calendas gregas”. Não acredito em “Projectos”. Excepto se deles me prestarem contas. O que nunca acontece. Quantos jovens formados no CENFIM e na FORPESCAS se dedicam hoje às actividades de que receberam formação? Quantas novas rendilheiras surgiram com a Peniche Rendibilros? Quanto custou aos cofres do Estado cada um deles? Os Projectos servem para dar dinheiro às instituições que os promovem e aos formadores que os servem. Digam-me daqui a 10 anos quantos toxicodependentes estão integrados em projectos. Ponto Final.Vem isto a propósito do Centro de Atendimento dos Toxicodependentes cujo estado físico e material se parece ter esgotado. O que existe cumpriu o seu serviço. E já na altura era temporário. Agora é fundamental arranjar um novo espaço. Criativamente. Com vontade de resolver. Ou então mais vale dizer que a Autarquia não está disponível para resolver a situação.
Dizer que se quer aquele espaço na antiga Biblioteca é o mesmo que dizer que não se quer nada. Existe sensibilidade para perceber porque é que aquele espaço não é utilizável para o efeito? Ou diz-se isso só para adiar?
Depois dizer que só daqui a um ano e meio é que o espaço poderá ser pensado é o mesmo que dizer que não existe vontade política de resolver o problema.
Os toxicodependentes são os últimos dos últimos. É melhor começar a pensar neles. Não acredito que a oposição se preocupe com este assunto. Não é visível e não rende votos. Como o poder também não se preocupa porque não dá manchetes nos Jornais e reportagens na TV.
Por mim o não encaminhamento deste assunto antes das próximas Autárquicas irá conduzir a uma tomada de posição pública. Estou farto de ver adiar o que é importante.Do ponto de vista social. A propósito, o Presidente da Câmara Municipal de Peniche ainda não informou os cidadãos dos esforços que desenvolveu para reconverter a antiga “Casa de Trabalho” dum pólo Social da Comunidade. E no entanto, antes de ser eleito agarrou em “pistolas e espadas” contra os autarcas da altura porque não reconvertiam aquele espaço. Agora ali está aquele “bem” a apodrecer.
Bem prega Frei Tomás.

quarta-feira, junho 24, 2009

MERECE A PENA
Num espaço em Peniche de Cima que alguns promotores imobiliários gulosos e ambiciosos já tentaram em tempos para ampliar os seus quintais privados, cresceu uma árvore que a Câmara Municipal plantou, em substituição de uma outra de folha caduca que constituia uma dor de cabeça para as pessoas ali residentes e para os que ali apanham os transportes urbanos.
O que ali temos hoje é um exemplo de beleza natural que tem constituido um bilhete postal para os residentes e forasteiros que nos visitam. Não é preciso muito para tornar Peniche uma terra linda e que mereça a pena.
Não estou à espera de que os arautos da desgraça se pronunciem sobre o que se vai fazendo de bonito e singular. Mas não tenho dúvidas que o seu silêncio sobre estas situações os classifica.

terça-feira, junho 23, 2009

S. JOÃO NO PORTO
Por esta altura perfazem 40 anos sobre a minha primeira ida ao Porto. Recordo que estava na tropa na Trafaria, e fui motivado por um oficial meu amigo natural de Freamunde. Fiquei na messe de oficiais que se situa(va) na Praça da Batalha. Fui a 22 de Junho uma sexta-feira e regressei a 25. Ficou em mim memória que não mais se apagou do S. João e do Porto. Nesses dias, escrevi um poema dos que mais me marcaram ao longo da minha vida e que ficou para sempre como um dos poemas que mais gostei. Transcrevo-o aqui nesta véspera-dia de S. João, com o mesmo carinho com que o escrevi na altura.

Portugal-Povo-Menino-Brincando

A minha noite de S. João começou dois dias antes
quando uma simpática velhinha-inha
com um amor próprio dos dias antigos, me bateu
nas costas com o alho porro.

Velhinha-inha que amei

Foi um dia antes que o meu S. João começou.
Às 6.30 da manhã de domingo
quando as mulheres-língua-rude-trabalho
discutiam os lugares de venda
da erva cidreira do manjerico da alface e do repolho.

Minhas mulheres que amo

Foi no dia de S. João que o meu S. João começou.
Amigos:
Foi lá no Porto onde amo o que amo que vi
meu Portugal-menino-brincando.

Vi homens livres em correntes de amor
correndo saltando dançando
martelando martelando martelando
nas cabeças dos polícias e das meninas pardas
nos senhores administradores-gerais das Sociedades CRL
pisando fronteiras de espaço social.

Num dia 364 dias derrubados cheirando a alho.
Vi mulheres do meu país cortarem os mitos que as prendem
E jovens gritando e cantando na rua sem polícia de choque.
Vi-te do meu quarto Porto-Povo que amo e ri até às lágrimas.

Ri esta alegria minha de te ver livre,
uma noite livre, povo que mereces a liberdade inteira
de seres livre para amar, sem fronteiras, sem cadeias.

Quero voltar a ver-te S. João no Porto.
Quero ver-te cantar e tocar cabeças com os alhos porros
amando vivendo rindo.
Quero voltar a ver-te meu Porto
Portugal-Povo-Menino-Brincando.

segunda-feira, junho 22, 2009

PROFISSÕES QUE NÃO MAIS EXISTEM…
Um destes dias em conversa com a minha mulher veio-nos à memória uma actividade que existia em Peniche e que o desenvolvimento tecnológico, a massificação dos bens de consumo e o crescimento em flecha da capacidade de compra, veio a tornar obsoleta.
Refiro-me às APANHADEIRAS.
Tratava-se de uma pequena economia de subsistência, normalmente desenvolvida por mulheres solteiras já com alguma idade. As apanhadeiras, como o seu nome indica, apanhavam malhas em meias de vidro. Tinham um copinho e uma maquineta com uma agulha pequenina que segurava o fio de nylon partido da meia e que depois com um movimento de vai-e-vem, entrecruzava novos fios retirados de meias velhas e iam dar uma nova textura à meia cujas malhas se tinham quebrado.
Em Peniche recordo uma senhora que trabalhava nessa actividade nas casas do Antão e três irmãs que residiam perto de casa da minha avó, que também se dedicavam a esse trabalho.
Hoje muito poucos delas se recordam e não passa pela cabeça de ninguém que alguma vez alguém tenha sobrevivido a apanhar malhas em meias de nylon. Para já porque não são muitas pessoas que as usam. Depois porque o aparecimento de uma malha, atira aquele par de meias para o lixo e que se comprem umas novas. Por último porque seria sempre mais caro mandar apanhar uma malha que comprar meias novas.
Esta é uma profissão que se tornou absurda, e que acabará por cair no esquecimento. Longe vão os tempos em que uma forma de arranjar uma amante, era oferecer a uma corista um par de meias de vidro. Agora, são outros os vidros que se oferecem e outra as amantes que se conquistam. Mais prosaicas e menos difíceis.

domingo, junho 21, 2009

NEGÓCIO FECHADO
Estava um membro de uma tribo africana super furioso, levava a sua mulher por um braço e esta segurava dois de seus filhos no outro braço. Chegou ao pé do missionário e pergunta-lhe:
"-Não acha estranho todos meus dez filho serem preto e só este ultimo ser branco! Isto porque o senhõ é o único branco numa extensão de 10km!!"
O missionário responde-lhe:
"-Meu filho, isso é um dos mistérios de Deus!!! Olhe para aqueles cabritinhos... São todos brancos menos aquele ali, tá vendo aquele pretinho?"
O outro responde-lhe:
"-Senhõ padre, eu esqueço que meu filho é branco e o senhõ esquece que o cabritinho é preto!"

sábado, junho 20, 2009

e a propósito de futebol...

sexta-feira, junho 19, 2009

UMA DESGRAÇA NUNCA VEM SÓ
Quando anteontem ouvi a história do grupo opositor a Luís Filipe Vieira, caiu-me tudo ao chão... Então não querem lá ver que já não me bastava a TVI que não vejo, para ter que engolir o seu principal “autor” como presidente do Benfica.
Isto obrigou-me a quebrar uma promessa e ontem às 21 horas lá estava eu grudado naquele canal, com uma carrada de urticária à mistura, a aguardar a comunicação final sobre o que aguardava ao Benfica nos próximos tempos.
Felizmente que uma carrada de bom senso e com o apoio meritório da miss piggy imperaram e o Benfica vai continuar a ser o Benfica. Pobrezinho mas cheio das coisas que o tornaram grande. Perde mas continua a respeitar-se a si próprio. Uma TVI é suficiente. Com duas seria obrigado a pedir exílio na inbicta.
PS: Não me sinto particularmente próximo do Vieira. Mas lá que ele é lampião é. Desbocado, orelhudo e mal pronto, cheira a Benfica por todos os lados. Cuidado com os penteadinhos.

quarta-feira, junho 17, 2009

E A SEGUIR?
Já vimos em Peniche o Presidente da Câmara da CDU numa acção de propaganda do BE. Agora vemos o principal opositor da líder nacional do PSD numa acção sobre autárquicas do PSD local.
Só falta a convite do PS local vir a uma sardinhada em Peniche o Narciso Miranda e o Manuel Monteiro vir ao clube local fazer uma resenha histórica sobre o futuro do CDS/PP.
Será que Peniche se está a tornar no Entroncamento da política?

segunda-feira, junho 15, 2009

A LUTA CONTINUA
Acabada a “guerra” das europeias, inicia-se uma outra mais dura, de que o que já se viu não foi mais que um preâmbulo.
Refiro-me como é óbvio às autárquicas e às legislativas. Uma e outras vão-se influenciar nos resultados. Embora possa não ser determinante, o que acontecer num caso vai acabar por ter as suas consequências no outro. Quanto mais não seja pelo grau de desânimo ou de euforia que se apoderará dos envolvidos nas listas eleitorais.
Peniche vai caldeando as lutas político-partidárias no que acontece a nível nacional. Não nas convicções dos seus intérpretes locais. No plano autárquico a oposição convencida de que este não é ainda o momento do assalto à fortaleza do poder, faz avançar as suas 2ªs linhas, poupando esforços para o momento da verdade que só se verificará daqui a 4 anos.
O poder executivo da CDU começa a sentir os primeiros embaraços na constituição das suas listas. Muita gente para tão poucos lugares. Para além da “esquesitice” que criaram com esta história de ter que entrar uma mulher por 3 lugares. E começam a sentir-se as primeiras brechas na muralha da vitória conseguida há 4 anos atrás.
O que torna o combate autárquico interessante é saber como terá expressão a vitória anunciada da CDU. Quem for vivo, cá estará para ver.

domingo, junho 14, 2009

UMA QUESTÃO DE CARIDADE
Um tipo muito rico (daqueles que tinham grandes negócios no BPP) voltava para casa no seu carrão, quando notou em um jardim público dois homens comendo relva.Espantado com o que via, ele mandou o motorista parar e perguntou para os dois homens:
- Por que vocês estão comendo relva?
- Meu senhor, nós somos muito pobres e não temos dinheiro para comprar comida! (Respondeu um deles)
- Mas o que é isto! Venha comigo e traga seu amigo junto...
- Podemos levar nossas mulheres e filhos também? - perguntou o pobre, entusiasmado!
- Mas é claro que sim! - respondeu o rico.
Os dois homens, mais duas mulheres e cinco crianças entraram no carro enorme como os que se vêm nos filmes americanos e seguiram em frente. Uma das mulheres não se conteve e falou, emocionada:
- O senhor é uma pessoa muito boa. Deus lhe pague!
- Ora, não é nada. A relva do meu jardim está mesmo precisando de ser aparada!

sábado, junho 13, 2009

NEM 8, NEM 80...
Um nazareno foi a um concurso na TV e o apresentador pergunta-lhe:
- De certeza que você sabe esta! Como se chamam os habitantes de Alcobaça?
Após alguns segundos de reflexão, o nazareno responde:
- Todos… todos… na sei.

quinta-feira, junho 11, 2009

A FÉ NÃO SE DISCUTE

No meu aniversário, recebi enviado por um dos meus melhores amigos, um texto Bíblico lindíssimo. Acredite-se ou não, a singularidade e a beleza quer da forma, quer do conteúdo, tornam estas palavras merecedoras de atenção. Trata-se de uma manifestação de Fé incompreensível para a maioria das pessoas. Transcrevo-as com a mesma amizade com que me foram enviadas:

Atei os meus braços com a tua Lei, Senhor,
E nunca os meus braços chegaram tão alto!
Ceguei os meus com a tua Luz, Senhor,
E nunca os meus olhos viram tão longe!
Só desde que Te dei a minha alma, Senhor,
Ela é verdadeiramente minha.

Por isso, hei-de subir até à Vida,
Despedaçando o corpo na subida.
Por isso, hei-de gritar, de porta em porta,
A mentira das noites sem estrelas;
Hei-de fazer florir açucenas nos meus lábios;

Hei-de apertar a mão que me castiga;
Hei-de beijar a cinza dos escombros,
Hei-de esmagar a dor
E hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros,
A tua cruz, Senhor!

quarta-feira, junho 10, 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões

terça-feira, junho 09, 2009

O SINDICATO DOS MAGISTRADOS
Tal como tantos outros portugueses não consigo perceber o anacronismo que é o Sindicato dos Magistrados.
Esta classe social que tem privilégios únicos na sociedade portuguesa, com direitos absurdos e rodeados de uma aura de infalibilidade sem paralelo, sente-se posta em causa, cada vez que se tornam incompreensíveis as suas decisões.
Ora a sua magistratura pertence ao povo que neles delega o exercício e defesa da sã convivência entre os cidadãos. Nada mais que isto. Sentem-se no entanto ameaçados cada vez que a sua falta de bom senso é posta em causa. E então formaram um CLUBE DE INERESSES, para impedir que alguém ouse tocar na fímbria das suas prerrogativas.
Depois serão magistrados a ajuizarem em matéria de magistrados. Nada mais espantoso.
Mas mais inverosímil ainda, é o facto de virem agora pôr em causa figuras ilustres da sociedade portuguesa que questionam esta palhaçada do sindicato dos magistrados. Esquecendo-se de duas coisas singulares. A primeira é que ao fazê-lo admitem serem tratados ao nível das outras classes sociais, e sem o respeito que merece o exercício das suas funções. Tornam-se vulneráveis e perdem todo o misticismo que os protegia.
A segunda questão que me apetece recordar, é que nunca vi os magistrados insurgirem-se como classe contra os TRIBUNAIS PLENÁRIOS, a que tantos pertenceram com afinco e dedicação.
Pensem nisso, e dissolvam essa coisa que só serve para que lhes faltem ao respeito.

segunda-feira, junho 08, 2009

TODOS PERDERAM
Em boa verdade, ontem todos perdemos. O PSD canta VITÓRIA. Mas se pensarmos que votaram no PSD 11,86% dos eleitores inscritos é difícil saborear qualquer vitória. De facto se para um partido ganhar é necessário perder um País, ou um ideal, é magra a vitória que nos assiste.
Quanto ao BE e ao CDS as suas razões de vitória assentam em pés de barro. No campeonato dos miseráveis ganham porque não perdem. Quanto ao PCP ganha porque nunca perdeu.
Se passarmos dos resultados nacionais para os resultados locais, a apagada e vil tristeza ainda é maior. A percentagem dos votantes é inferior a 30% (29,34%). A maior de sempre em escrutínios eleitorais. Cumpriu-se aqui o que aconteceu a nível nacional. Quem perdeu menos foi o PSD, logo seguido pelo PS.
A nível nacional e local ganhou a abstenção. Também ganhou o Partido dos BRANCOS E DOS NULOS.
O 1º passou de 2,57% em 2004 para 4,64% em 2009. O 2º passou de 1,39% em 2004 para 2% em 2009.
Moral da História: O pior cego é o que não quer ver.

domingo, junho 07, 2009

CUIDADO COM AS RECORDAÇÕES
Cristo e Moisés estavam a relembrar os velhos tempos."Antigamente é que era bom, disse Moisés. Lembras-te de quando abri o mar vermelho ao meio? Isso é que eram bons tempos!""Sim, e lembras-te de quando eu caminhei sobre a água? Isso sim, é que foi uma coisa em grande!""E se voltassemos a fazer isso, só para sentirmos de novo aquela sensação?""É, vamos fazer isso."E foram até ao mar vermelho. Moisés puxou da vara, levantou-a e as águas separaram-se, abrindo o mar em dois. Depois, meteram-se num barco e foram até ao meio do mar. Era a vez de Cristo. Este saiu do barco e começou a andar sobre a água. De repente começou a afundar-se. Moisés remou rapidamente até ele, agarrou-o por um braço e puxou-o para o barco."Acho que te esqueceste de uma coisa, meu caro, agora tens os pés furados!"

sábado, junho 06, 2009

PIOR QUE ISTO...
...só sair de casa para ir votar num qualquer partido político!

sexta-feira, junho 05, 2009

VOCÊ JÁ REFLETIU? EU TAMBÉM NÃO
Mas reflectir sobre o quê? Demagogia do princípio ao fim. Neste campeonato ninguém perdeu. Todos ganharam. Os que levaram “porrada” e os que deram. O discurso do coitadinho colou os que o utilizaram nas sobras da Democracia.
Nenhum dos partidos de poder sai impune perante a opinião pública face à corrupção e ao seu comprometimento.
Sobre o tratado de Lisboa, nem uma palavra. Sobre o referendo, nem uma palavra.
Sobre o “Grande Timoneiro” que também é o “Fugitivo” só que será apoiado, até o Sr. Blair reivindicar para si o lugar.
O VOTO EM BRANCO é o último grito que resta aos que se indignam com o actual estado de coisas e não vislumbram futuro para si e para os seus, no actual quadro político.

quinta-feira, junho 04, 2009

A ROMARIA
Com o sol e o Verão iniciou-se a Romaria em direcção às praias. Já fui adepto desse clube. Agora nada me diz. A partir do momento em que a Sociedade de Consumo tornou as praias material vendável, o meu gosto desapareceu. As razões são múltiplas e não necessariamente por esta ordem.Detesto as concessões de praias e as restrições que lhes estão associadas.
Detesto fardas nas praias.
Detesto o ar asséptico e de plástico das praias.
Estou longe do ideal de beleza estética cultivado nesta época. Velho, branquinho e barrigudo, sinto que estou a estragar a moldura humana que tanto investiu por 15 dias ou um mês de exposição modelar.
Depois o ter que pedir licença para ter um cantinho para a toalha. A confusão de braços dentro de água.
A minha praia tinha limos e cheirava a iodo. E eu sentia-me bem nela. Quando chegava a casa vindo da praia a minha mãe ralhava comigo, por eu ter acertado com os pés em todos os bocados de nafta que existiam na praia.
Na minha praia jogavam-se jogos sem incomodar ninguém. Os cães corriam atrás dos donos. As pessoas nadavam, corriam e andavam se lhes apetecia e não porque estava na moda. Na minha praia não havia cancro de pele. Eu quando chegava a casa depois da praia comia o jantar feito pela minha mãe e a seguir encontrava-me com os meus amigos e conversava até altas horas. No tempo de praia é que eu encontrava todos os amigos que se espalhavam pelo país fora a estudar. Agora a minha praia já não existe.
Acho que agora são bandeiras azuis e douradas. E Apoios de não sei quê.
Viva a Sociedade de Consumo!

terça-feira, junho 02, 2009

CURRICULUM VITAE
A memória curta de alguns, a má fé de outros, o desconhecimento de muitos, fez-me reflectir sobre se vale a pena manter um blog com estas características. Em que se opina sobre aquilo que pensamos. De cara descoberta. Pensar nisto, fez-me rever cerca de 50 anos de vida social e politica activa. E ter uma história de 50 anos para contar é obra.
Para quem foi intervindo ao longo da vida, para quem passou por muita História e viu muita História, é fácil (sublinho, é extremamente fácil), mudar de opinião. Não porque só não muda de opinião quem é burro, mas porque tendo caído ideologias e sistemas políticos e económicos o mundo alterou-se substantivamente desde há 50 anos. Permanecer politicamente no estágio de pensamento em que me iniciei, seria de todo uma fraude para comigo próprio. O Homem não é, está sendo. Por este caminho percorro as minhas andanças ideológicas e sociais.
Comecei com a maioria do pessoal da minha terra pela mão da Igreja Católica e dos seus movimentos Juvenis. A breve trecho os fenómenos sociais e culturais foram fazendo o seu desbravar em mim.
Aos 16 anos
ligo-me a um movimento surgido pelo empenho dos estudantes de Peniche em Lisboa, que se designava Associação Juvenil de Peniche. Nessa altura começo a aprofundar leituras e actividades sociopolíticas.
Aos 19 anos
empunho-me na luta académica na Associação de Estudantes do IIL. Começo a Ligar-me a grupos de colegas que hão-de pautar a sua actividade no âmbito dos movimentos oposicionistas.
Aos 22 anos
entro em Mafra como militar. Paralelamente em Peniche surge o CICARP, cineclube que haveria de ser uma pedrada no charco no meio cultural, ao qual me orgulho de ter pertencido e feito parte dos seus corpos sociais e ainda hoje guardo o seu espólio e memória.. Alguns dos maiores vultos (todos eles da oposição) das letras e das artes portuguesas visitam Peniche. Mas a Direcção da Associação extingue-o com receio das represálias da PIDE.
Aos 24 anos
inicio a minha actividade como membro fundador da Húmus, cooperativa Livreira que fez história no movimento Cooperativo nacional. Ao mesmo tempo passo a participar nas actividades da CDE. Passa a desenvolver-se por aqui as minhas actividades.
Aos 30 anos
surge o 25 de Abril e formalizo a minha acção política tornando-me militante do MDP/CDE
Aos 32 anos
e antes da minha partida para a Guiné-Bissau como cooperante, filio-me no PCP
Aos 34 anos
no meu regresso a Portugal, afasto-me do PCP e faço uma caminhada no deserto até à década de 90, quando me começo a aproximar do PS.
Mo longo período que se segue, publiquei um livro em parceria com outros amigos de Peniche e tornei-me dirigente Associativo por vários anos.
Aos 54 anos
filio-me no PS em coerência com a minha participação nas suas actividades autárquicas.
Aos 64 anos
em consequência de uma discordância frontal com o PS por ter permitido avançar para o sufrágio do Tratado de Lisboa sem o referendar, apresento a minha demissão do PS.
Este o meu percurso enquanto activista político. Vejamos como me comportei na faceta de cidadão votante. A ordem em que aparece o meu sentido de voto é arbitrária.
Para as Presidenciais
votei Maria de Lurdes Pintassilgo, Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio e Manuel Alegre.
Para Legislativas
votei MDP/CDE, APU, PS, PRD e BE, Branco
Para as Autárquicas
votei MDP/CDE, APU, CDU, PS e PSD (quando da 1ª vez que Luís de Almeida concorreu), Branco

Eis o que fiz politicamente ao longo da vida. Não me arrependo de nada. Quando não me senti bem afastei-me. Só sou fiel a mim próprio e aos valores que a minha família me legou e disso me orgulho. Aqui fica este relatório à laia de apresentação de contas. Para quem pretender cobrar-me o que quer que seja. Não inventem por favor. Está aqui tudo. E ao chegar a velho cumpre-me apresentar contas.

segunda-feira, junho 01, 2009

É O MEU DIA
É feriado para este Blog. Tudo bom para vcs também e em particular para a Jújú, pró Zé Borges, pró Carlos Amaral e para a Marilyn Monroe de saudosa memória.