“BRUSCAMENTE NO VERÃO PASSADO”Ficámos todos a saber que afinal éramos um “País da Tanga”. Chega de culpar por isto este ou o outro. Somos todos culpados. A partir de certo momento, invejosos e matreiros, pensámos que se os outros têm, também nós próprios temos o direito a ter. Tudo. Casa, carro, telemóvel topo de gama, PC portátil, fins de ano aqui, ali e acolá. Temos direito a Saúde, Pão, Educação e Habitação. Mas os nossos contributos para estes desejos naturais e merecidos (?), ficavam sempre adiados. Pagar para isto que paguem os ricos.
O mercado de consumo atento a estes desejos, perfilou-se e instalou-se e deu ao povo aquilo a que o povo se achava com direito. Até que País e pessoas individuais foram confrontadas com a sua verdadeira dimensão. Ninguém valia nada. O País nem vendido a retalho já chegava para cobrir as suas dívidas.
Bruscamente no Verão passado fomos confrontados com a nossa pelintrice endémica.
De todo o meu coração proponho aos que tiverem paciência para me lerem que aluguem e vejam o filme de Joseph L. Mankiewicz, que deu o nome à crónica de hoje. É um filme fabuloso baseado numa história de Tenesse Williams, e que tem como intérpretes Elizabeth Taylor, Katharine Hepburn e Montgomery Clift. Trata-se dum drama em que se pretende dar a compreender um acontecimento inexplicável. Daqueles que por vezes acontecem e que nós sentimos que ultrapassa todo o horror imaginável.
Não justifica nada. Ou melhor, diz-nos que não podemos camuflar o que não compreendemos.
Diz-nos que a violência é geradora de violências sucessivas numa espiral em crescendo que nunca mais terá fim.
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